SOMOS TODOS IGUAIS !
Ninguém que seja portador de transtorno, pode
considerar-se doente. Vivemos uma vida louca, instável, consumista, corrida,
capitalista, tensa e, porque não dizer, também doente, por não conseguir lidar
com desafios e adversidades que a vida impõe à todo momento, não dando tempo pra
parar, pra refletir, pra tentar entender e desta forma, saber aceitar para
sofrer menos.
Quem tem transtorno (mesmo os mais severos) não
pode se sentir isolado ou abandonado por pessoas que os rejeita, apenas por não
conseguir ajudá-los. É sempre mais fácil julgar que ajudar; fugir, do que
assumir a tarefa de ser solidário. Somos
todos doentes de alguma forma, mas nos julgamos sadios quando batemos de frente
(não com a pessoa com transtorno), mas apenas com este último. Mal temos condições de lidar com os
problemas, mas não usamos os mesmos para aceitar que existem outras pessoas
também com problemas, melhores ou piores que os nosso.
Com o mundo se despedaçando, ainda não é o
bastante para repensar nossa vida e assumir que também precisamos de ajuda, que
embora não seja transtorno, nos causa problemas como se fosse, problemas que
também começaram lá atrás, na infância e afloraram agora na adolescência ou
fase adulta e cujo os quais não conseguimos entender porque eles existem e
quando começaram. Existe uma legião de
pessoas (portadoras de algum transtorno), que podem se sentir sadios, diante de
uma multidão que não aceitam o porquê dos problemas parecer persegui-los.
Voltem-se para dentro de si e comecem à se
questionar e investigar como os transtornos e problemas começaram. Sejam honestos e humildes consigo mesmos e
não parem enquanto não tiverem uma causa plausível. Lembrem-se que os problemas (a grande
maioria) está sendo manifestado por um inconsciente infantil, que está usando
de verbalização mímica, para tentar transmitir o recado, de que quando éramos
crianças (de até 5 anos), passamos por uma experiência que nos deixou
traumatizados, de maneira peculiar para cada um, mas o suficiente para nos
perturbar agora que crescemos.
Se necessário, devemos procurar ajuda
terapêutica, tais como os que tem transtorno, para entenderem sua realidade
(que não é diferente) e, quem sabe até, precisar tomar remédios fortes, à fim
de conter os efeitos desse trauma. Sim,
embora não sabemos, podemos ter “pendências” psicológicas ou até psiquiátricas,
as quais nem nos damos conta ainda, simplesmente porque não procuramos ajuda
terapêutica, seja psicanalista, psicólogo ou psiquiatra ou outras linhas de
terapia, à fim de tentar entender o que tem.
Portadores de transtorno também passaram por
momentos que não souberam lidar e por isso, ficou guardado dentro num lugar
chamado reprimido, à espera de crescer para manifestar-se, porém, apenas com
intuito de relatar o que houve, ainda que de forma não muito clara. Em vez de “pirarmos” com essa estranha forma
de comunicação, devemos parar para tentar decifrar, o que nosso corpo está
tentando nos dizer.
Nossa cabeça, muitas vezes, se comporta como um
vulcão ativo, prestes à jogar “lava” (se explodir) sobre os outros, não aceitando
conselhos nem censuras e se isolando cada vez mais, porque ninguém aguenta
ficar perto de alguém, que mais parece estar com bipolaridade o tempo
todo. Não dá pra julgar ninguém,
enquanto nos portarmos como se estivéssemos com o mesmo problema e mais, sem
iniciativa para procurar ajuda, seja terapêutica ou com amigos (se é que ainda
os tem).
Se formos solidários com os que possuem
transtorno, encontraremos respostas (e até soluções) para os próprios problemas. Isolar-se não resolve. Se vai tornar-se ocioso, ocupe-se de ajudar à
quem precisa, pois estará ajudando à si próprio. Pense naqueles à quem já
machucou com sua postura e personalidade, saiba que será difícil para eles,
voltar à olhar pra você com os mesmos olhos de antes, chegando à se afastar de
você. Vai ter que soar a camisa para
tê-los de volta, como antes.
Aos portadores de transtornos, não se sintam
mal com os que não conseguem ajudá-los, pois que o fazem, apenas por não
entender o que tem. Se ao menos
emprestarem os ouvidos, já será de grande ajuda não é mesmo ? Cada pessoa possui habilidades para ajudar de
alguma forma. Só precisamos descobrir
qual.
Cada
adversidade, cada fracasso, cada dor de cabeça carrega consigo a semente de um
benefício igual ou maior. (Napoleon Hill – Escritor)
Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo