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segunda-feira, 23 de julho de 2012

CRIMINALIZAR O BULLYING  -  É a melhor solução ?

                        O grupo que está escrevendo o novo Código Penal Brasileiro, está propondo, entre tantos pontos polêmicos, a criminalização da prática do Bullying, determinando pena de 1 a 4 anos para o agressor (como se isso fosse resolver o problema).

Criminalizar o Bullying é criminalizar quem o pratica e torná-lo ainda pior do que já está, tendo em vista que não existe neste país (por mais modesta que seja) alguma proposta de ressocialização para jovens infratores.  Eles ficam apenas confinados em celas minúsculas, dividindo espaço com mais 6 ou 8 detentos.  Pode-se imaginar a conversa de botequim que rola entre eles.

É realmente muito cômodo e prático, para o Estado, ficar apenas construindo reformatórios e sem nenhuma estrutura condizente com o que conhecemos por digno, seja para ressocializar ou pelo menos que sirva para não manter as mesmas idéias destrutivas ou vingativas.

É difícil imaginar que alguém, no seu estado normal, seja capaz de cometer agressões contra outras pessoas, por mero prazer.  “Ninguém faz nada se não em razão de algo que o motive”.   O que à princípio pode nos parecer obstáculo intransponível, ou seja, a postura de um praticante de bullying ou as razões que o leva à isso, pode ser usado à nosso favor para solucionar esse mistério e entregar o problema pra quem o criou (à princípio), ou seja, os pais e a família.

Primeiro lugar deve-se substituir a expressão “criminalizar” por “penalizar”, atribuindo aos pais a punição e dever de tratar o filho problemático com terapia, psicólogo ou psiquiatra que seja (para continuar freqüentando a escola).  Escola ou professor não tem obrigação de cuidar do filho dos outros ou ter que aturar (sem causar constrangimento), comportamentos antiéticos que atrapalhe ou impeça o trabalho letivo e a concentração dos alunos.

Quem pratica o Bullying precisa tanto de ajuda quanto quem sofre e ambos precisam de ajuda psicológica.   Se existe a prática do Bullying é porque o problema do jovem, quando surgiu, nem de longe foi resolvido ou solucionado.  Nem se quer se tentou resolver, agravando ainda mais o problema, chegando ao ponto que chegou: quase irreversível. (é possível mudar).

O primeiro obstáculo à ser resolvido é o do preconceito, da criminalização da sociedade, mais social do que penal.  Com certeza um grande obstáculo.   Não estou defendendo os que praticam bullying.  Eles é que são o elo mais fraco dessa corrente, pois quem sofre, sofre as conseqüências de quem já sofreu à muito mais tempo (sem querer desmerecer o sofrimento e o trauma dos que já viveram essa amarga experiência).

Vamos pôr a mão na consciência e encarar o problema como deve ser encarado e fazer pressão para que o Bullying não seja criminalizado, pois vai pôr ainda mais lenha nessa grande fogueira, quase um incêndio sem controle.

Quem pratica Bullying está desorientado, não pensa em estudar, só tumultuar;  está também sem perspectivas e sem referência e a escola está longe de preencher essa lacuna.  É preciso uma Supernanny que saiba promover a paz entre o aluno problemático e seus pais, à ser imposto pela escola ou pelo estado (inclusive os honorários), para a continuidade e permanência do aluno na escola.  Uma medida que trará melhoria para ex-agressor, para a escola e paz para os alunos.

                                                                                          Amadeu  Epifânio
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Viver bem é Possível ! – Projeto Conscientizar
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Somos pelo o que somos.

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