SEGREDOS QUE FEREM E INTERFEREM.
À medida que os meus estudos avançam, vou descobrindo fatos
curiosos, responsáveis diretos e indiretos na interpretação de nossas ações e manifestações, de natureza
diversa e, porque não dizer...infinitas.
Na verdade não é uma descoberta física, mas algo que pode ser utilizado
para entendermos porque fazemos o que fazemos.
Sim, o homem também possui suas próprias caixas pretas,
semelhantes às utilizadas em grandes aeronaves.
Nestas, são registrados conversas entre pilotos e problemas mecânicos ou
eletrônicos. No ser humano é registrado
numa caixa tudo que absorvemos de informação e conhecimento, enquanto que, na outra, experiências emocionais, desde a fase intra-uterina. Isso mesmo, nossas caixas pretas (fictícias)
já estão em nós desde a fase intra-uterina, registrando tudo que se passa lá
dentro.
São esses registros, responsáveis por nossas ações e
emoções, que poderão detectar e explicar, a existência de problemas que muitas vezes, só a
medicina sozinha não consegue explicar.
A caixa que registra experiências emocionais por exemplo, só pode ser
aberta (e com todo cuidado, diga-se de passagem) por um "perito"
psicanalista. Muitas vezes chegamos ao
consultório com nossas caixas pretas avariadas (muito confusos e
desorientados), dificultando num primeiro momento, extrair seu conteúdo. Sim, é um trabalho de perícia e de avaliação
cuidadosa, mas que não precisa, também, levar uma vida inteira para se descobrir o que os fez entrar em "pane".
Nas caixa-pretas presentes no ser humano, dependendo do seu
conteúdo e da pressão que possa estar exercendo (intensidade), começa à
"vazar" e influenciar em nossa vida.
Por exemplo, a caixa responsável por registrar nosso conteúdo de
conhecimento geral, interfere mais no comportamento, enquanto que o conteúdo da
caixa que registra nossas experiências emocionais, interfere com certa
insistência e primeiramente, no nosso temperamento (depois no comportamento),
criando uma verdadeira "fusão" de comando duplo (consciente e
inconsciente), de forma simultânea, gerando problemas como depressão, transtorno
bipolar e outros mais sérios.
O conteúdo dessas caixas, depois de registradas, não pode
mais, ser apagado (enquanto não passar pela perícia de um psicanalista),
contudo, é permitido que novos registros sejam feitos por cima do anterior, com
o propósito de suprimir sua influência, quando de natureza nociva. Não é apenas o que está registrado, que pode
causar danos ao nosso psíquico e à nossa condição emocional mas principalmente, seu conteúdo aritmético, ou seja, quanto mais registro de
eventos nocivos, traumáticos e tensos, maiores as chances deles virem à gerar,
desde um distúrbio psicológico até algum tipo de transtorno psiquiátrico.
Nós temos o poder de buscar melhores "registros"
para que possamos gozar de "viagem" (vida) segura e mais tranqüila,
sabendo agora que tudo que assimilamos pode tanto nos gerar "dores de
cabeça" como tranqüilidade.
Mais do que tratar-se, é preciso saber tratar-se, ajudar-se,
cobrar de si mesmo melhores resultados (não importando o tipo de
profissional). Agora sou eu que
digo: Profissionais estudaram pra isso e
tem o dever de nos promover o nosso bem estar.
Se o paciente não ajuda, é obrigação deles saber com precisão, pedir
ajuda específica ao paciente, para melhor interação no tratamento, tanto com medicação
quanto com análise (em psicanálise) ou terapia (com psicólogo). Buscar um ou outro vai depender do tipo de
conteúdo e quantidade, em suas caixas pretas (memórias reprimidas).
Sabemos definir o que significa termos uma vida (no
mínimo) estável, ou seja, com condições de
tomarmos decisões acertadas e agirmos dentro de um parâmetro de racionalidade. Acima disso, o que ultrapassar,
extrapolar, podemos considerar como sendo influência "terceirizada" de
nossas caixas pretas (inconsciente), afetando nossa navegação e dirigibilidade,
como um GPS defeituoso que só nos leva à lugares errados e perigosos.
Numa primeira fase de nossas vidas, está à cargo dos pais a
responsabilidade no conteúdo das caixas pretas dos filhos, e é à partir deste
conteúdo que nossas crianças começarão à viver e tomar suas decisões. O que
resultar de comportamento (eu diria) não adequado, como rebeldia, pirraças, maucriações,
com certeza terá relação direta com os registros já existentes nas caixas
pretas deles. Pense no efeito dominó,
passado de geração em geração.
À propósito, por falar em geração, a disparidade entre
gerações de nascimento, entre pais e filhos é que também dificulta as relações
parentais, porque, do momento que nasce o pai ou a mãe, até o momento que nasce
seus filhos, muita água já terá passado pelo mesmo rio, debaixo da mesma ponte,
ou seja, realidades diferentes, universos diferentes, padrões familiares diferentes e severamente alterados e mais permissivos do que nunca, que entrará em severo
contraste com tudo que estamos tentando ensinar aos nossos filhos. É uma educação que requer muita paciência e
jogo de cintura. Já há artigos
relacionados no Blog, abordando essas questões.
ProfAmadeu Epifânio
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.