Projeto VIVA +

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O SEMBLANTE DO FALECIDO !

O Semblante do Falecido        


                         Juvenildo era um cara simples.    Vivia com a mulher e a cunhada. As irmãs metralhas da vida do pobre, que viviam infernizando o coitado, só porque ele havia recusado uma boa quantia em dinheiro, oferecido por sua mãe, dizendo não precisar, porque era feliz do jeito que estava.
                        Certo dia Juvenildo atende ao telefone.    Era sua mãe, Dona Perpétua.    As irmãs metralhas pegam logo na extensão.
                        A mãe de Juvenildo mudara de estratégia, oferecendo agora a mesma quantia como herança e como um bom filho que é, Juvenildo não pode dizer não.     Mas havia uma condição.     Dona Perpétua sentia que o filho não era lá muito feliz com a mulher e, embora sempre negara, a mãe resolveu ir visitá-lo para checar pessoalmente e, dependendo do que iria ver, ela o poria ou não no testamento.
                        Para Juvenildo não fazia muita diferença, mas, para as irmãs metralhas sim, fazia muuuiiita diferença.
                        Tão logo desligaram o telefone, Juvenildo foi para a roça, como faz todas as manhãs, enquanto a mulher e a cunhada mancomunavam como iriam receber a vultuosa soma de herança, porque havia um grande obstáculo atrapalhando os planos.    O marido.  O pobre era magro de dar dó.  Pele e osso praticamente.    E não era por falta de dinheiro não, porque a pensão do Juvenildo dava pro sustento.   Era má vontade da mulher de dar uma comida melhor pro marido (o que sobrava no prato da cunhada).
                        A mulher então, pensando em vóz alta, assustou até a irmã,  que já não valia grande coisa:

-       Esse miserável vale mais, morto do que vivo. (murmurando)
-       O que é que você tá dizendo ?
-       Isso mesmo que você ouviu.
-       Você enlouqueceu ?   Quer nos botar na prisão ?
-      Que prisão coisa nenhuma.    Não podemos apresentá-lo pra mãe dele,       com essa cara de doente, quase moribundo.
-       E o que vamos fazer ?

-       Vamos colocar um veneno da comida dele.   Ele enfarta e depois chamamos o coveiro para dar um enchimento nele e um semblante de felicidade no rosto e pronto.   Fazemos uma representação e a mãe do pobre vai ficar com tanta pena que vai deixar testamento, dinheiro, cartão de crédito e tudo mais.

-       E agora, o que faremos ?
-       Vamos procurar aquela velha que todos chamam de bruxa, que mora lá no alto do morro, que faz porções poderosas pra qualquer coisa.

                        Chega a hora do almoço.    Juvenildo, antes de ir pra casa, passa primeiro na birosca pra comprar a sua cachaça 5l e esconde dentro das calças, porque a mulher o proibira de beber.    Juvenildo entra em casa, vai pro banheiro se lavar e depois corre pro quarto pra esconder a garrafinha debaixo do colchão.    Depois se senta na mesa e começa a devorar a comida.   As irmãs ficam cochichando:

- Até parece que gosta de veneno.

 Juvenildo acaba de comer, dá aquele arroto e vai pro quarto, dizendo que iria descansar.   As irmãs:

-  Tomara que seja pra sempre.   

                        Juvenildo entra no quarto, fecha a porta, enfia a mão sob o colchão e pega a cachaça.    Toma quase que num gole só e depois se deita pra enfim relaxar.     Lá na cozinha, as duas ficam resmungando:

-       Quanto tempo leva pra fazer efeito ?
-       Sei lá.   A bruxa disse que levava só alguns minutos.

                       A mistura do veneno com a cachaça deixou Juvenildo com uma baita dor de barriga e como o banheiro ficava dentro do quarto ele não perdeu tempo.     Entrou, sentou, gritou, peidou, gemeu, fazendo as irmãs acreditarem que o coitado estava agonizando lá no quarto.

- Você não disse que era rápido ? Escuta só isso.  Daqui a pouco até os vizinhos vão ouvir.

                       Juvenildo deu mais alguns gemidos, soltou uns rojões e depois parou e foi se deitar.    

-       Escuta !
-       Não tô ouvindo nada.
-       Exatamente.   Acho que agora acabou.
-    Olha, pelo sim, pelo não, vamos jogar uma partida de brite e daqui a umas duas horas a gente vem conferir.

                        Passado uma boa meia hora, Juvenildo acorda meio atordoado, pois a cachaça havia cortado o efeito do veneno.   Abre a porta e ouve uma falação que vinha lá da cozinha.    Ele sai do quarto, chega perto da cozinha mas não entra e fica ouvindo as irmãs conversarem sobre todo o plano e o pobre do Juvenildo fica indignado.    Ele já ia invadir a cozinha pra tirar satisfação, quando teve uma ideia melhor:  Tomar parte do plano das duas.

Juvenildo ouve elas dizerem que vão até o quarto checar se ele já havia partido dessa pra melhor e corre pro quarto, se deita e espera pelas duas.  
Quando elas entram, ele pára de respirar.   Elas parecem não terem certeza do óbito e demoram, deixando Juvenildo roxo, sem poder respirar.    De repente alguma coisa acerta a janela e as irmãs vão ver o que houve.   Era a chance que ele tinha de encher os pulmões novamente.
                       Mas elas não voltam pro quarto e vão procurar pelo coveiro, lá no cemitério da cidade.
                       Juvenildo, que não é mais bobo, liga para o delegado que era seu amigo de pescaria, conta a história toda e arma o circo antes da mulher, que quando volta para casa, já encontra o marido num caixão sobre a mesa de jantar, no meio da sala com as velas já acesas e improvisa:

-       Santo Deus, mas o que houve aqui ?  O que aconteceu com o Juju ?
-       Jujú ?  Exclama o delegado.
-       Era assim que eu carinhosamente o chamava.
-    Bem, senhora, a sua vizinha veio para pedir um punhado de açúcar, sentiu um mal cheiro e viu o falecido caído no chão, depois foi à delegacia me chamar.     Explicou o delegado.

                        A primeira coisa que ela queria era conferir era o semblante do falecido.  Se aproximou do caixão, tirou o lenço da bolsa pra disfarçar e olhou para dentro do caixão. Juvenildo estava com o semblante de felicidade estampado no rosto, imaginando a lição que daria à mulher e a cunhada.
                        As duas então começaram a elogiar o defunto e, à medida que a hipocrisia ia lhe doendo a alma, seu semblante ia se modificando e fechando.     A cunhada preocupada, cutucou  a  irmã:

-       Veja ! O semblante dele está mudando.  Faça alguma coisa.
-       Fazer o quê ?
-       Sei lá, se vira.  A idéia de matar teu marido foi sua
 

                        Ao ouvir estas palavras, Juvenildo muda o semblante outravez:

-       Veja, o semblante dele voltou ao que era antes. (cunhada)
-       É.  E foi depois de você falou aquelas coisas.
-       Isso é tolice.
-       A é ?   Faça o teste. (retruca a irmã)
-      Está bem.   Vamos ver...   Sabe que estou gostando de ver ele morto.   Pelo menos agora vou poder assar aquelas galinhas que ele nem deixava a gente chegar perto.

               Não deu outra.    Mal ela terminou de falar e o semblante do falecido fechou novamente.

-       Ái meu deus, que horror.   O que vamos fazer ?
-       Fazer pra quê ?
-       Como pra quê ?  Pra manter o semblante dele sempre feliz.   Pelo menos até enterrarmos ele.

Nessa hora entra a mãe do Juvenildo, que já sabia do circo armado pelo filho e o delegado.

-  Mas o que é isso ?  Então eu venho para ver o meu filho e o vejo dentro de um caixão ?   O que foi que aconteceu ?  Pergunta para a nora.
-  Não sabemos, foi de repente.

                        E o semblante fecha novamente.   A cunhada cutuca.   A mulher muda a versão:

-       É possível que ele tenha passado mal.
   
                        O semblante volta ao normal.   A mãe questiona de novo:

- Meu Deus, como ele era magro.   Não se alimentava direito ?

- Ultimamente ele andava sem fome.

                         O  semblante muda de novo.    A cunhada cutuca.   A mulher  conserta.    E essa seqüência foi se mantendo até que a mulher  cansou de dar desculpas e foi para o quarto com a irmã.   O delegado, como quem não quer nada, foi atrás e ficou próximo da porta do mesmo quarto, ouvindo a conversa das duas:

- Não agüento mais essa maldição.    Aquela mãe do infeliz me atormentava com tanta pergunta e aquele desgraçado toda hora mudava de cara.   Devia Ter colocado um litro daquele veneno no prato, pra ver se ele morria até na outra vida.

-       Xiiiii, fale baixo.
-       Fale baixo porquê ?   O defunto não pode mais nos ouvir.

                     Entra o delegado.

-   Mas eu sim.   As senhoras vem comigo.

O delegado conduz as irmãs pra fora do quarto.   Ao passarem pela sala, a cunhada cutuca a irmã novamente:

-       Minha nossa, veja aquilo !
-       Aquilo o quê ?
-       Lá.  O Falecido !

                     A mulher espantada vê o semblante do falecido não só feliz, mas com um sorrindo de orelha à orelha.    E vão às duas direto pro xilindró, por tentativa de assassinato, já que não houve realmente um falecido.   Somente Juvenildo, com um semblante feliz, por estar vivo, graças à cachaça.   

                    
                                                     ----  Fim   -----
                                                                                                                      
  Professor Amadeu Epifânio

terça-feira, 24 de setembro de 2013

EM TEMPO

Prezados leitores,

Tenho acompanhado, através dos números da estatística deste blog, um quase desinteresse em temas que envolve a participação dos pais, nos problemas dos filhos.  Pessoal, este assunto pode parecer maçante,  mas acredite, não há como ser diferente, porque a família é e sempre será o primeiro referencial na vida dos filhos, desde mesmo a fecundação.  Se algo acontece com a mãe, que gere uma instabilidade para o feto, essa percepção de insegurança será seu referencial, que doravante será sempre confirmado ou negado, reciprocamente pelos conflitos ou pelo afeto.  Estes últimos textos cerca essa questão por vários lados e levam os jovens para desvios de comportamento e podem leva-los ao álcool, às drogas e más influências.

Se preferirem, deixem sugestões sobre temas que gostaria que fossem abordados.  Se estiver ao meu alcance discursar sobre eles, pode crer que o farei ou buscarem em alguns autores, respostas que podem ajuda-los de alguma forma.  Tenham paciência e acolham os temas abordados no blog.

Abraço à todos e que Deus os ilumine e abençoe.

Respeitosamente,

Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !

domingo, 22 de setembro de 2013

ENTENDENDO O USUÁRIO DE DROGAS (IV)

PORQUE DEPENDENTES MATAM OS PRÓPRIOS PAIS ?



Não são poucos os casos de telejornais mostrar usuários de drogas matando membros da sua família (na maioria das vezes os pais), na tentativa de arrumar dinheiro ou aparelhos domésticos, para vender e comprar mais drogas.  À princípio uma atitude padrão, se considerado apenas a influência da droga como motivadora do crime. Mas esse problema não acaba aqui.

Já foi dito em outros artigos, aqui mesmo neste blog, que muitos dos traumas dos filhos são adquiridos ainda na infância e que à partir daí é formada uma concepção em relação aos pais ou o ambiente familiar, geralmente negativa, que doravante a família passará à endossar (por conflitos constantes) ou contestar (por trato afetivo e acolhedor).

Em geral acontece mais a primeira opção, ou seja, a família conflituosa, que leva os filhos a adquirir comportamentos mais arredios, como mecanismos de defesa e instinto de sobrevivência.  Ao experimentar uma droga, como a cocaína por exemplo, a dependência é praticamente instantânea e a primeira coisa que a droga faz é arrombar o emocional do seu hospedeiro e solta tudo que até então estava guardado e reprimido,  assumindo assim o lugar de forma quase que absoluta.

À partir de agora quem manda é o “inquilino” do emocional, que é a droga e as lembranças negativas emergem para o consciente, predominando sobre o poder de decisão, alimentado agora pelo poder da dependência.  Uma mistura explosiva, porque o que vem na mente agora são as discussões e as ofensas dos pais e a necessidade de revide (processo natural até mesmo para uma criança), até então reprimido pelo controle do seu estado consciente, mesmo quando sob pressão.

Mas agora este poder foi neutralizado por causa da droga, deixando fluir livre o desejo de revide, que poderá (condicionado às circunstâncias presentes), partir pra cima do seu maior algóz (ainda que os pais ou responsáveis).  São circunstâncias relacionadas ao grau de influência da droga, tempo e quantidade de consumo, mais a forma de abordagem de quem deseja matar (se necessário), por dinheiro ou algo de valor para ter mais drogas.

Mas não é só isso.  Não justifica matar os pais ou a família apenas para obter mais droga.  Como é antiga (desde a infância) a concepção negativa em relação ao pais (em geral, apenas um deles), existe também desde a infância o desejo de revide dos maus tratos recebidos e que, em razão de ainda existirem, apesar do tempo, a criança dentro do jovem (e que todos nós temos) decide destruir o seu algóz antes, dentro de si, fazendo com que o corpo obedeça à esta ordem, matando com a mesma simplicidade com que se rasga a foto do pai (ou da mãe), fazendo parecer, perante a opinião pública, como uma atitude fria, calculista e perversa, quando na verdade foi uma ação quase inconsciente.

Caso semelhante do menino Marcelo, de 13 anos, que matou o pai e a mãe (policiais), a avó e a tia-avó, num bairro da zona leste de São Paulo.  E nem estava drogado.

Como numa espécie de “ressaca”, ou seja, sem que o jovem tenha plena consciência dos atos (drogado ou não), ele parte pra cima para desferir o golpe letal, que satisfará o plano do seu lado interior e inconsciente que, após constatado a morte, se dará por satisfeito, caindo no jovem o pano da inconsciência, dando este, conta do que fez e questionando-se ininterruptamente como foi capaz de fazer tal coisa, tão logo entre novamente na fase de abstinência, com parcial consciência dos atos.

Em outras condições menos conflituosas, este risco de morte diminui de forma drástica, pois mesmo sob forte influência de drogas, pois que o usuário não terá em si, lembranças que venham à motivá-lo de praticar algum ato mais nocivo contra seus familiares, por mais forte que seja a abstinência, praticando apenas pequenos furtos para adquirir mais drogas.

Havendo a oportunidade, o crime ocorre, na verdade, por uma combinação de eventos num dado momento, responsável por desencadear atitudes imprevisíveis e involuntárias, proporcionais à uma forma de vida constante e com certos padrões de tempo e convivência.  Ou seja, pode acontecer com qualquer um à qualquer tempo.

Só o diálogo pode ser a melhor medida preventiva, para se corrigir concepções erradas e distorcidas que, se alimentada, pode causar sérias consequências, tanto de forma isolada para os filhos, quanto de forma coletiva, para a família.

                                                                Amadeu Epifânio



Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

DEPRESSÃO

O MAL DE SE ACUMULAR RESSENTIMENTOS.



Queridos amigos e leitores do blog, costumamos dizer e até afirmar, que as pessoas precisam se adaptar às mudanças, quando surgirem, não é isso ?  Pois bem, o problema é que a vida já se adaptou aos nossos erros, antes de nós, alterando severamente, o cenário pra pior, dificultando-nos em nosso processo de adaptação.

O cenário que vivíamos à 20 ou 30 anos atrás, nos propiciavam melhores condições de adaptabilidade à pequenas adversidades, não sofríamos muito e voltávamos à um estado de normalidade com maior rapidez.  Hoje, infelizmente, isso já não é possível, dada a variedade, complexidade e consumismo da vida hoje, que não nos permite manter este estado de normalidade.

Tudo isso ainda somado à todas nossas experiências (principalmente as negativas) vividas ao longo de cada dia, mês, ano, enfim, um emaranhado de informações complexas somados à falta de melhores condições “ambientais” para entendê-los ou pelo menos, suportá-los com maior resiliência, sem sofre tanto.  Mas acho que estou “chovendo no molhado”, não é mesmo ?  As próprias famílias vivem um verdadeiro calvário quando da educação que se deve dar aos filhos ou mesmo para continuar seu casamento sem maiores conflitos ou atritos.

Se para os adultos tudo isso já é difícil, imagine para os pequenos jovens e adolescentes, cuja a vida é uma caixa de presentes que acabaram de abrir e nela consta algo estranho (a vida pra quem nasce agora) e ainda por cima sem seu manual de instrução e passam, doravante, à ficar tateando e experimentando fazer deste jeito ou daquela forma para tentarem se adaptarem melhor.

Adversidades, divergências, aborrecimentos, frustrações, decepções, raiva, tristeza, ódio (de si e o que vem dos outros), perdas de amigos e parentes, de trabalho ou emprego, da nota que não atingiu o que precisava, da reprovação ou perda da matéria ou do curso, enfim, para um discernimento que é difícil de se alcançar, exige uma maturidade mínima necessária para se adaptar à uma vida que, em cada nova geração, chega pior que a da geração passada.

A consequência de tudo isso não é nada mais que o descontrole emocional, seguido de uma série de outras consequências nocivas e o que é pior, escolhido não por nós, mas por nossa mente e inconscientemente, onde nosso corpo apenas obedece, quando não padece prematuramente diante das drogas, do álcool, da depressão ou do suicídio, por não possuir subsídios necessários para conter ou contornar seu desconforto emocional grave.

Precisamos, de todo jeito, ajudar nossos filhos e as pessoas em geral, à buscarem melhor condições para se adaptar à uma vida difícil, complexa, quando não, agressiva, violenta, corrupta e juridicamente injusta, para não submeter seu corpo numa condição de instabilidade física e emocional, podendo levar à consequências ainda piores.

Este texto é um alerta, uma advertência para deixarmos um mundo e uma vida um pouco melhor, para que as gerações futuras não venham à sucumbir, em razão do desleixo de gerações corruptas.  O erro está se espalhando com tanta rapidez e por um número tão grande de pessoas, que àqueles que ainda estão certos, se rendem à maioria, deixando se corromper de toda forma, através primeiro das pequenas garfes até chegar aos grandes delitos.

Se liguem, acordem, retomam o controle da vida de vocês sem a influência de uma vida adaptada aos nossos erros e que, por mais que soframos para tentar mudar, não podemos jogar essa toalha.  

Nossos filhos, nossa maior torcida, enquanto nós, seus heróis. Não vamos decepcioná-los, porque todos heróis já se foram e só restou nós para salvá-los.


                                                            Amadeu Epifânio


PROJETO CONSCIENTIZAR - Viver bem é Possível !





quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ÁLCOOL & DROGAS.

O QUE ELES TÊM EM COMUM ?



Já Ouvimos por diversas vezes a expressão, que toda felicidade tem um preço. Significa que quando buscamos alcançar, às pressas, algo que achamos que irá nos trazer uma falsa sensação de prazer, muito provável que nos traga também, como “pagamento”, uma sensação amarga de arrependimento e lamentação, quando não apenas isso, ainda vir acompanhado de uma dependência química ou alcoólica.

Postei esta semana no meu Twitter, que o álcool é para preencher um espaço que ficou vazio dentro de nós, provavelmente em decorrência do afastamento físico ou afetivo de alguém que tínhamos certa predileção ou mesmo, amor e que drogas eram para substituir o vazio que “outros” insistem em deixar, mesmo quando presentes.

Ambos, drogas e álcool, têm algo em comum, quanto à inibir gradualmente nossa capacidade de tomar decisão ou mesmo, iniciativa, o que resulta na constância praticamente desenfreada do vício ou dependência em ambos os males.  Nas drogas existe um lapso de consciência durante a abstinência ou intervalo entre a última e a próxima droga, mas que infelizmente é usada justamente para procurar ou pensar no próximo consumo.

Já no álcool este lapso de consciência, praticamente não existe, pois que o consumo da bebida é praticamente um impulso inconsciente, razão por isso o alcoólico sempre acreditar que está no controle, ainda que visivelmente, mostre o contrário.

Em ambos os vícios, os fatores que alimentam a dependência, provavelmente vem de um fator único e específico, que como uma granada, espalha estilhaço por todo lado, ou seja, interfere na autoestima, comprometendo relações diversas, como sociais, profissionais, conjugais e familiares, porém todos por causa de um único motivo e é justamente este único motivo, o gatilho para continuar consumindo seus vícios, além, claro, do fator químico.  O motivo é a justificativa para o vício, que é o que dá prazer.

Ao contrário do que muitos pensam, o vício encontra respaldo para sua constância, enquanto o usuário tiver argumentos próprios, amparados em experiências vividas, até o momento da experiência ou do disparo da pré-disposição genética para o alcoolismo.  A justificativa, quando não negativa (para esquecer) é o próprio remorso ou sentimento de culpa, além do fato de achar que nunca mais será aceito de novo.  Essa corrente de pensamento, geralmente se quebra quando é internado involuntariamente.

Depois do tratamento (ou desintoxicação), existe no ex-dependente o medo de voltar a consumir, porque reconhece a enorme pressão que as drogas ainda fazem dentro de si.  Este medo, muito provavelmente se dá em decorrência de insegurança no ambiente familiar, quando severamente alterado em razão da nova realidade, já que os familiares agora o veem como um problema e não mais como à um filho, que carrega consigo um problema.

É essa mudança no paradigma da família que gera toda insegurança, o que o torna extremamente fragilizado e quase impotente, diante da pressão interna que sofre do resquício (ou fragmentos do vício) da droga quando em cada nova pressão;  sem que ele saiba, é pesado na balança as duas pressões, ou seja, a droga de um lado e a insegurança do seu ambiente, do outro.   Poucas são as vezes em que o ambiente familiar é que ganha essa batalha, razão de sempre haver as tão frustradas e indesejadas recaídas.

Não importa o que se diga, família será sempre algoz, direta ou indiretamente. A grande maioria dos jovens, hoje usuário de drogas, carrega consigo um concepção à respeito da família ou de algum de seus membros (em geral, negativa).  Quando tratamos um ex-dependente com arrogância, confirmamos nele ou nela, tal concepção, desestabilizando seu emocional e sua motivação para o tratamento.

Quanto menos orgulho, arrogância e  pretensão de inocência, maiores as chances de recuperação serem mais rápidas, eficazes e sem recaídas.  Depois que acontece, ficar procurando culpados, para esquivar-se da responsabilidade, é tempo perdido, porém é útil, quando utilizado em pró do ex-dependente, como ?  Se eu fosse um dependente em recuperação, não iria aceitar, nesta fase, a presença de pessoas que por ventura não me desse bem, antes do vício, o que também atrapalha o empenho na recuperação.

Ex-dependente não é mais usuário e sim alguém que passou por uma experiência traumática (como alguém que bate com o carro e sobrevive) e está se recuperando e nessa hora, o empenho dos familiares, do jeito certo, é crucial.  Boa sorte.


                                                     Amadeu Epifânio


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terça-feira, 17 de setembro de 2013

11 de Setembro

QUANTOS PLANOS DEIXARAM DE ACONTECER ?


Olhando ainda de forma perplexa para esta imagem, meu coração, ao mesmo tempo em que mudo diante de tal catástrofe, se questiona até hoje, sobre vários eventos e circunstâncias que deixaram de acontecer, por causa dessa tragédia.  Em tempo serve, este episódio, para alertar-nos do quanto também estaríamos perdendo ou deixando de ganhar, se um fato semelhante ocorresse nos dias de hoje, na nossa vida.

Pensemos especificamente nos que ficaram para trás, como amigos, parentes, esposas, maridos, pais, mães... e filhos.  Quantos deixaram de acreditar num futuro ?  Quantos deixaram de acreditar em Deus ?  no seu deus, na sua crença...  Quantos não alimentaram ódio, raiva, angústia, depressão... ou se mataram (desesperançados, impotentes, dependentes dos que se foram).  Quantos casamentos, pedidos, noivados, namoros e filhos, não desabaram junto com as torres ?

Se algo assim, hoje, acontecesse, o que lamentaríamos perder mais ?  Que tesouros nossos, iriam para o fundo da terra, do mar, ou do abismo ?  O que realmente perderíamos se alguma catástrofe caísse sobre nós ?  Casa ?  família ? Emprego ? Profissão ?  Posição ?  bens ?  a vida ?!...  Juntamos tantas coisas sem pensar se amanhã tudo isso continuará conosco ou se algum evento cataclísmico o arrastará e levará de nós.

Quantos planos aquelas pessoas que trabalhavam nas torres gêmeas, demoraram para elaborar, planejar, construir, viajar, comprar, e o seu maior projeto, engenheiro, construtor, executor (os filhos) ficaram em segundo plano e nem tiveram tempo de fazer parte de algum projeto futuro.

Quando essas torres gêmeas caíram, não se amontoou no chão apenas, um monte de escombros, mas também o resto de esperança de um monte de “pequenos projetos”, que tinham grandes aspirações, grandes planos, de ficar talvez ainda, alguns poucos minutos que fosse, com aqueles que podiam ser considerados às vezes, como seus próprios algozes, por nunca tê-los incluí-los em seus planos ou se quer, fazer parte em seus rascunhos.

Anos depois, quantos não adotaram o álcool, para afogar as lembranças que não querem lembrar ?  Quantos ainda hoje, continuam nas drogas, buscando um mundo diferente daqueles que tanto os fizeram sofrer ?  Dor, por dor, não existe pior, para os que ficaram para trás, pois tudo é uma dor só, sem distinção, sem peso, sem medida, apenas sentida e muito... e longo, talvez até hoje, lembrado somente depois alguns copos de cerveja.

3.000 vidas voltaram ao pó, tornaram-se memórias, lembranças, referências, saudade, dor, tristeza... despedida seca, repentina, amarga e definitiva.  Vazio, vácuo, angústia, saudade de todos aqueles que sempre fizeram planos, ainda que não tenham incluído seu maior pertence, mas que apesar disso, um tesouro nunca perderá seu valor.

Conserve seus filhos, antes que alguma tragédia os roube de você, antes que as drogas o adote, antes que o álcool os afogue e antes que o cigarro acabe por sufocar  a relação entre vocês.  Que a próxima tragédia não permita levá-los, antes que vocês, pais, declararem seu amor por eles.  Se não preservá-los, nem precisará haver alguma catástrofe para afastá-los de você, pois poderão ser vocês, seus piores pesadelos.  Estou exagerando ?  Tomara.


                                                               Amadeu Epifânio

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO DOS FILHOS

A EDUCAÇÃO QUE DAMOS AOS FILHOS... É A IDEAL ?

Olá, sempre nos questionamos sobre qual a forma correta de se educar os filhos  e de ser família.  Sobre qual referência podemos seguir, para tentar chegar o mais próximo possível de uma perfeição ou de uma relação menos conflituosa ?  Esta é uma pergunta muito difícil de responder, apesar de muitos darem inúmeros palpites, baseados em suas próprias experiências.  Será que estão realmente certos ?

A figura acima é um velho conhecido aqui mesmo do blog e acho que podemos utilizá-lo também agora como um termômetro (ou bússola), para nos dizer se o método que utilizamos com os nossos filhos é de fato o ideal ou o mais apropriado para o padrão de vida de cada família, conforme a cultura genética ancestral, em conformidade com os desafios atuais de um mundo altamente capitalista e consumista.

 O velho liquidificador estará representando nossos filhos (individualmente falando), já que cada um de nós é bem diferente um do outro, mesmo quando gêmeos, pois cada irmão, via de regra (salvo algumas exceções) reage de forma diferente aos mesmos estímulos, inclusive com temperamentos individualizados. 

Quando resolvemos fazer uma vitamina de frutas, fazemos geralmente duas escolhas, qual seja, as frutas que farão parte e o estado delas, isto é, nem verde ou maduro demais, para que o sabor final fique agradável, em conformidade com nossa expectativa.  Se ao invés disso, colocarmos (mesmo que acidentalmente) frutas não muito aptas para o consumo, infelizmente o sabor da vitamina não ficará muito agradável, concordam ?

Muito bem, vamos agora juntar tudo isso e analisar o seguinte:  Se os filhos são como este liquidificador, podemos deduzir que a forma como lidamos com eles, como o nosso temperamento, postura e as palavras, são como as frutas que irão formar o resultado final, para obter o “sabor” que eu espero alcançar, ou seja, o bem estar geral deles.

Já está classificado em nossa mente, hoje, o que conhecemos como sabor amargo, assim como o inverso, ou seja, algo que seja para nós, saboroso de consumir.      Pois bem, da mesma forma, existem por aí, certas ações que nos causa enorme sentimento de dor e rejeição, proveniente de discussões, como insultos, ofensas, discriminação e preconceitos de toda espécie, que nos deixam bastante tristes e até revoltados.

Imagine agora, agirmos com nossos filhos, de forma intempestiva, arredia ou demonstrarmos indiferença com coisas que eles julgam ser demais importante num dado momento.  Como será que eles reagirão ao receber em seu “liquidificador”, frutas tão amargas ?  Frutas que farão parte de uma mistura, cujo resultado aritmético será duvidoso, que o tornará vulnerável e inseguro em sua vida, abrindo um vácuo emocional, cuja a mente dele é que sairá à procura de algo para preencher o seu vazio.  À medida que demora, aumenta a pressa, que aumenta o risco de acabar recebendo subsídios nada saudáveis, quando não, nocivo, quando não, fatal.

Devemos primar por formar nos filhos, ainda e mesmo pequenos, um conteúdo aritmético substancial e proporcional à uma vida cheia de desafios, frustrações e tristezas, para que os torne forte, quando estas emoções tornarem-se mais intensas, à medida que ele vai crescendo, para que possa usufruir de uma vida mais plena, prazerosa e agradável de saborear.

A prevenção contra drogas, álcool, jogos de azar, cigarro, começa muito antes do que imaginamos, começa quando ainda bebês, quando estão formando as primeiras impressões, os primeiros conceitos sobre o ambiente em que vive, seja ainda na barriga da mamãe, seja já como recém-nascido.  A ideia que formar, à partir deste ponto, será sempre contestado ou confirmado, dependendo do que seja, mas com certeza haveremos de descobrir, quando as manifestações representarem mais tarde, ou tranquilidade ou atitudes opostas, como irritabilidade, agressividade ou isolamentos ou timidez excessiva. 

Somente um profissional psicólogo, psicanalista ou psiquiatra (dependendo do caso) é que terá condições de avaliar a extensão da razão do comportamento diferenciado dos filhos.  Por isso é importante ficar atento e já, desde pequeno, iniciar um hábito de se conversar, pois é através do diálogo e do tom de vóz, que percebemos que algo não está bem.

Lembram daquela máxima “Não falte, que é para o seu chefe não perceber que você não faz falta” ?  Pois é, ausência física prolongada com os filhos, acaba tendo características semelhantes, por isso a necessidade de trabalhar a presença psicológica, que é estar próximo, através dos canais, hoje, disponíveis, porém pouco explorados, como é o caso do telefone celular, internet, facebook, fora outros. 

Contato, verdade, satisfação, a trilogia que dá certo em qualquer história, em qualquer enredo, principalmente os que são escritos por Deus, o maior roteirista de todos.  Seus contam com vocês, não os decepcione.


                                                          ProfAmadeu Epifânio



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