Projeto VIVA +

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

PORQUE FICAMOS ATÔNITOS ?



PORQUE MOMENTOS SÚBITOS NOS ASSUSTAM ?



Pessoal, em um parque aquático que visitei, passei por uma experiência (em uma das atrações), que me deixou perplexo e assustado, num primeiro momento. A atração consiste em receber uma tromba d’água de grande volume, de certa altura.  Mas a sensação que alguns (como eu), já com 60 anos, passa nessa hora, num primeiro momento, é nada mais nada menos que assustador.  

Então (como psicanalista que eu sou), fiquei analisando essa minha reação e, cheguei à conclusão que, o que passou comigo, foi um conflito inconsciente, isto é, uma indecisão que ocorre entre os dois inconscientes que temos (Ego e Id, racional e imaturo respectivamente), em se determinar qual dos dois determinará o tipo de reação que terei, diante de uma certa situação, em que uma resposta súbita é exigida, de forma repentina.  A razão do conflito consiste no fato que, ambos os inconscientes nos governam porém, de forma alternada e, onde o Ego tem sempre a prevalência.

Para sabermos um pouco mais sobre isso, imaginemos o Ego, um motorista habilitado e competente, enquanto o Id, um co-piloto que nem habilitação tem, quase nem dirige, mas que fará de tudo para nos socorrer.  Tipo aquela pessoa com boas intenções mas nenhuma habilidade. rsr  O problema é que existem situações que passamos, como assalto, furto de carro, notícia de falecimento de alguém que nos é importante e demais situações que nos deixam atônitos, num primeiro momento. Mas os inconscientes não são os maiores culpados nessa hora, pois que eles lidam e agem, apenas pela formação e experiências emocionais que recebem ao longo da vida, desde a formação uterina. 

   Já ouviram dizer que existe consciente e inconsciente ?     Esquece !   O que chamamos de estado consciente, nos é dado pelo o que conhecemos por “Livre Arbítrio”, que se traduz na sensação que temos, de estarmos no controle da situação, da nossa vida (quando não, da vida alheia).   Contudo, consideremos o livre arbítrio como uma “fresta” de liberdade, ou seja, momentos raros que temos, que devem ser aproveitados ao máximo (cada minuto), para absorver novos conhecimentos e experiências, que serão extremamente úteis para os nossos inconscientes, como valoroso acervo, para evitar situações de conflitos de jurisdição entre eles e, principalmente, para que as melhores decisões (as mais racionais), sejam sempre tomadas, em momentos de tensão súbita ou extrema.  

Pergunte-se como gostaria de reagir situações de tensão e o que é necessário adquirir, para que tais respostas lhes sejam dadas pelo Ego (não no aspecto vaidoso da palavra), mas no sentido racional de relevância e prevalência da vida, tanto nossa, quanto dos que amamos, quanto dos que ferimos (física ou emocionalmente).  O mundo está ficando egoísta, porque perdemos o interesse de aprender e adquirir conhecimentos úteis, não apenas para usufruirmos, mas para ensiná-los ou partilhar-los.  Em resposta à isso, quem mais nos governa é o “motorista” imaturo, que não mede consequências nem pressente perigo, sempre “rendendo” o Ego porque, este nada dispõe, que priorize o valor ético, moral e espiritual da vida como um todo, não favorecendo que haja nem o conflito com o Id, para que algum benefício próprio lhe seja dado, ainda que para seu próprio amadurecimento.

Livre arbítrio é um recurso para enriquecer nosso Ego, com a melhor formação possível, com os melhores conceitos, premissas, valores éticos, morais, familiares e sua relevância para nós.  Se não dermos destinação útil e produtiva, à tudo que aprendemos e adquirimos, pouca ou nenhuma relevância, terá nossa vida nesse mundo.  Até criminosos dão destinação à tudo de errado que que aprendem e, talvez por isso ganharam o status de “organizado”.   O que precisamos é dar destinação ao que de bom recebermos e, se nem isso formos contemplados, que busquemos então, porque havemos de ser os únicos à acreditar em nós mesmos, antes de qualquer pessoa e, como somos todos, “tomé”, devemos antes, ser, para que os demais creiam (e sigam).

Muitas atitudes que vemos hoje, estão nos deixando atônitos, perplexos, que por não poderem contar com uma justiça justa, agem pelas próprias mãos, sem medir consequências, nem nesta vida e principalmente, para quando estiver na outra.  Não podemos tornar-nos indiferente ao mundo presente, porque é nele que nossos filhos e netos andarão e como ficaremos ao verem sendo expostos, ao mundo que negligenciamos, apenas por acreditar que nada podia ser feito ?  Andarão em eterno conflito, por não saberem no que crer ou qual perspectiva ser, ao mesmo tempo, a mais promissora e menos nociva ou letal.

O mundo exige respostas, soluções, oxigênio respirável, valores para acreditar.  É o mundo se despedaçando, pessoas matando por motivos banais e se matando por não acreditar que seu problema possa ter uma solução.  Crianças continuarão à nascer e a forma delas interagirem com esse mundo, vai depender do exemplo que pudermos passar à elas, por que é isso (e não palavras), que elas seguirão.  Façamos valer o Livre Arbítrio adquirido.  Todos precisamos.



Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador / Psicanalista Auto-didata.

              

Contatos:  https://www.facebook.com/Prof.EpifanioAmadeu