SE NÃO FORMOS TÃO SOBERBOS.
Temos o hábito de censurar e condenar os menores infratores. Mas deixe-me dizer uma coisa.
Nós, adultos, cometemos erros, pelos quais passamos uma vida
inteira, tentando entender ou convencer alguém, que não tivemos a
intenção de fazer algo, que nos tenha gerado constrangimento ou discórdia, perante
outrem. Nós, adultos, cometemos erros,
cujo os quais buscamos respostas para justificá-los e, quando damos, melhor
fosse não ter dito nada rsr.
Todos os possíveis erros, todas as decisões erradas, todos os “up,
foi sem querer”, partiram de um inconsciente nosso, imaturo e inconsciente, que
não pressente perigo nem mede consequências e, sobre o qual (quando age), não
temos o menor controle, restando à nós, somente, lamentar e se desculpar,
depois de consumado. Mesmo não tendo
controle sobre este inconsciente, ainda sim, somos culpados, por fazer o que fazemos. Porque estes erros só ocorrem, por não termos as respostas racionais mais apropriadas ao
momento certo e por não termos aprendido com nossos erros, em ocasiões passadas.
Nós julgamos os menores de rua, mas nos esquecemos do que os adultos
estão fazendo, do quanto estão matando à rodo, sem piedade, as companheiras, os
policiais, os próprios filhos, os próprios pais, os torcedores rivais, os que
não aceitam outra cor de pele, outra religião. De onde acham que vem toda essa
fúria ? Provavelmente de razões que
consideram como justificáveis ao momento deles, quando na verdade, está vindo do
mesmo inconsciente inconsequente. Mas
este, nos dá apenas a forma de revidar.
A raiva e o ódio, ocorreram nessas pessoas, em sua infância, quando
foram abusados, estuprados, espancados, quando viram seus pais serem mortos cruelmente
ou de forma estúpida.
O ódio de uma criança é maior que à de uma adulto, por não poder
compreender o ódio que à machucou profundamente. Quando vemos um adulto sendo cruel, não é
ele, adulto, que está no controle, mas a criança dentro dele, usando o corpo
adulto como instrumento, para machucar à outrem, da mesma forma ou, com os
mesmos danos que sofreu mas, apesar disso, a criança (no adulto) não mata,
porque uma criança não sabe o que é matar.
Mas ela sabe e pode machucar, gerando o óbito por consequência, pelos tipos de lesões.
Como ironia, nosso Código Penal Brasileiro, não diz que é proibido
matar (ao contrário dos Dez Mandamentos escritos por
Moisés). O Código Penal apenas impõe sanções pra quem mata e pela forma que
mata. Mas é tão culpado, os que provocam
em outro ser humano, o instinto de matar.
Eu sou contra ou indiferente, ao controle e porte de armas, para o
cidadão. Não faz diferença o tipo de arma
que portamos, porque não será essa arma que matará, que irá tirar a vida de pessoas e sim, o desejo de matar.
O desejo
de matar pode fazer uso de qualquer instrumento para machucar e lesionar
alguém (até mesmo as próprias mãos, quando estrangula uma pessoa), sendo o
óbito, consequência. Isso nos permite ver, o quanto um ser humano (uma criança) pode guardar dentro
si, de ressentimento. Em parte,
porque os pais não procuram (nem tentam) ter a percepção dos filhos, o ponto
de vista deles, do conceito que criam (em torno dos próprios pais), para agir
como agem, fazendo birras, crise de raiva, de choro, de agressividade, isolamento e até suicídio.
Honestamente, eu não provocaria uma criança de rua, porque não iria
querer ver o quanto de ressentimento há dentro de si, pelas experiências ruins,
negativas ou maldosas, pelas quais já passou e, tudo isso acabaria sendo descontado no primeiro que tentasse lhe causar alguma forma de dano, seja ele moral,
verbal ou físico. Você pagaria pra ver
?
Já reparou o quanto respondemos às
pessoas por ofensas recebidas ? O quanto
revidamos, inclusive fisicamente ?
Porque acha que fazemos tudo isso ?
Porque somos corajosos ?
Não. Porque somos burros, porque
somos limitados, porque nos recusamos à aprender com os erros e as
oportunidades e, em razão disso, nossas respostas (físicas, faciais, verbais,
etc) estão sendo dadas, sempre pelo inconsciente imaturo e inconsequente, como
uma criança de 3 anos apenas. É pra vocês verem, o
quanto somos infantis em nossos atos, em nossas decisões e julgamentos.
Quando Jesus nos disse que do pó viemos e para o pó voltaremos, é
porque não sabemos absolutamente nada sobre nós, do porque fazemos as coisas, o
que nos motiva tanto errar quanto acertar.
O que nos provoca o riso ou o ódio.
Não sabemos nada e assim permaneceremos, até que comecemos à nos
questionar, do porque somos o que somos.
Os que se consideram mais espertos e inteligentes, são os que menos
sabem e julgam ter o controle sobre si mesmos e do que pensam controlar. A ganância, a vaidade, a soberba, a
vingança, são tudo entraves, que nos torna mais infantis do que já somos e muito menos controle das ações, terá sobre si próprio, estando sempre sujeito,
mais à reagir, do que agir favoravelmente, em benefício de si mesmo e também de
outros e isso, é o que todos querem.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-didata.
Contato: https://www.facebook.com/Prof.EpifanioAmadeu