Projeto VIVA +

domingo, 14 de março de 2021

BEBÊS SÃO INGÊNUOS ?

Vai sonhando !!!

Já não é de hoje que os pais acreditam que os pequenos são inocentes e ingênuos e negligenciam até mesmo a presença deles, independente do que estiverem fazendo, como discussões em família ou “brincadeiras” na cama, entre outros.  De uns tempos pra cá, a patente da ingenuidade foi trocando de mãos, sem que ninguém percebesse, graças à descoberta inusitada de um novo elemento.  O inconsciente.  Elemento esse descoberto por Sigmund Freud.

Estes inconscientes são responsáveis por administrar toda sorte de informação que fetos e bebês (nascidos) recebem do ambiente (assim como nós). Enquanto ainda feto ou de primeiro ou segundo ano de vida, apenas um (1) inconsciente (O Id), age sobre o pequeno corpo que o abriga, enquanto o Ego espera pacientemente o momento de entrar em cena, tão logo a criança começa a receber sua formação.  Supostamente, ambos inconscientes têm acervos distintos, onde guardam seus respectivos conteúdos adquiridos.

Por ser ainda tão frágeis, o feto não consegue evitar perceber sensações e (após nascido), o bebê não consegue evitar receber o acúmulo de informações, advindas do ambiente do lar (incluindo T V) ou da rua, quando em passeio. É de se esperar que o inconsciente Id absorva toda essa informação em seu acervo e à seu favor, para utilizá-lo quando preciso, para responder aos diversos estímulos recebidos nos três primeiros anos de idade (inicialmente) e, posteriormente no decorrer da vida.

Este inconsciente Id, não conta com uma maturidade muito superior ao do corpo que o abriga, nesses primeiros anos de vida, o que exigirá dos pais, atenção redobrada sobre o feto, na gestação e, não menos relevante, sua fragilidade depois de nascido.  Ambos os períodos são vulneráveis à riscos que podem macular sua integridade emotiva se passar por experiências que ultrapassam sua tolerância sensitiva, associadas aos sentidos de percepção.  Até aqui, muita informação já foi absorvida, através desses sentidos, fazendo agora, parte do acervo.

É facultado do Id, o dever de proteger o pequeno corpo, buscando promover (o máximo que puder), o equilíbrio psíquico do mesmo, para controlá-lo, muito embora em idade e tamanho tão pequeno, tal tarefa torna-se um tanto difícil.  Mesmo assim ainda persiste, porque sabe que quando o corpo crescer, sua dificuldade será ainda maior, pois que encontrará resistência em peso, tão logo o Ego começar a “trabalhar”.  Até lá, o céu será o limite na utilização do seu acervo sobre o pequeno ser.  Isso nos levará às perguntas (muitas delas ainda sem resposta), sobre como o bebê é capaz de fazer coisas (proezas) que até Deus duvida, como escalar berço ou fugir dele, entre outras.

Isso geralmente acontece porque o Id, por não ter muita maturidade, não pressente perigo nem mede consequências, quando para usar o corpo à seu favor.  É como uma criança influenciando outra à fazer arte, sem remorso.  Isso explica a necessidade de maior atenção, assistência e proteção, por parte dos pais e cuidadores, sobre os pequenos.  Explica também o fato deles não serem tão ingênuos quanto os pais acreditavam inicialmente, pois que o Id está sempre alerta ao que acontece ao seu redor (da criança), agindo de acordo com os estímulos, criando desde cedo, uma resistência na educação que se pretende dar.  Será preciso lembrar disso, na hora de educar os filhos.  Saber que briga, gritos e punição acabam sendo faca de dois gumes, que farão parte do acervo do Id, para serem oportunamente usados, pela criança.

A melhor forma de educar os filhos, é enriquecer o acervo do Ego (que é maduro e racional), uma vez que, este é quem terá prioridade em fornecer as respostas ao filho, com o conteúdo que tiver em seu acervo.  Isso pode ser feito com mais empatia, diálogo, barganha, sugerir raciocinar sobre atitudes que tem e falar de “Papai do céu” sempre que possível.  Atitudes afetivas, experiências positivas que geram boas lembranças, são superpositivos, pois ajudarão à amenizar tristezas, quando surgirem.  Fazer parte da vida deles, não deixar que se sintam abandonados quando mais necessitam dos pais.  O Ego consultará seu acervo (superego) sempre que se fizer necessário, antes que seja dado ao Id a tarefa de “ajudar” o próprio corpo.

Lembrem-se que, birras, crises de choro, de raiva, são recursos do Id, indicando que o acervo do Ego anda “vazio”, precisando ser preenchido e que as atitudes das crianças sempre irão servir de termômetro, para sabermos o quanto anda de formação, instrução, valores e princípios. Não esquecer que brigar e punir com castigo, contribui para problemas tanto emocionais quanto psicológicos quando crescidos, como depressão, ansiedade, pânico, alcoolismo e drogas.  Problemas de natureza psiquiátrica, também são consequências de uma convivência austera.  

 

“Não deverão gerar filhos quem não quer dar-se ao trabalho de criá-los e educá-los.”   (Platão)

 

 

Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo – PROJETO VIVA+

 

sábado, 13 de março de 2021

QUER O BEM À SEUS ENTES ?

 LIMPE SEU CORAÇÃO !

http

Se de fato queremos, que nossos entes falecidos, vão ao encontro de Deus, depende dos que ficam, limparem o coração de toda amargura, raiva, desejos de vingança (Disfarçados de justiça), entre outros. Ou deixaremos a alma de nossos entes preso ao corpo, não permitindo que ele se vá. E não é isso que queremos não é mesmo ?


Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo

sábado, 6 de março de 2021

TORCIDAS ORGANIZADAS

 INFÂNCIA E FUROR QUE SE MISTURAM.

Cada vez mais comum e violenta, as torcidas organizadas estão longe de sua extinção. Pelo contrário, estão cada vez mais presentes e agressivas, chegando à ações letais, dependendo da briga, das armas utilizadas para o embate e principalmente, do quanto de raiva interior existe em seus inconscientes (especialmente o inconsequente).

Sim, todo o furor que vemos nestes jovens, já vem sendo guardado dentro do respectivo reprimido de cada torcedor, juntamente com a sensação resultante de cada evento emocional, os quais tenham lhe causado toda sorte de emoções negativas, guardadas e reprimidas, desde a primeira infância. O tempo em que ficam guardadas, depende do ambiente em que vivem e da frequência de estímulos e gatilhos emocionais, que trazem à tona, emoções e sensações desagradáveis, vividas desde cedo.

Tais lembranças (sem saber do que se trata), lhe causam dor e angústia e, quando o inconsciente inconsequente (ID) percebe que seu corpo cresceu e ganhou força e poder (e autonomia), o Id o libera para extravasar tudo que está acumulado, antes que se descontrole e perca seu poder sobre o próprio corpo. 

 Quantos leitores aqui, já assistiram ao filme “O grande Dave” ? Ele não passa de uma grande máquina, controlado (interiormente) por um comandante e um co-piloto e, cujo os mesmos, para ter a máquina sob seu domínio e controle, é imperativo que ela não sofra danos, internos ou externos. Da mesma sorte opera ambos os inconscientes (Ego e Id) sobre nosso corpo, de forma apropriadamente alternada.

Uma criança jamais poderia cometer tais agressões, contra outras pessoas porém, quando ganha corpo, força e “poder”, juntamente com toda raiva acumulada, torna-se como um vulcão entrando em erupção, soltando lava por onde passa, especialmente se provocado por outros em iguais condições. Fazendo outra analogia (se me permitem), enquanto estiver pondo para fora, toda (ou parte da) raiva acumulada, todos em iguais condições portam-se como o Hulk transformado, sendo mantido nessa condição, enquanto a raiva perdurar. 

 Vale lembrar que, por ser (o Id) um inconsciente inconsequente, não veremos externamente, em seu corpo, qualquer sentimento de remorso ou de culpa pelas agressões, sendo ou não graves ou letais, isto porque tais sensações não lhe foram ainda, incorporadas ao Ego (nosso inconsciente racional)

Não devemos crer que, por participar da roda de agressões, todo seu reprimido tenha se esvaziado de toda sua raiva, voltando à tornar-se uma pessoa normal e tranquila. Nem em nossos mais tranquilos pesadelos. Na verdade ele carregará ainda consigo, toda essa carga negativa, aonde quer que vá, até que seja tratado terapeuticamente. 

 Enquanto isso, o que pode ser feito ? O certo seria mantê-los isolados da sociedade, porque nela advém os gatilhos emocionais que o transformam de novo e as consequências dependerão do que encontrar à sua frente, como convivência e ambiente. Nada acontece por mero acaso. Cuidar de filhos, não é bicho de 7 cabeças, mas é preciso deixar fora os dragões, para que nos dediquemos melhor aos filhos.


A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.” (Sigmund Freud)


Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo – 

PROJETO VIVA+ (Blog DEONDEPAREI)