Projeto VIVA +

quinta-feira, 27 de julho de 2017

DEPRESSÃO PODE SER VENCIDA !


- ME RESPEITA QUE SOU DEPRESSIVO !



Não.  De maneira nenhuma é algum tipo de brincadeira.  Pelo contrário, é um momento severo de quem carrega tamanho fardo, especialmente quando se tem parentes e familiares que não veem o problema da mesma maneira (fazendo com que o portador se proteja ainda mais), só que agora usando o transtorno como escudo, inibindo ainda mais qualquer iniciativa de buscar e manter seu tratamento, por não acreditar mais na cura ou na sua estabilização.

Usar o transtorno como escudo é uma nova fase para o portador, motivado pelos “ventos contra” que vem recebendo de muitas pessoas.  O depressivo deixa de procurar ajuda e passa à defender-se dos que não entende sua condição (muitas vezes provocado por eles próprios), através de críticas depreciativas, que deixaram “escapar” aos ouvidos do depressivo, quando ainda criança.

A  depressão é uma briga interna do inconsciente (que vive ruminando as duras palavras que registrou) contra o nosso ego, que busca em nosso acervo algo que possa usar como contra ataque e para conter o sofrimento resultante dessa batalha.

Imagine o nosso acervo como um armário de prateleiras onde pegamos o que precisamos num dado momento.  Nosso acervo, isto é, o que somos, absorvemos e aprendemos durante toda nossa vida, está nessa prateleira à disposição do ego para usar em nosso favor, para conter nosso sofrimento e também a influência do inconsciente (que insiste em nos fazer lembrar aquelas palavras para nosso conhecimento para que de alguma forma o anulemos).  O problema é que ele nos faz lembrar apenas o que sentimos, a frustração de ter ouvido de quem jamais esperávamos (...). 

Se é a influência do inconsciente que está predominando, é sinal que está faltando “produto” na prateleira da “loja” do nosso acervo, que tenha expressividade semelhante à daquelas palavras.   Não nos compete tentar descobrir o que houve.  Por certo, alguma forma de frustração ou decepção de alguém ou com alguma coisa que muito contávamos, que seria fator condicionante para nossa vida e que de repente frustrou-se.   O que precisamos é de encontrar, buscar, subsídios que o ego (nosso administrador emocional) possa utilizar em nosso favor (não apenas uma vez), mas sempre que se fizer necessário.

Assim como nosso computador necessita (não apenas precisa) de um sistema operacional pra rodar, também nós precisamos encontrar alguma coisa para que o ego possa usar em nós, com propósito semelhante.  Espero estar usando de clareza e objetividade em minhas ponderações.   Pois bem, vamos raciocinar, o que podemos usar, que tenha efeito duradouro e que seja ao mesmo tempo determinante ?  Princípios, valores, conceitos morais, éticos, religiosos, Fé...   Na verdade um pouco de cada já temos, mas que está “sufocado” pelo sofrimento e pela dor, como uma rolha que impede o vinho de sair da garrafa.

O que precisamos fazer é escolher um dos “programas” e usá-lo como sistema operacional, trabalhando-o, paralelamente à nossa condição atual (não importa como esteja).  Ser persistente como a dor é persistente, ignorá-la como ela nos ignora.  Um “valor” do qual não abra mão, que não o venda à preço de banana para o sofrimento, tornando-o menos importante.  É uma guerra de peso, onde o que valer mais, é que irá predominar sobre o emocional, podendo favorecer progressiva recuperação.

Um conceito que pode ser adotado para um pontapé inicial é que depressão não é doença, é psicológico (até severo feito doença), mas psicológico, o que nos permite trabalhá-lo para reverter seu efeito devastador na vida de uma pessoa.   Um transtorno que se torna severo não por parecer doença, mas pelo acréscimo de julgamentos refutáveis sobre o problema, advindo de quem deveria mais ajudar que prejudicar. Um transtorno que se torna severo por não conseguirmos entender o seu quadro, sua origem e ação sobre nosso emocional e nossa vida.   Ficamos também perplexos quando uma adversidade inédita cai sobre nós de forma repentina, sem nos dar chance de absorver, deixando-nos quase igual à depressivos.

Consciente e inconsciente pode ser como água e óleo, que embora líquidos, tem características diferentes, propósitos diferentes, quase opostos.  Nosso ego é nosso aliado, mas sem “armas” pouco pode fazer por nós, deixando-o tão vulnerável quanto nós, diante de tamanha influência.

Escolha as armas certas que, não importa o momento seja algo que não abra mão e dê ao “guerreiro” para lutar por você e ganhar essa batalha. 


FAÇA DO EGO, SEU ESCUDO, 

DE SEUS VALORES, SUA ESPADA.


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto Didata

              


sexta-feira, 14 de julho de 2017

DIVULGUE NAS ESCOLAS !


O QUE ME LEVA À BRIGAR ?


O primeiro fator que devemos considerar é que o ato de brigar, discutir, ofender, agredir, representa perda do controle da nossa vontade.  É como se o instrumento que usamos para agredir, de repente se voltasse contra nós, sem conseguirmos contê-lo, para não nos ferir.

Sempre que fazemos algo contra outrem, o fazemos contra nós mesmos. Isso porque não estamos fazendo (agredindo, ofendendo) por nossa própria vontade e sim, para proteger um medo que há dentro de nós.  Vivemos para proteger e alimentar nossos medos, todos nós temos um (ou vários).   Usamos de desculpas e argumentos táteis para ofender à outros, quando na verdade a verdadeira causa está dentro de nós.

Brigar, ofender, machucar, ferir e até matar (ainda que acidentalmente) representa baixa tolerância.  Sinal que estamos nos “explodindo” por muito pouco, o que pode representar perda do nosso auto controle diante de fatos até banais.  É como nos vender por pechincha.  O medo que nos controla, também nos impõe limites (muitos baixos) de suportar o que não aceitamos, levando-nos à explosões de raiva, de chôro, de desespero, com muita facilidade e com muita frequência.

Exposição (emocional) não é sinal de fraqueza, mas de vulnerabilidade emocional diante de situações, da qual não consegue compreender de imediato, pela falta de iniciativa de tentar entender para aceitar para resolver.  Vai requerer mais tempo, mais paciência, mas no fim você sairá lucrando, por não precisar se culpar por ter agredido ou ofendido ou não ser julgado por uma personalidade, que de fato você não tem.

Se nos deixarmos levar por assumir uma personalidade (fictícia) que acredita ter ou ser, a tendência é que irá mergulhar num mundo do qual dificilmente poderá voltar, pois irá cada vez mais, exercer o que acredita ser;  Primeiro por acreditar ser a resposta pra tudo, mais tarde por achar que já avançou tanto, que não tem mais volta.  Pra Deus, sempre há (Ezequiel 19-21).

O que faz parecer um problema ser grande é a forma de como o vejo e, esta forma está condicionada à minha habilidade em tentar entendê-lo, aceitá-lo, tratá-lo e resolvê-lo (ainda que seja adiá-lo.  Pelo menos terá enfrentado).  Quando me recuso de imediato à aceitar algo que não entendo, entrego o controle da minha vontade à uma parte “interna” de mim, que responderá (sem meu consentimento) da forma que julgar mais conveniente, manifestando o que de fato não sou.

Ninguém faz nada se não em razão de algo que o motive (inconscientemente).

Contenha o primeiro impulso, reflita, entenda e então decida.  Por certo a decisão será diferente e menos danosa, tento para si quanto para outrem.  Os que desejarem optar por afrontar, certamente ainda não compreenderam e estão se “vendendo” pela primeira “oferta”.

Ser forte é ser capaz de decidir quando é o momento certo de lutar (e pelos motivos certos).
 
Professor Amadeu Epifânio 
Pesquisador / Psicanalista Auto-Didata