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terça-feira, 17 de julho de 2012

PESSOAS COM TRANSTORNO BORDERLINE
Hora de transformar um problema em solução.
Elaborei, com base em estudos preliminares, dez perguntas à serem relevadas no Borderline, enquanto estiver ele em momentos de alterações de comportamento, em razão do transtorno.   As perguntas são seguidas de suas respectivas justificativas, sublinhadas. 
A comunicação da mente de um borderline (com o mundo exterior) pode se dar justamente durante as crises, que é quando a mente “se liberta”, sem condições de suprimir ou neutralizar suas memórias traumáticas (embora de forma confusa, dada a incapacidade de compreensão dos fatos à epoca que os mesmos ocorreram); Enquanto consciente, a mente impede essa comunicação, enquanto que um novo estado de ansiedade, decorrente de fatores ainda incompreendidos, propicie e desencadeia as estranhas e repentinas crises.  Procure imaginar alguém preso num lugar, onde em horários programáveis, uma pequena janela se abra para o mundo, com tempo de abertura relativamente curtíssimo, para poder o borderline gritar e pedir por socorro, para qualquer sombra de ser vivo que se aproxime desta janela, ou seja, não dá pra dizer tanta coisa em tão pouco tempo.  As crises de um borderline podem ser um pedido psicológico de socorro.  Pense nisso.
Leia atentamente as perguntas e verifique se a pessoa com T.B. se identifica com o perfil em alguma dela e não esqueça de fazer as anotações pertinentes.  Elas podem ser úteis para o tratamento psicológico do paciente, durante as sessões de terapia com o psicólogo.  Caso não veja ou não consiga desenvolver esta tarefa, não se angustie.  O transtorno borderline é ainda um enigma à ser desvendado.  Este estudo visa apenas tentar identificar traços com possíveis traumas de infância (se não herdado por herança genética).  Boa sorte.
1)     Se ele faz menção à alguém que seja estranho ao convívio ou alguém que já tenha falecido  (e de que forma se deu o seu falecimento) ?  (Personagem do seu trauma de infância pode misturar-se na mente e interferir no seu momento presente).

2)     Se existem variações de sentimentos durante as crises, como raiva, ciúme, inveja, etc, ou todos ou a prevalência de apenas um deles em determinadas crises.  (Muitas vezes é no limiar relativamente alto, de tolerância de dor e sofrimento, que deixamos escapar reações que até então estavam guardadas e escondidas e que julgávamos ter esquecido (página virada). Nestas horas, as palavras são usadas como uma das formas destas reações, porém manifestadas involuntariamente.)

3)     As crises são iguais perante as mesmas pessoas que convivem com o Borderline, como irmãos, amigos, namorados e cônjuges ? ou para com determinada pessoa, existe um comportamento diferenciado do Borderline ?  (Algumas pessoas, por características específicas, para ele (de forma consciente) ou para a mente (de forma involuntária) podem oferecer ou passar uma forma de paz para o borderline ou o contrário, que por processo associativo e/ou por ter alguma similaridade com o seu algóz no passado, pode provocar crises mais fortes do que o habitual).

4)     Existe algum tipo de padronização nas crises do borderline ?  (Quando as reações se mostram semelhantes, sem grandes oscilações, demonstrando quase sempre um mesmo padrão, pode ser sinal de que o transtorno seja menos grave do que se imagina, pois o foco do borderline está mais convergente do que divergente).

5)      É preciso reparar se o borderline faz algum tipo de cobrança ou jogo de culpa contra si mesmo ou algum familiar ou pessoa próxima, como amigo ou namorados.  (Às vezes o passado vêm à consciência, em razão de algum fator que tenha passado despercebido e é preciso aproveitar esses momentos para identificar possíveis traços que ligue o borderline aos fatos que provocaram o seu transtorno).  Eu acredito, que quando sabemos o porquê estamos fazendo o quê, fica mais fácil estabelecer o controle sobre nossas reações, uma vês que fica mais fácil descobrir os pontos que desencadeiam as crises).

6)     Já se verificou se existe algum tipo de comportamento que indique que o borderline entrará numa nova crise ?  (Para estabelecer algum tipo de parâmetro que possa indicar ou identificar um começo de crise, para que tão logo identificado, possa de pronto ser neutralizado e assim, se evitar uma nova crise.  O estado de ansiedade costume ser o “gatilho” nestas horas, como um vulcão prestes à explodir).

7)     Como se comporta um borderline após cada crise ?  Se lembra de tudo que aconteceu e o que disse ?  Mais importante:  Se lembra de como disse o que disse ? (Muitas vezes a combinação de palavras com certas expressões pode denunciar alguma característica que atormenta o borderline, mentalmente. Mesmo nos momentos sem crise ele está doente.  Uma batalha se trava em sua mente e quando ela se torna insuportável, é quando estoura uma nova crise).


8)     Como são as noites de sono ?

- Fala enquanto dorme (encontro da realidade com o passado)
- Acorda várias vezes (sonhos confusos e agitados, que despertam)
- Dorme com dificuldade (medo e ansiedade de uma nova crise)
- Se mexe muito pra dormir (falta de tranqüilidade)
- Têm crises no meio da noite (quando a ansiedade dispara o gatilho da crise)

9)     Existem momentos do dia em que uma crise se mostra mais ou menos intensa ?   (Em razão do Ritmo Circadiano, que pode interferir no comportamento de um borderline, como interfere nas pessoas comuns.)

10)    Algumas reações aparentam ter mais ou menos duração do que outras ?  (As crises, em razão da batalha que se trava na mente de um borderline, pode ter uma reação de propósito à ser alcançado.  Um dependente químico não consegue ter a tranqüilidade necessária para se expressar e se comunicar em função do efeito da droga em sua mente. 

        Reações e manifestações humanas, até de pessoas que julgamos estarem, ao menos aparentemente no seu estado normal, nos dão dicas de que algo com certeza, não está bem.  Nos acostumamos e nos conformamos com nosso estado físico e psicológico, mesmo sabendo às vezes, que não estamos bem e que sofremos com as adversidades, quando elas aparecem, não buscando formas de prever ou mesmo de tirar proveito para aprender com elas e assim nos favorecer, conscientemente, para uma melhor qualidade de vida.  Imagine para pessoas com Transtorno Bipolar (também os borderline), a dificuldade que é, tentar se comunicar de forma às vezes pacífica ou harmoniosa.  Uma pessoa que sabe que têm problemas, sofre e muito com eles, de forma até bem visível para os que convivem com ele, mas que nem por isso, sejam capazes de interpretar que o borderline esteja tentando se comunicar, para tentar passar orientações de como se chegar àquela pequena prisão, para ser libertado(a).  Um trabalho que deve envolver presteza, paciência, investigação psicoemocional e determinação, por parte de profissionais, devidamente habilitados, mas que, sem a ajuda daqueles que com ele ou ela (borderline) convive, fica muito mais difícil este trabalho.   Espero, com toda sinceridade, que este texto possa ser oportunamente útil, quando do tratamento de qualquer pessoa com este tipo de transtorno e, sem maiores pretensões, coloco-me à disposição para maiores esclarecimentos sobre este texto ou sobre o projeto que eu desenvolvo. 

Viver bem é Possível !  -  Projeto Conscientizar

Amadeu Epifânio - Idealizador
                                            

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