...QUANDO USADA COMO DESCULPA.
Não se pode contestar o
fato, dessa pandemia ter ceifado a vida de milhares de pessoas, em muitas
partes do planeta. Mas não duvido
também, dela estar sendo usada, por alguns, em alguns desses lugares, como uma
desculpa, para fazer, deixar de fazer, de estar perto, cuidar, tratar,
indenizar, pagar, ajudar, se solidarizar, de afastar-se, manter-se distante,
acomodar-se e por aí vai. Uma lista que,
com certeza pode estender-se indefinidamente.
Como psicanalista (que
me tornei como autodidata), aprendi a interpretar as mais variadas reações
humanas, independentes de habilidades, profissões e ocupações que tenham. Estou
dizendo isso porque, o médico que iria operar minha hérnia epigástrica,
desistiu literalmente, na última hora, quando se anunciava a suspenção de
cirurgias porém, apenas as consideradas como de alta complexidade. Não era o meu caso, uma vez que iria ter alta
(e poder ir para casa) já no mesmo dia, logo após o procedimento.
O que houve, na
verdade, foi que percebi em sua expressão, ao ler o risco cirúrgico, um certo
receio, quando de certa recomendação prescrita por meu cardiologista, em referido
documento, dirigido ao cirurgião. Ele
ficou inseguro quanto à realizar(ou não) o dito rito cirúrgico. Foi quando a Pandemia caiu como uma luva,
como a desculpa certeira, para a não recomendação de cirurgias, no que não me restou
outra saída (embora contrariado) se não acompanhá-lo em sua solicitação.
Estou citando um caso
particular, apenas como exemplo, de como algumas pessoas não são sinceras no
que realmente almejam, quando estão diante de um argumento que lhe parece como
perfeito, para saída de uma tangente, quando se deseja “fugir” de um
compromisso certo. Tal recurso se
encontra amparado também, em nosso inconsciente inconsequente, imaturo e
impulsivo, quando a dita fuga passa à ser algo de natureza involuntária. Fato este que não o inocenta, mesmo
involuntário, pois que, se de fato, fosse para fazer o que parecia ser moralmente
correto, não seria um vírus à impedir o ato em si.
Como uma pessoa que, ao
ganhar uma bolada na loteria, também deixa de usar o raciocínio, diante de
vaidades reprimidas à serem satisfeitas, assim a pandemia nos dá o mesmo “poder”,
ao necessitarmos de um argumento que possa endossar uma atitude, cuja qual (de
outra forma) não poderíamos moralmente, eticamente ou financeiramente
esquivar-nos. E não para por aí, não
ganhamos apenas um “falso alicerce”, como também a continuidade de não poder
honrar tal compromisso, porquanto durar a pandemia.
Claro, evidente que
para muitas pessoas corretas, sua tragédia momentânea é algo visível e
incontestável. Em ambas as circunstâncias,
o fator que os separa é nada menos do que a intenção com que se faz (ou se
deixa de fazer) o que era preciso.
Sempre acreditei na afirmação de que, quando se quer muito uma coisa,
tudo concorre para que o sucesso seja alcançado porém, desde que moralmente ético
e correto.
Seja como for, o que
tiver de ser, vai acontecer. Conforme já
mencionei em alguns vídeos que eu mesmo gravei, todas as mortes (nossas
partidas deste mundo), dão-se por circunstâncias alheias à nossa vontade,
elaboradas pelo plano espiritual, à fim de cumprir o cronograma, estabelecido
para todos nós, independente do que somos, fazemos e com que intenção. Quando é
chegada a hora do “embarque”, ninguém perde a viagem. Quanto às intenções, que deixaram à desejar
por alguns, as mesmas serão pesadas e, na justa medida, serão “compensadas”,
também pelo próprio autor, agora livre do peso da influência do corpo, que fora
sua morada, enquanto inquilino do mundo terreno.
A Serenidade Espiritual
é o Fruto Máximo da Justiça. (Epicuro)
Professor Amadeu
Epifânio – Psicanalista Cognitivo
PROJETO VIVA+
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo.
PROJETO VIVA+ Por um Caminho + Seguro.
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