Projeto VIVA +

sexta-feira, 29 de maio de 2020

PROVOCANDO SUICÍDIO...

...MESMO EM VIDA.



Não é preciso nenhum expert, pra saber (e ver) que o mundo está um tanto egoísta e culturalmente limitado.  Valores essenciais estão sendo deixados de lado (quando não esquecidos), mesmo quando somos lembrados o tempo todo.  A humanidade tem se apegado à materialidade, em todo seu universo (especialmente eletrônicos) e fazendo uso do mesmo, para distrair os que nos cobram atenção e afeto.

Com essa atitude, contribuímos para os principais fatores que agravam, de forma severa, as condições psicoemocionais, dos que se sentem abandonados ou rejeitados, em seu ambiente de convivência.  Vou enumerar esses fatores e ver se existe alguém que se identifica com a “história” que está ocorrendo em seu próprio universo.  Senão vejamos:

 Banalização da vida
 Banalização dos sentimentos
 Rompimento afetivo
 Egoísmo e individualização do ser
 Sentimento de abandono ou Rejeição
 Sentimento de frustração
 Sentimento de Decepção
 Sensação de Desprezo
 Sensaão de Indiferença

Isso ainda não é tudo.  À depender da idade, intensidade e severidade da sensação, quem sofre pode estar acumulando tudo isso, numa contínua sensação de angústia, por não ver perspectiva de melhora, da situação em que se encontra.  Perda de confiança é a primeira consequência, isto é, não importa o quanto se prometa que irá melhorar, que a intenção se torna palavras ao vento, sem nenhum efeito prático.

Outras duas consequências costumam se tornar evidente, provocado pelo inconsciente imaturo porém, no sentido de mostrar à quem fere, o mal que está causando com ou sem intenção.  Um deles é o isolamento e a negação de se abrir com outras pessoas (por mais próxima que seja).  A segunda é o inverso, isto é, quando começa à fazer programas de baladas com amigos, com intuito de beber, se divertir mas, não de forma natural e sim, como mecanismo de defesa inconsciente e involuntário, para conter uma dor, de intensidade significativa (e insuportável).

Tal reação pode levá-lo(a) à compulsão alcoólica ou uso de cocaína.   Tal reação tem a pretensão de mostrar o quanto se está sendo desprezado(a) e quanto se está fazendo o que quer e deixando de lado, alguém que julgava ser importante.  O universo de famílias de classe média e alta, está repleta de situações como estas, haja vista as boates que vivem (ou viviam) cheias, antes da pandemia.  Mas não esquenta, ainda temos (as roletas russas da vida), com os famosos rachas com carros potentes, patrocinados pelo os que patrocinam tais comportamentos.  O suicídio (pela banalização da própria vida) vem da velocidade, que representa a vida ativa do seu algoz, que mal dá tempo de se verem, mesmo em seu ambiente de convivência.

Nos dias atuais, não é preciso muito, para criar situações de risco.  Pode-se (quem sofre) não morrer em decorrência de suas compensações porém, ainda sim, estará “morto” em vida, para aquele cujo qual o (a) desprezou, a maior parte de sua vida.  Não preciso dizer que trata-se de um processo aritmético, isto é, que tal postura já advém de algum tempo e, por mais que tenha rogado atenção, a frustração alcançou “altitudes” quase inatingíveis, necessitando esforço maior agora, se quiser consertar para reverter o dano causado.

O texto está meio generalizado, pois que, cada família, filho e pais, tem concepções diferentes, à cerca do que entende por atenção e afeto, para com os seus entes (enquanto que por milagre) ainda vivem.  Quando o ambiente se restringe à classes menos favorecidas, não é tão difícil criar condição semelhante, com excessão apenas, nas formas de compensação, por tratamentos bem diferentes do esperado, sendo as consequências, quase que um padrão comum.

Nada é suficiente para quem o suficiente é pouco.    (Epicuro)

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.




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quinta-feira, 21 de maio de 2020

ESTAMOS DE FATO, SENDO PAIS ?



QUE CONCEPÇÃO TEMOS SOBRE ISSO ?


Ser Pais, hoje, representa para Deus, um dos mais importantes papéis que assumimos.  Ter filhos é desejar evoluir-se, passando de lar conjugal para familiar. Até aqui tudo bem mas, o que significa para os pais esse papel ?  No que compete ao casal essa atribuição ?  Como discernir os papéis de criar e de educar os filhos ?  De fato, muitas perguntas para algo que julgávamos ser tão simples, quanto ser apenas família.

Sabemos religiosamente que somos todos, filhos do mesmo “Pai”, que é Deus.  Diante disso somos, além de pais, tutores dos nossos pequenos irmãos e, como tal, cabe aos pais prepará-los para a vida adulta, apresentá-los à Deus, para que, por si só, possa perceber e cumprir sua missão.  Mas o caminho é árduo, porque o mundo está cada vez mais desafiador e perigoso.  A necessidade de iniciá-los no conhecimento é imperativo.

Os filhos são representantes diplomáticos dos pais, lá fora, como na escola por exemplo.  É através dele que a nossa imagem de pais é passada ao mundo exterior à do lar.  Não adianta ensiná-los à dizer o que querem, simplesmente porque eles irão partilhar com os demais “representantes” (colegas), o que vê e ouve de maneira natural, dentro do lar.  E ele ouvirá dos demais, a experiência de vida que cada um deles, que tem em casa.  Sem perceber e involuntariamente, eles irão comparar com a sua.

É aqui que os problemas começam.  É aqui que o nosso papel é posto à prova e que devemos ter jogo de cintura, para explicar tudo de “diferente” que está vendo, entre a sua família e à de tantas outras, as quais ele partilha todos os dias, enchendo a cabeça de uma infinidade de padrões de vida familiar.  Tarefa difícil não é mesmo ?  Devemos tornar nossos ensinamentos, imunes à influência de outros padrões.  A vida não só é desafiadora como nos impõe armadilhas, que são as tentações do mundo moderno, que nos afasta do convívio e propósito familiar.   Os celulares que o digam.

É imperativo que os filhos saibam por si só (desde que o preparamos para tal), saber quais portas abrir e quais fugir e se afastar.  Mas como esperar que eles façam isso se o exemplo dos pais apontam para uma direção oposta ?  Nem se quer o preparamos para o ambiente escolar, para a convivência mútua, para aceitar todas as diferenças, que vai desde alunos especiais até mesmo convívio com pais tão diferentes da ideia que eles mesmos tentam passar. 

Não é de se estranhar que crianças estão amadurecendo muito antes do que seria o normal mas, um amadurecimento que lhe serve de “blindagem” à hipocrisia, mas que não o ajudará muito lá fora, pelo contrário, partilhará não só sua experiência como amizades, com outros colegas em igual condição, apenas por não fingirem ser diferentes do que realmente são.  Aos poucos vai se perdendo o contato afetivo, ou seja, eles estão começando à alimentar a ideia de “pular do barco”.

Esta imagem reproduz exatamente o que estou dizendo, isto é, da relação conjugal depende o equilíbrio do convívio familiar e a estabilidade psicoemocional dos filhos.   Está na hora de fazer valer o melho diálogo.  Chamá-lo, admitir a culpa e passar à eles o medo que vocês tem, que ele venha se prejudicar por conta dos seus erros.  Vejam (na imagem), que pelo menos, um do casal é mais esquentado, enquanto o outro, nem tanto (se não o inverso).  Não especifiquei o gênero, uma vez que não é padrão, que apenas um cometa tantos erros mas sim, o desequilíbrio da relação conjugal.

Para que, exatamente, desejamos ter filhos ?  Próprios ou adotados.  Ambos não tem diferença, exceto pelos mesmos problemas que podemos lhes causar.  Esse texto é um alerta para a forma de criação que estamos dando aos filhos.  Já trabalhei como inspetor de alunos, à coisa de 2 anos atrás e puder ver, tanto nas classes do fundamental 1 e 2, a imagem que os representantes diplomáticos, estão passando ao mundo (e não apenas na escola).  Estão se sentindo à deriva, sem alguém que os oriente, que lhes aponte (e que seja) um norte na vida deles.  A hiperatividade deles, se não for decorrente de transtorno (tdah), é falta de convívio e de interação.  Já havia dito (nos vídeos que estou fazendo e deixando no Linekdin), que eles não tem culpa disso, que sua manifestação não passa de mecanismo de defesa inconsciente e involuntário.

Quando o que é ser normal, foge a normalidade, é um alerta de que é preciso dar um tempo no trabalho, para dar mais atenção ao problema.  Mas eles não precisam de sermão, basta um “tempo técnico” para um breve e eficaz diálogo, para lembrá-los de que eles tem uma família e que pode contar com ela, para o que der e vier.  Nada de ironias, nada de sermões, nada de broncas, porque eles não sabem de onde vem, se de um estranho ou de pais ausentes.  Se cobramos, devemos estar um passo à frente.


A parte que ignoramos é muito maior que tudo que sabemos.   (Platão)

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.   








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terça-feira, 19 de maio de 2020

BENEFÍCIOS DA ADOÇÃO (2ª Parte)



  LEVAR EM CONTA O SENTIMENTO DE PERDA E ABANDONO. 


Num primeiro momento, quero que saibam que não é fácil falar sobre isso pois, faz parecer que estou “desestimulando” o gesto de adoção.  Nem de longe isso procede porque, não posso desestimular uma atitude tão nobre.  Por outro lado, vê-se pessoas tão ansiosas em querer adotar, que dexa passar batido, problemas que poderão (ou não) surgir depois de certo tempo.  E não estou falando de transtornos.

É bastante previsível que metade das pessoas que conseguem adotar, com o tempo se queixam que o mesmo começa à manifestar traços de rebeldia e desobediência, quando não, de rejeição pelos pais adotivos.  Isso não é nenhuma novidade, basta colocar-se no lugar deles.  Se imaginar uma criança com a idade dela (ou dele), ter perdido de vez os pais, falecidos ou não e, se não, são duas dores pra carregar, da perda e do abandono. Problemas comportamentais não são privilégios só de crianças adotadas. Podemos causar os mesmos problemas em nossos filhos próprios.

Como podemos esperar que de repente, de uma outra pra outra, eles comecem à ter que confiar em pessoas estranhas (ainda que estas o estão querendo adotá-lo) ?  São duas coisas diferentes, não podemos misturar.  Primeiro é preciso mostrar que ele é bem vindo ao novo lar mas, de forma alguma se deve “forçar a barra”.  A aceitação e interação deve ocorrer de forma natural (o que pode demandar certo tempo).  Lembram das fases de luto, que todos que perderam um ente, costumam passar.   Pois bem, esta criança pode não ter passado ainda, por não entender direito o significado de perda, por morte ou por abandono (um mais doloroso que o outro), tendo que lidar com os dois.

As fases do luto são: Negação-Raiva-Barganha-Tristeza (pela saudade e não por depressão) e finalmente, aceitação.  Não podemos confundir tristeza com depressão.  Mesmo uma tristeza profunda não é estado depressivo.  Parece que as pessoas usam o termo depressão como uma forma de escudo, pra que a sua dor seja respeitada, até mesmo (ou principalmente) por aqueles que não tinham empatia pelo falecido.  A dor de uma perda é forte, com certeza entendo sua dimensão.  Até hoje, quase 50 anos depois, sinto uma falta enorme do meu Pai, como tivesse partido à poucos dias.

Precisamos respeitar e perceber os momentos da criança adotada, todos os momentos pelo qual passou, até que fosse posta para adoção, ainda estão latentes em sua memória e somente com o tempo, poderemos (não tirá-los, porque é impossível) mas, “sufocá-los” com o acolhimento dos pais adotivos.  Ela precisa de tempo para entender e processar o que acontece em volta.  Não é para tratá-la como estranha, por ela se achar desta forma (já basta ela se sentir assim), mas é inevitável que o passado possa (ou não) vir visitar algumas vezes.  

Não vou me estender, só vim reforçar a palavra Percepção.


"O que hoje é um Paradoxo para nós, será uma verdade demonstrada para a posteridade".   (Denis Diderot)


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.










segunda-feira, 11 de maio de 2020

COMO LIDAR COM O LUTO ?



POR ALGUÉM QUE SE FOI.



Não há nada mais triste que a dor por alguém que se foi.  À depender da forma, essa dor pode ser ainda maior.  Muitas pessoas se amparam no desejo de que, a pessoa que causou a morte do ente, que sofra tanto ou mais do que os que ficaram à chorar a partida.  Eu fiz questão de pôr a foto de uma vela acesa, justamente para que em momentos como estes, não deixe apagar a luz interior, deixada pela saudade.

Se nos apegamos à ressentimentos, diminuímos a luz que temos, que nos impede de vermos tudo de bom deixado pelo nosso querido ente.  Não podemos deixar essa luz apagar.  Não precisamos ficar torcendo pela insucesso ou a dor, de quem provocou a morte do ente, isto porque, o que se faz de mal aqui, deverá ter sua reparação, num futuro próximo e certo.  Melhor ainda, devemos ter compaixão do mesmo, porque o sofrimento que ele passará, será tão grande e tão forte, quanto o que sentimos agora.   Há ressentimentos e desejos que vingança (disfarçados em desejos de justiça) que impedem a ascensão dos que perdemos.

Uma outra concepção que usualmente é utilizado nessas ocasiões, é o termo DEPRESSÃO (em lugar de uma tristeza profunda).  Apesar da semelhança das expressões, a primeira sinaliza doença, enquanto a outra, um momento difícil porém, certo que cedo ou tarde se aplacará.  Não importa o tempo que tenhamos vividos, todos nós temos nosso retorno certo ao Pai de todos, que é Deus.  Isto porque nossa vida é centrada numa missão, num propósito e que, cedo ou tarde, se cumprirá.

A humanidade ainda não aprendeu a absorver o significado de “perda” e, sempre sofrerá mais ou menos, pela suas, não importa se materiais ou familiares.  Acreditar ou desejar, que nosso ente tenha ido para os braços do Senhor, é a coisa mais sensata e correta, que podemos e devemos fazer.  Não devemos mesclar este desejo com os rancores decorrente do fato que vitimou nosso ente.  Só devemos escolher um dos dois desejos, tendo a certeza de que o primeiro será prontamente atendido, enquanto o segundo nos consumirá aos poucos, nos fazendo até, adoecer.

Ou vivemos das boas lembranças deixadas por quem sem foi ou deixamos de viver por conta do ressentimento sobre o que levou nosso ente.  É impossível viver as duas coisas e, para o bem daquele que se foi, o pensamento positivo torna nosso desejo ainda mais certo, que aquele se foi, se encontra-se nos braços do Vosso Pai.

Mesmo sabendo que um dia a vida acaba,
 nunca estamos preparados para perder alguém.
(Nicholas Sparks)


Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.










segunda-feira, 4 de maio de 2020

COMO SALVAR NOSSOS FILHOS...



 PRA QUE NÃO PULEM DO BARCO ?



Prezados leitores, fiz questão de escolher, especificamente, esta foto (acima), por ser uma atitude bastante comum, ocorrendo em filmes, novelas e na vida real.  Ela retrata a figura de um ser humano pulando do barco, após sentir sua permanência ou viagem ameaçada.  Um retrato bastante comum da realidade do ser humano, hoje em dia.  Sempre que seu ambiente (onde reside), começa à tomar ares de que está “afundando”, a primeira providência como reflexo (ou extinto), é tentar afastar-se o quanto puder. Certo ?

Pois bem, não há restrições quanto a idade, gênero ou parentesco, de que tal decisão seja necessária num dado momento.  Existem variáveis que poderão (ou não) influenciar a decisão, avaliando se os fatores que induzem ao feito, serão repetitivas, determinantes ou oscilatórios e o quanto.  Muitos não aprimoram sua percepção, à fim de perceber o quanto suas ações (como pais) estão provocando nos filhos, conceitos negativos, os quais poderão levar para a vida adulta, carregando consigo ainda, complexos ou transtornos psicológicos, que levarão para a vida toda.

A grande maioria dos fatores que influenciam as decisões dos filhos, em querer pular fora do barco, vem de muito cedo, alguns casos ainda do ventre materno, gerando problemas como esquizofrenia, ansiedade e autismo.  Se não tiverem nada até o nascimento, os problemas podem tender para ansiedade, Tdah, Pânico ou Depressão (nunca mais do que um).   São fatos considerados cotidianos, sem valor ou dano, achando que foram esquecidos quando a criança age ou brinca naturalmente, sem saber que a ofensa ou bronca que recebeu, ficará gravado e guardado dentro de si, pelo resto da vida (como em todos nós), podendo ou não interferir.

Mas o que significa a expressão “pular do barco” ?  Os filhos pequenos não podem fazer tal coisa, o que certamente estariam fora do contexto, certo ? Errado !  Esta expressão vale para todas as idades se, provocado por uma circunstância que obriga os filhos à se defenderem e se protegerem psicoemocionalmente, à fim de que possam manter seu desenvolvimento, de maneira estável e saudável.  O que provoca nos filhos, tais medidas auto-preventivas, é uma situação da qual já citei em outros artigos, que é a falta de percepção Etária, isto é, não colocar-se em idade semelhante à dos filhos, para tentar compreender a percepção deles ou, saber qual abordagem utilizar, proporcional ao tamanho e idade, frente à uma travessura.

Cada idade procede conforme as experiências já adquiridas e armazenadas em seu próprio HD, ficando à cargo dos inconscientes, administrar as causas, efeitos e defesa, sendo uma delas a expressão “pular do barco”, ou seja, manifestar interesse em outros focos e atenções que não os pais, uma vez que, com estes, já tenha experimentado o significado da palavra frustração ou decepção.  A mudança de foco pode estar ligado à diversas coisas, conforme o ambiente e convivência familiar. Assim como os pais se esmeraram pra errar, agora mais ainda pra corrigir o erro.

À depender de cada situação, se desvantajosa ou negativa para os filhos, estes agem conforme seus inconscientes que, por sua vez, pelo (tipo de) conhecimento adquirido até aquele momento, podendo vir à brigar pelo seu foco, representado pelo gesto de rebeldia, à depender da idade, temperamento e personalidade.  Vou dar uma dica aos pais, o qual espero que propaguem para outros pais que conheçam, por tratar-se de uma orientação essencial para o bom desenvolvimento das relações com os filhos.

A primeira regra (sempre com a palavra PERCEPÇÃO em mente), é perceber, desde cedo, o perfil do filho ou filha, fecundado e já formado no útero e, à partir de então, ter atenção ao comportamento e alterações de humor (que sempre irão ocorrer).  O apego à figura materna é natural, em razão do processo de simbiose, isto é, o ato de preferirem a mãe, o mais próximo e pelo maior tempo possível, enquanto amamenta ou é posto para dormir.  A figura paterna muitas vezes no início, é tida como concorrente ao afago materno.  Observar o comportamento e intervir nas mudanças, representa para os filhos, que eles não estão só.  Por outro lado, a não percepção, omissão ou negligência com a dor dele, poderá ser representado como frustração, iniciando neles o conceito respectivo.  Por essa razão é essencial que exercitem o raciocínio e a reflexão.

Persistindo a desatenção, progride para o temperamento, exigindo com mais ardor suas preferências, exigindo do pais “desavisados”, atitudes como castigo e punições, contribuindo para progressão do temperamento para a personalidade, ficando agora, muito mais difícil reverter o quadro rebelde e afastamento afetivo para com os pais (ou um dos dois).   Por tratar-se (sua nova personalidade) de um processo de natureza aritmética, da mesma forma exigirá esforço e tempo demasiado, para reverter tal postura.  Se, em razão dessa personalidade, a casa virar um campo de batalha pela conquista da razão, o filho poderá (tão logo sua condição lhe permita), pular literalmente do barco, preferindo passar mais tempo fora de casa do que do convívio familiar.

Não preciso dizer que tal condição o torna vulnerável à influência de portadores de drogas de toda espécie, especialmente cocaína, que é por onde a dependência começa. Existem fatores que podem impedir este tipo de ameaça ou adiar sua revolta para o hábito de beber, até que adquira a compulsão alcoólica.  E pensar que tudo começou por uma bronca, censura ou castigo, os quais evoluíram para um progresso mais tragicamente inocente, sem se quer, manifestar intenção de contrair tais tipos de escravidão psicológica.

Num ciclo interminável, transferimos aos filhos a educação que recebemos, sem grande progressos, sendo eles próprios, ou adotados.  Nos anos 50/60 a educação era uma só, austera em qualquer parte do planeta.  Hoje não, temos centenas de milhares de famílias, com seu modo peculiar de só criar em vez de educar.  Na concepção atual, criar é o que fazemos com os animais de estimação e educar, é ensinar aos filhos, noções do que seja certo e errado.  Não os ensinamos à exercitar o raciocínio e reflexão, à fim de que possam julgar com aprofundamento e prudência.  Em vez disso são levados pela correnteza do erro, inveja, ciúme, agressividade e letalidade por banalidade.  Um dos inconscientes era pra ser dotado de princípios, mas não são fortes o bastante, contemplando a zona de conforto em que vivem, sem expressar interesse em novos aprendizados, especialmente com os erros, dores e sofrimentos.

Crianças precisam aguçar sua criatividade e destinar para objetivos que engrandecem sua auto estima, não precisando tanto dos elogios de terceiros.  Smartfones não servem apenas para procurar Pokemons, jogos ou conversar com estranhos pelo Whatsap.  Eles também servem para pesquisa escolar, supermercados e lojas de autopeças, se ½ palavra basta.


É no problema da educação que assenta o

grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.

(Immanuel Kant)


   Professor Amadeu Epifânio
   Pesquisador/Psicanalista Autodidata.