Projeto VIVA +

quarta-feira, 29 de abril de 2020

QUAL SUA VISÃO DE MUNDO ?



COMO SE VÊ ALÉM DE SI MESMO ?


Vou começar este artigo, relembrando a frase do Pensador Fiódor Dostoiévski, quando diz: Se queres vencer o mundo inteiro, vence-te à ti mesmo”.   Esta frase conta com dupla interpretação, isto é, induz o pensamento que devemos nos preparar, quando para nos atirarmos em alguma aventura ou batalha e, a segunda interpretação nos reporta ao interior de nós mesmos, numa viagem nunca antes feita e, muito menos se quer, imaginada.  Vencer à ti mesmo é atirar-se para dentro (não do corpo humano), mas para o interior dos nossos pensamentos, desejos e feridas, todos desejando ardentemente ser expulsos de dentro de suas prisões pois, enquanto lá estiverem, estarão nos incomodando.

Numa ordem cronológica, primeiro ocorre em nós uma ferida de natureza psico emocional.  Em seguida manifestamos o desejo de tirá-la de nós, dada a dor que nos causa. Por último o pensamento, o qual arquitetará a forma de vencer as resistências desse desejo. Não é simples nos livrarmos das feridas emocionais.  A grande maioria as pessoas mal sabem que às tem, muito embora induza à reações individuais, ao mesmo tempo que variadas, com o intuito de exibir ao mundo que há algo de errado consigo, na ânsia de que percebam e nos ajudem, mas infelizmente a humanidade jamais se preparou para este tipo de desafio e acabam também reagindo indiferente às nossas reações (em razão dos sintomas).

Por mais que nos incomode, o ser humano não consegue ser investigativo e tentar descobrir o que está acontecendo (porque nunca foi treinado para isso).  Por isso ele sofre (não pelo o que passa), mas pelo o que não entende.  Desenvolve reações e manifestações que podem ferir à si próprio ou à terceiros de várias maneiras e intenções, proporcionais à concepção que a ferida interior (e invisível), lhe causa.  Muitas são as influências que nos fazem agir impulsivamente, à começar por dentro e estimuladas externamente, através do ambiente que vivemos e frequentamos.  Como passamos a vida, mais reagindo que agindo, não nos sobra tempo para reflexões, para ao menos deduzir o que nos passa.

Nossas feridas são nosso desprazer, as quais não conseguimos nos livrar, por mais que queiramos e tentamos, simplesmente por nos fornecer uma visão diferente do mundo que vivemos.  Para nossa ferida, o mundo não existe por si só mas, para nos atingir e tirar nossa paz e tranquilidade.  Não é uma visão alucinógena, apenas deturpada mas, suficiente para alterar nosso norte em relação à vida que precisamos levar, seja laborativa, social, familiar ou solitária.

Pare o que está fazendo, observe como a ferida se apresenta pra você e defina o que quer, estabelecendo um novo foco (independente de tudo).  Nada haverá de ser maior ou mais relevante que este foco.  Que seja ele contínuo, sem prazo certo para concluir, mas que tenha um propósito, para que sua busca seja determinante e indiferente às resistências que surgirem, para neutralizá-lo.  Se possível escolha mais de um foco com propósito, cuja atenção seja prazerosa (não forçada para evitar a ferida).  É uma ferida psicológica e, para isso, devemos combater “fogo, com fogo”. Cabeça vazia, oficina de nossas feridas e laboratório de reações indesejadas.  Areia movediça.  Por essa razão o foco há de ser de natureza prazerosa, determinante e contínua.

Feridas podem esconder-se no medo, na insegurança, no egoísmo, na avareza, acomodação, autoritarismo, ressentimento, impaciência e tantos outros.  É preciso antes, identificar e reconhecer o problema, para saber como abordá-lo ou tratá-lo.  Identificar a intensidade e as limitações que me impõe.  Aceitá-lo como um vírus, letal apenas à medida que o considero como sendo mais forte que eu.  É hora de fortalecer focos e priorizá-los. Não deve ser considerado uma disputa de território.  Você é seu território, está dentro do seu próprio castelo, portanto mais fácil de agir e manter seus focos.  A ferida se manterá neutralizada e ignorada, não precisando dar nenhuma atenção.  Com o tempo sua mente entenderá (e manterá) o que for mais relevante para manter sua vida psicoemocionalmente estável.  Se não estabelecer seus focos, seu inconsciente escolherá outras opções (indesejadas) para conter os sintomas resultantes da ferida, como álcool, drogas e outros.

Vivemos pela percepção da vida que levamos e da perspectiva de futuro que temos.  Ou seja, nada é definitivo, tudo pode ser alterado e pra melhor.  De várias formas podemos enfrentar nossos temores, primeiro identificando-os e qualificando, depois reconhecendo nossa capacidade em ignorá-lo, focando no que for mais importante. Se não pedimos para ter nossas feridas, não precisamos “fazer sala” pra elas, tendo coisas mais relevante pra fazer e valorizar.  Espiritualmente falando, temos nossas dívidas carnais para enfrentar e resgatar porém, não significa ficar parados e sofrendo por isso.  Muito menos significa uma fulga deste propósito (desde que usemos nossa vida para propósitos certos, produtivos e evolutivos).  Deus nos fez fortes e sábios e é o que nos torna diferentes entre os outros, isto é, o quanto de sabedoria usamos para o bem.

A melhor maneira de ajudar alguém com uma ferida assim, é não censurar e mostrar-se solidário e sincero. Pessoas que passam por sofrimento, podem identificar falsidade à distância.   Alterações repentinas de comportamento e humor, podem ser os sinais, de que essas feridas podem estar influenciando mais do que se imagina.  Hora de procurar ajuda profissional de um terapeuta cognitivo, para tratar, não as feridas mas, as alterações causadas por ela, para não perder o foco pré-estabelecido, lembram ?

Precisamos resolver nossos monstros secretos,

nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta.

                                                    (Michel Foucault)


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.










domingo, 19 de abril de 2020

COMO ERRAR É TÃO FÁCIL !



PERSISTIMOS NO ERRO, SEM MUDAR A ESSÊNCIA.


Já repararam que muitas pessoas passam a vida se questionando, sobre como fizeram algo que hoje se arrependem amargamente ?  E o pior (que nunca se espera) é repetir os mesmos erros, continuar à lamentar-se, até que este ciclo acaba por tornar-se tão frequente, que a pessoa já não lamenta nem se arrepende, só acha normal (apenas pelo fato de não encontrar a tão desejada resposta).   Para não confundir vocês (prezados leitores), vou trazer do inconsciente a mesma explicação, para introduzi-la em nosso dia dia. 

Desde criança, já com certo grau de entendimento desenvolvido, a convivência em família, com o passar do tempo, vai formando em nós, conceitos à respeito da mesma (como um todo), de cada membro separadamente e dos colegas da escola onde estuda.  Tais conceitos, em nossa cabeça, são como uma fórmula matemática, formando apenas a fórmula, enquanto nas experiências diárias, introduzimos os valores correspondentes.  Em cada ambiente (casa, escola, irmãos, amigos, etc), desenvolvemos “fórmulas diferentes”, as quais serão difíceis de mudar, isto é, mudar os conceitos, por causa da constância com que os acontecimentos ocorrem, com muito poucas alterações, que passam despercebidas.

Pois bem, os conceitos que criamos em torno de algo, alguém, etc, influencia as decisões que tomamos, tomando pela velha regra do “Pau que nasce torno, não muda”.  São conceitos que podem nos afastar socialmente e até familiarmente, mesmo morando debaixo do mesmo teto.  A fórmula nunca muda e permanece latente o tempo todo. Para fazê-la mudar (se nociva), dever-se-á ser feita pelo ambiente e pessoas (objetos do nosso conceito), visto que os mesmos, foram criados aritmeticamente com o tempo e pela “persistência” dos fatos.  Espero estar me fazendo entender.

Uma aplicabilidade do que estou dizendo, consiste na hora de atravessarmos a rua, isto é, sem saber (valendo-nos de um cálculo físico), calculamos aproximadamente a massa e a velocidade de veículo que vem em nossa direção, em relação com a nossa massa e velocidade, para atravessar a rua.  Em 80% por cento das vezes acertamos o cálculo e não somos atropelados rsr.  Contudo, a fórmula que criamos em torno de familiares e demais pessoas, tende à passar por algumas oscilações, quando mesclamos nossas fórmulas com às de outras pessoas, incorrendo em correções, cujas as quais poderão melhorar ou piorar minha forma de pensar e de agir, podendo alterar inclusive, meu próprio destino.

Para que esse tipo de problema não ocorra, podemos sim, criar fórmulas e conceitos mas, que os quais tenham por fundamento princípios válidos e produtivos, que não venham sofrer alterações, não importando o lugar ou tipo de pessoas que conviva ou frequente, mas que se mantenha acima de tudo, para que nossas ações e pensamentos nos leve sempre para lugares que promova harmonia, estabilidade e segurança.  Na verdade já não mais podemos chamar de conceito mas, de princípio (mas que ainda sim será feito uma fórmula que não se alterará, não importando as variáveis).

O momento que vivemos e passamos (com a pandemia do coronavírus), nos cobra ainda mais este princípio fixo, para nos salvaguardar, bem como das pessoas que amamos. O mundo passa por transformações e todos estão confusos com a variedade e procedência de informações, advindo da população, da mídia e dos governantes, não havendo por parte de nenhum deles (ou de dois que seja), a unanimidade necessária para seguirmos, razão pela qual, faz-se mister constituir nosso próprio princípio, o qual há de prevalecer sobre a inconstância dos mais variados canais de informações, tanto em nosso país, quanto no Exterior.  É justamente a falta (ou falsidade) de informações, que põe a humanidade em rota de colisão com o vírus, se infectando por irresponsabilidade e negligência de muitos.

Havemos de nos perguntar: “O que queremos para nós” ? (incluindo familiares).  A resposta à esta pergunta, ajudará à complementar nosso princípio, conceito e fórmula, para nos assegurar das inconstâncias da vida e manter nossos amados em plena segurança.  Jamais nos deixar levar pelas corredeiras das decisões levianas, que arrastam multidões e que, por ser de grande maioria, acabam atraindo milhares de indecisos, os quais carece de formar seus próprios princípios, que os assegure e os mantenha mentalmente saudáveis.

Monte sua fórmula, que se mostre inabalável diante de desafios e adversidades letais e também destrutivas (familiarmente falando).  Todos conhecem a principal proteção contra este adversário comum à humanidade e que somente por unanimidade, este mal poderá ser contido e eliminado.



         “Uma Tripulação unida é a certeza de uma viagem segura”.

                                                (Professor Amadeu Epifânio)











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sexta-feira, 17 de abril de 2020

COMO IDENTIFICAR O LIVRE ARBÍTRIO ?



ONDE O ENCONTRAMOS NA SOCIEDADE ?



Falar em livre arbítrio nos reporta à religiosidade e o compromisso de Deus em não interferir nos atos humanos (produto de sua criação).  Eis aí um paradigma que podemos usar neste caso. Se por um lado Deus não interfere sobre sua criação porém, quem sabe Deus não esteja nos dando uma dica de como conduzir a criação dos nossos filhos ?  Se dermos aos filhos todas as respostas que eles precisam, como irão aprender à buscar as suas próprias ?  Não seria essa a forma de respeitar o livre arbítrio deles ? 

Respeitar livre arbítrio significa permitir a liberdade de agir, que pode envolver desde pensamento, sentimentos, perdas pessoais e familiares.   Pessoas nessas situações costumam ficar irritados (uma forma de reação por não entender o momento).  Entender o momento, significa não fazer pouco caso, não julgar, não achar que merecia ou coisa do tipo, porque isso só provocará ainda mais a ira desta pessoa, sendo ela capaz de ferir para fazer calar uma ofensa ou uma crítica.

Respeitar livre arbítrio pode significar o nosso silêncio, quando teríamos a chance de dizermos tudo que pensamos para uma pessoa porém, valendo a regra do... “Quem revida perde a razão”, respeitar nosso próprio silêncio pode nos poupar de sermos mal interpretados e também condenados pela sociedade, à uma fama que só iremos adquirir se disser o que não é pra ser dito.  Alguém disse uma vez que, o silêncio vale mais que mil palavras.  Devia saber o que estava dizendo, colocando-se em situação tal, que o fez refletir e proferir à si próprio esta regra.

Se pararmos para refletir, veremos que, independente do que Deus nos tenha permitido, cada dia fazemos uso, mais do livre arbítrio  (libertinagem) do que da arte de raciocinar e refletir se, de fato devemos ir ou fazer o que nos propomos.  Todo ensinamento tem origem numa experiência anterior e pregressa, que deveria nortear nossas ações e sentimentos, para que os mesmos não nos condene à atitudes que nos leve ao arrependimento.  Por essa razão que é aconselhado:  Respeite seu próprio livre arbítrio, que pode não significar proibição mas sim, ponderar, relevar, antes de agir, à fim de certificar-se que, as consequências não serão tão desastrosas.

Outro livre arbítrio está em deixar nascer uma vida.  Isso mesmo, estou falando de aborto.  Também me refiro à mães que não desejam ter seus filhos (por qualquer razão que seja) e acabam descartando-os, jogando no lixo em sacos ou caixas ao relento, cobertos por qualquer pedaço de pano. Isso não é respeitar, mas condenar a existência, apenas por existir.

Uma única atitude de Deus tem diversas aplicações no dia dia e, nenhuma delas, objetiva nosso prejuízo, porque sempre haverá um propósito pré estabelecido e as melhores ações serão agraciadas, enquanto que as más, não merecerão o apreço de Deus, quando deixar esta vida.  Respeitar o próximo é respeitar à si próprio pois, tudo que fazemos pode ter “retorno” aqui mesmo ou na outra vida e lá, não existe negociação e o julgamento é feito por nossas próprias ações, enquanto encarnado.

A vida está prescrita para se cumprir o que está estabelecido para quem à vive. Fazer interromper a vida é prejuízo para ambos e pior para quem provocou.  Muitos agem pensando que a vida acaba aqui mesmo, que não se estende depois da morte.  Esse tipo de pensamento cria acomodação e senso de impunidade, como se nada o fizesse pensar no que fez.  É certo que terá de corrigi-lo e, mais do que isso, dependendo do caso, ainda escolherá ele mesmo, a forma que será feita, quando reencarnar (ainda que não se lembre).

Para os que sofrem nas mãos de pessoas más, saiba que, em parte está se cumprindo o que foi determinado, para corrigir erros passados e, saiba que, aquele que e exerce a maldade, o faz sem pensar no princípio de evolução espiritual que, neste caso, ainda faltará passar outras vidas, até que “caia a ficha” do que fez e do quanto precisa “passar” para aprender e crescer.  Duas vidas (espirituais) em processo reparativo e evolutivo.

Por isso a vida é essencial, como condição intrínseca para se cumprir o que foi previamente estabelecido (antes do encarne).  Como já havia dito antes, o corpo é como um imóvel alugado, que deve ser preservado e respeitando seu arbítrio livre, até o último dia de locação.  Afinal, ninguém gosta de ver seus senhos e projetos abortados não é mesmo ?

O primeiro à respeitar o livre arbítrio é quem os criou, isto é, Deus.  Mas Ele o respeita objetivando sua confiança em nós, esperando que, por livre vontade, sempre volte-mo-los à Ele, toda vez que uma injustiça tornar-se uma tarefa difícil de entender.  Em tudo há um propósito que move nossas intenções (nem sempre de caráter solidário).  É preciso entender que ficar distante de Deus é como ficar longe de casa e sentir-nos inseguros e (como numa matemática elementar), quem não sente segurança, sente medo. E é justamente este medo que leva as pessoas a agirem de forma imprudente e impulsiva.

Ouvi, no meu primeiro dia da faculdade de direito (não concluído), uma frase quase profética que dizia:  “Para vivermos em sociedade, é preciso abrir mão da própria liberdade”. (desconheço a autoria).  Ou seja, não podemos sair por aí, fazendo o que queremos, em qualquer momento.  Não respeitar o espaço e ambiente alheio, é o mesmo que levantar uma parede que nos impede de prosseguir e às vezes, por um caminho sem escolha, onde somos obrigados à nos redimir com quem ofendemos, para que ao menos, uma porta seja aberta, para seguir.  Mas a “parede, continuará erguida”.

“Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos”.  (Jean-Paul Sartre) 




Professor Amadeu Epifânio - Pesquisador/Psicanalista Auto Didata.