SÃO CONSTITUÍDAS PELO
ORGULHO.
Não importa a idade que os filhos tenham. Sempre serão nossas crianças. E justamente
por essa razão, o zelo pelo psicoemocional deles, faz-se necessário, desde a
notícia da gravidez, pois que o estado psíquico, físico e emocional da
gestante, é muito importante e também relevante, para o bom desenvolvimento do
feto, em qualquer momento da gravidez.
Também na fase uterina (pós-formado), é grande a possibilidade do feto
vir à constituir transtornos, como ansiedade, esquizofrenia, autismo (entre
outros), caso não seja relevado a condição e fragilidade do feto, na sua
primeira fase de vida.
Para que se tenha um crescimento salutar (também no discernimento),
é mister contribuir para que a criança já vá treinando exercer o raciocínio, à
cerca do que acontece à sua volta pois que, criança está sempre irritada, não
por estar sendo provocada de alguma forma mas, por apenas absorver e não
compreender a razão e o que se passa.
Crianças idealizam (para elas) um mundo perfeito e qualquer situação que
saia do “contexto”, gera uma enorme frustração, cuja a sensação resultante
ficará gravado em seu inconsciente, podendo (ou não) vir à influenciar suas
ações, à depender do seu ambiente e vivência, principalmente nos primeiros 3
anos de vida.
Toda nossa história de vida (desde a gestação), está
inserido dentro de nós, como num HD, com uma enorme quantidade de memórias e
informações. Quando uma criança volta à
brincar, depois de ter brigado, recebido uma bronca ou ser posta de castigo,
não significa dizer que ela esqueceu o ocorrido, nem tão pouco a causa. Tais
memórias estão “armazenadas” e local específico da mente (nossas caixas pretas,
lembram-se ?), podendo se tornar latentes ou “enterradas” para o resto da vida. Se as mesmas vierem à interferir, muito
provavelmente será em momentos de elevado consumo de álcool ou por adicção de
drogas, como cocaína por exemplo. Nesses
casos, a memória traumática influencia e a pessoa procura o álcool ou a droga
para esquecê-la. É este o processo que move a dependência de ambos.
Mas drogas e álcool, não são os únicos fatores à causar
problemas, na relação entre pais e filhos.
A falta de entrosamento e de afetividade são, também, fatores que afastam
à ambos e que, a falta de jogo de cintura ou de humildade (em admitir os
erros), cujo os quais poderiam colocar a relação nos eixos de novo,
simplesmente não existe, seja por orgulho, seja pela cultura de sua árvore
genealógica, cujos princípios se baseiam em austeridade como forma de manter a
disciplina (mas não a relação afetiva).
Nos anos 60 ou 50, isso ainda era admissível, porque era comum à muitas
famílias.
Nas gerações presentes, onde o tipo de relação que se tem
com os pais, é inconscientemente e involuntariamente comparado com os de outras
famílias, essa forma arcaica de disciplina é posta em cheque (e mate, diga-se
de passagem). Obrigatoriamente, o
diálogo é o recurso que devia substituir tal postura. O problema é que também não foi muito
trabalhado nas últimas gerações, para que agora pudesse ser uma alternativa
comum, para tratos e reconciliações. Diálogo
não significa apenas sentar e fumar um cachimbo da paz e ficar tudo bem. Dialogar significa perceber no outro, as
razões que colocaram em cheque, a relação entre pais e os filhos, pois somente
desta forma, é que ambos poderão descobrir, o que o orgulho consumiu de ambos,
à ponto de mal se falarem ou nem se virem, se caso se cruzarem, ainda que
dentro da própria casa. E pensar que
ainda tem os que se conformam.
E Pensar também que o orgulho pode ainda, estar mantendo
muitos filhos em cracolândias, tendo de recorrer à “veneno” para tentar esquecer
(por poucos minutos), da falta que lhe faz os pais e que, por estupidez, o
mantém em um Umbral (visão espírita) só que terreno e visível. E olha que não é
da noite pro dia, pra que isso ocorra. É
preciso uma insistência de posturas erradas, inadequadas e inapropriadas, para
que aconteça e, depois de feito (de se estar vivendo de drogas), mais parece
que não há mais o que fazer.
O grande problema da dependência (tanto química quanto alcoólica),
é que se pensa apenas na desintoxicação, para acreditar que está curado. Se desintoxicar é apenas a primeira fase
desse processo pois, que é preciso ainda, expurgar a causa que o tornou
dependente, que só se resolverá com terapia.
Se isso não for feito, mesmo após anos sem consumir à ambos, um simples
contato pode fazer ressurgir o pesadelo, tudo outra vez. Fazendo terapia, esse risco se extingue se, a
terapia for bem sucedida.
Não são só as drogas que estragam uma relação familiar. Individualidade,
omissão, negligência, indiferença, podem causar estragos que, se não forem
sanados em tempo hábil, mais difícil ainda será, repor o casamento e os filhos,
nos trilhos outra vez. Não existe vida
perfeita, sabemos disso. O que existe é a
perfeição que cada família cria para si e mesmo assim, dificultam em
mantê-la. É nesta instabilidade que
habita a insegurança emocional dos filhos, que já questionam seu “amanhã”.
À depender da idade e do seu entendimento, cada idade
reagirá à esta instabilidade, de uma forma específica e, dependerá mais ainda
dos pais, ter o jogo de cintura necessário, para entender que a birra infantil
e rebeldia juvenil, tem a mesma causa e se, não for tratado com o diálogo que
merece, as consequências também não ficarão muito distante, daqueles que já
passaram por isso e ainda aguardam por uma definição, perambulando pelas
madrugadas ou numa cracolândia ou em delinquências.
Claro que para isso ocorrer, deve haver um caráter
progressivo. Tudo começa com uma bola pequena, que vai aumentando à medida que
o orgulho, o machismo ou autoridade materna se mantém (ou piora), na medida que
os filhos pioram. Uma queda de braço em
que todos perdem, não há vencedores nem vitórias, apenas membros (da família)
abatidos, ainda que não admitam e lavam as mãos sem remorso.
Aqui, se o “leite se derrama”, não se vive com o leite
derramado, se tenta recolhê-lo e acolhê-lo.
A Partilha familiar é uma coisa sagrada. Antes de serem pais, são
tutores (espirituais), protegendo e tutelando os que ainda estão iniciando em
sua jornada, devendo ensiná-los à entender a razão da vida e suas adversidades.
Quando se perde como pai (ou mãe), se perde ainda mais como tutor,
sendo uma lição que deverá se repetir (reencarnar), até que adquira a arte de ensinar e a
missão de preparar os que se iniciam.
Professor Amadeu
Epifânio
Pesquisador/Psicanalista