Projeto VIVA +

terça-feira, 31 de março de 2020

A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS !



QUE LEGADO ESTA AÇÃO NOS DEIXOU ?



Sempre ficou marcado nos fiéis, a ideia que Jesus morreu por todos nós.  De fato isso pode ter sido verdade.  Outra ideia é a de que ele morreu, para apagar (ou pagar) nossos pecados.  O que não deixa de ter uma ponta de verdade mas, em ambas as circunstâncias, pesa um legado muito mais significativo para todos nós.

Acreditar que Jesus tenha morrido por nós, deixa aberto a concepção de criar uma “zona de conforto”, do tipo que não seremos mais condenados, porque alguém já cumpriu a nossa pena.  E é tão forte essa concepção que, quando vamos nos confessar, nos sentimos vazios de pecados ao voltar, podendo repetir os mesmos erros, mais de uma vez.

O que na verdade, Jesus fez por todos nós, foi sacrificar-se, em vez de morrer por nós.  Se pararmos para analisar essa palavra (sacrifício), significa dar algo por alguma coisa ou à alguém.  Ou seja, literalmente “perder” algo, em detrimento de um propósito maior que a nossa própria vida.  No caso de Jesus, ele perdeu (cedeu) sua carne, para continuar vivo em espírito, conforme ele mesmo disse à Deus, segundos antes de morrer.

“Pai, em tuas mãos eu ponho o meu espírito”.

Jesus tinha 33 anos quando morreu.  Portanto, ele tinha uma vida longa pela frente, para propagar os ensinamentos de Deus ao povo.  Contudo, esse trabalho não foi interrompido pela crucificação, ele foi interrompido pela incredulidade do povo, à quem ele pregava incansavelmente. Mesmo os apóstolos não acreditaram na sua ressurreição, quando retornou dos mortos.  Pedrou virou-lhe as  costas quando morreu, precisando um galo cantar pra que lembrasse do seu abandono.  Tomé só acreditou quanto pôde tocar o corpo e as feridas dos pregos.

No momento que pilatos mandou o povo escolher, quem deveria libertar, sem pestanejar, foi escolhido Barrabás, como a pessoa que, inconscientemente representava a revolta do povo contra os romanos e sua tirania, em vez de escolher à Jesus, como aquele que poderia representar a paz de espírito, que todos nós buscamos incansavelmente.

Enfim, estamos buscando, como consolo psicológico e espiritual, qualquer ideia na qual se identifique com seu estado emocional inconstante, instável e arredio, motivado pela estagnação cultural, da qual pensa ser suficiente para compreender as injustiças da vida, cuja as quais não aceita e repudia, em vez de buscar compreender.  Quando olhamos a imagem de Jesus crucificado, deveis lembrar do sacrifício que ainda não fez por ninguém, à começar pelos filhos, maridos, esposas, pais, entre outros.

Todos os dias, sem saber, colocamos todos eles na balança para testar seu valor, em relação ao que conquistamos e sobre os mesmos nos recusamos abrir mão, porque foi conquistado com muito suor. 

Mas então fica a pergunta:  O que estamos de fato, pondo na balança ?  Valor material, sentimental, paternal, maternal ou filial ?  O que podemos abrir mão para salvar um familiar ?   Quem sabe Deus não nos coloca na mesma condição que Abraão, quando se viu na obrigação de matar o próprio filho, para mostrar seu amor incondicional à Deus e, quando provado, a criança também foi poupada.

Religiosidade, não pode ser levado ao pé da letra, porque foi escrito à mais de 2000 anos atrás, razão pela qual requer interpretação, isto é, que a ideia seja trazida para os nossos dias e conciliada com nosso cotidiano.

Não demorará muito e deveremos fazer a escolha mais importante de nossa vida, que será descobrir e diferenciar o falso, do verdadeiro Cristo.  Que critério  devemos adotar, para saber escolher e não sermos enganados e ludibriados ?   Está na hora de começarmos à colocar os bens materiais na balança, porque seu peso poderá nos enganar na hora de escolher, porque as medidas serão igualadas (se prevalecido os bens materiais).  Isso dificulta e confunde os critérios, na hora de fazer a escolha certa.  O essencial é a referência, enquanto o excedente (o supérfluo), nos exclui da legião que serão salvos.  Dai à César o que é de Cesar e à Deus o que é de Deus, lembram disso ?

             Estejais preparados (com o pensamento e a fé voltados somente para Deus) porque não sabeis a hora em que virá o ladrão (de vidas).  Deixai de lado as imagens dos santos, porque apenas Deus é Santo.  Os ditos santos, são apenas pessoas comuns, que colocaram sua vida ao serviço de Deus e deles, havemos de guardar somente as “palavras”.  Não deixe que o peso da imagem seja maior que o dos seus ensinamentos.  Deus não tem imagem, porque Ele é espírito (como afirmou Moisés, quando desceu do monte sinai pela primeira vez), quando Deus o ordenou livrar seu povo do cativeiro. 

Não se tira alguém do seu “cativeiro”, orando para que outro o faça.  Se Deus o escolheu, por sua habilidade e capacidade, que seja você à salvá-lo do jugo.

“O homem é a medida de todas as coisas.”      (Protágoras)

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto didata.










sábado, 28 de março de 2020

A FORÇA DO IMAGINÁRIO...



....NO PODER DA ANSIEDADE.


Ansiedade não é “privilégio” apenas, das pessoas que tem o transtorno correspondente.  Todos nós, vez ou outra, manifestamos um pouco dessa força, ao se deparar ou depender de algo ou de alguém, uma resposta, à qual julga ser crucial para o momento que está passando.  É tão forte essa dependência, que passamos à imaginar infinitas possibilidades, seja pela  demora (ou pela negativa) da resposta.

Para cada tipo de transtorno, há dois tipos de sintomas, qual seja  o decorrente e o consequente.  Eu diria até que, para cada um, podemos usar uma abordagem terapêutica específica, tais como:  Para o sintoma decorrente, pode ser indicado como melhor opção, a terapia tradicional ou análise psicanalítica.  Agora, para o sintoma consequente, a melhor abordagem é a Terapia Cognitiva Comportamental.

Nesta segunda abordagem, é indicada a TCC, em razão dos sintomas agirem diretamente sobre a atividade cotidiana do portador, como por exemplo, o medo de fazer ou não fazer o que é preciso, por causa do transtorno.  No primeiro caso, é sugerida a terapia tradicional, porque ela trabalha na causa dos sintomas consequentes, o que nos leva à um aprofundamento inconsciente do paciente, exigindo abordagem específica.   Os tipos de abordagem obedece o tipo de problema que é apresentado.


É bastante comum, portadores de ansiedade, angariar sintomas e causas, à fim de tentar nomear o que não entende, buscando amenizar seu contínuo desprazer. Entre alguns desses itens, é comum os portadores de ansiedade dizer que possuem ou estarem com:

Expectativa
Nervosismo
Insegurança
Medo
Instabilidade Emotiva
Desespêro
Crenças não existenciais
Arritmias cardíacas
Etc.

Sintomas decorrentes são aqueles provocados diretamente pelo transtorno, como descontrole emocional, irritabilidade, agressividade (quando os presentes não acreditam nos sintomas que ele sente).  Sintomas decorrentes geram sintomas físicos, como sudorese, palpitações, sensações cardíacas graves, pavor, entre outros.  Sempre costumo dizer que vivemos para alimentar e proteger nossos medos inconscientes (em versões conscientes).  Alguns medos se referem à:

Medo do que tenho
Medo do que me provoca
Medo de machucar pessoas
Medo da forma que me deixa
Medo do que não me deixa ser e fazer
Medo de não poder trabalhar
Medo de não saber lidar com pessoas
Medo de lugares fechados
Medo dos patrões e perder o emprego
Medo de perder a família e os filhos
Medo da autoridade alheia
Medo de sair de casa e até da cama
Medo de não lidar com o medo dos filhos
Medo de sentir medo

O medo é dominador, porque age por coação.  Tentamos buscar a razão da sua existência, mas sem sucesso.  Ele também é consequente e, como tal, precisa de uma abordagem terapeuta específica, como a TCC.  Isto porque apesar de ter uma causa inconsciente, suas manifestações são presentes e perceptíveis, o que torna a pessoa ainda mais temerosa, em razão dos outros saberem que está com medo.

A melhor abordagem é transformar o lado obscuro do medo, tornando-o instrumento positivo e libertador de prudência, ou seja, não mais deixar de ir à um lugar, por medo mas, por ser mais seguro e prudente.  Tomar as rédeas do medo para fazer o que é preciso, necessário, produtivo e educativo, evitando se deixar levar por um inconsciente que não mede consequência e que, em razão disso, coloca-o(a) em iminente perigo ou em constrangimento social.

Precisamos parar de imaginar o pior, acreditando que, o que tiver de acontecer, vai acontecer;  que notícia ruim é a primeira que chega (independente de sua ansiedade).  Faça uma lista de tudo que pode não ser, antes de começar a pensar no que acha que é.  Por exemplo, a pessoa que esperamos notícias, pode ter esquecido o celular em casa, pode estar carregando, pode estar apenas no vibrador e por isso não ouve sua ligação, pode ter sido roubado ou furtado.  Enfim,  mil coisas podem não estar acontecendo, enquanto imaginamos o pior.  Pensar no pior é sintoma consequente e perturbador e, não precisamos passar por tal situação, por causa de uma (grande e enorme)... incerteza.   Certo ?     Para reflexão, deixo o pensamento:


O QUE NÃO PROVOCA MINHA MORTE, FAZ COM QUE EU FIQUE MAIS FORTE.

                                                                                                      (Friedrich Nietzsche)




Professor Amadeu Epifânio

Pesquisador/Psicanalista Autodidata.











domingo, 22 de março de 2020

SE QUERES VENCER O MUNDO...



VENÇA-TE À TI MESMO.  (Renné Descartes)



Eis o maior desafio do ser humano nesta última década.  O ser humano pensa...pensa...pensa, mas nunca sai do lugar, da sua zona de conforto, porque tem medo de dar o próximo passo, no desconhecido, em lugares e momentos que o apavoram, por nunca ter estado lá.  Já mencionei em outros artigos que, vivemos para alimentar e proteger nossos maiores medos, 99% deles inconscientes, enquanto apenas 1%, são palpáveis ou coincidem com o medo inconsciente.  

O medo impressiona, quando não aprisiona, mas que nem mesmo assim impede as pessoas de se atirar ao desconhecido, como por exemplo, beber sem conhecer sua (in)tolerância alcoólica e o mal que ela pode causar, sempre achando que os males só acontece com os outros (até descobrir que atingiu a compulsão).

À propósito, uma pergunta:  Você pode dizer que conhece seus limites ?  Sério ?   Senão vejamos.

Qual a sua tolerância para dores ?  dor de dente, enxaqueca, cólicas...

Qual sua tolerância para tristezas ? Um ente contaminado...  

Como lida com preocupações ?  Filhos que não dão notícias, covid-19...

Como lida com provocações ?  Raciais, políticas, esportivas, religiosas...

Como lida com sofrimento ?   Alguém que já se foi pelo vírus...

Como lida com a angústia ? Notícia que não chegam, notícia ruim... 

Como encara as perdas ? Materiais, pessoais, rompimentos...

Qual sua tolerância alcoólica ?  É + curioso que cuidadoso ?  


Em razão desses fatores, vamos encontrar muitas pessoas angustiadas, desesperadas, sem foco, agressivas, depressivas, violentas, homicidas, sem perspectivas, sem moral nem ética, tirando a própria vida e à dos outros (quando se matam depois de matar).  Cada vez mais, estão matando por razões banais e a vida valendo cada vez menos.   Isso porque o ser humano está mais, reagindo que agindo, está pensando cada vez menos e tomando atitudes impulsivas com maior frequência, por considerar que sejam respostas rápidas e eficazes ao problema pelo qual passa.  O remorso e o arrependimento vem depois.
Livre arbítrio (para os que conhece) nos permite escolher apenas a direção, o caminho é consequente.  Por mais que saibamos as consequências, ainda sim muitos se atiram (como pessoas que não respeitam o isolamento e quarentena) acreditando que nunca serão contaminados. Sem contar que existe a consequência da consequência, isto é, pessoas que contraíram o vírus e sem saber (durante o período de encubação), acabam passando para outras pessoas e até para os familiares.
Podemos sempre, escolher outra direção, mas levaremos conosco (espiritualmente) as consequências dos nossos atos.   Estamos neste mundo para a nossa evolução, para sair da nossa estagnação cultural, interrompida em razão de uma grande maioria que pensam diferente e errado (feito uma correnteza) cuja força parece ser difícil de conter.  Isso porque não estabelecemos nossas metas e propósitos, para fugir dessa correnteza e nortear nossa vida e das pessoas que amamos.  
Se quiser ter moral para ensinar, precisa estar um passo à frente.  Por essa razão (para alcançar um estágio que o permita transmitir ensinamentos e ser ouvidos), estude, pesquise, explore sua criatividade, conheça, se informe, se oriente, conheça à si próprio, seus limites, saiba o que acontece no mundo e até, dentro da sua casa e com seus filhos.
Todo esse estudo eleva o entendimento de si próprio, facilita a compreensão dos fatos, contribui para o discernimento da vida, facilitando sua interação.   Pensemos numa coisa:  Qual a origem dos nossos conflitos ?  Está na concepção que eu faço dos problemas e da minha inabilidade em resolvê-los.   Devemos “quebrar”, fracionar, lapidar os problemas, para que perca sua força e o impressionismo e possa ser resolvido.  
Problemas são como diamantes brutos e só terão valor de aprendizado, quando aprendermos à lapidá-los.  Não ocorrendo isso, afetará nossos conceitos.  Se persistir em não resolver, afetará nosso temperamento (mudando nosso humor habitual).  Persistindo, afeta a personalidade, sendo bem mais difícil reverter a visão pessimista e derrotista que passamos à ter, tornando-nos vulneráveis ao álcool, drogas, depressão, isolamento e até suicídio.
A vida é uma grande sala de aula, cada pessoa nos impõe uma disciplina, a vida nos dá os testes e, se não conseguimos uma boa “nota”, viveremos reprovados e forçados à repetir tudo outraves.  
É o que você quer ?  Vencer à ti mesmo, é auto-conhecimento.


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata