OS PAIS ATRIBUEM À PSICOPATIA.
SERÁ ?
Como Psicanalista, posso assegurar que os sintomas
psicopatológicos, que geram irritação e agressividade, não se manifestam tão precocemente.
A grande maioria dos transtornos psiquiátricos, são constituídos entre as fases
de formação fetal, até os 3(três) anos de idade (em média) e a manifestação começam na puberdade (não que tenha alguma relação direta). Isto porque
compreende que seja uma faixa etária quase zero de entendimento e que,
portanto (mesmo não ocorrendo nenhum trauma severo), o simples fato de não
entender o que se passa consigo, é para a criança ou feto, motivo de medo,
pânico, ansiedade, entre outros.
Sofremos pelo o que não entendemos e, por não entender, não
aceitamos e, por não aceitar (e ter que conviver com o problema), acabamos
por conveniência, querer dar nome ao que sentimos, com o propósito de atenuar o
"misterioso sentimento". Feito isso, entramos numa zona de conforto,
de não buscar entender o que se passa, não investigar sua causa, origem ou
procedência e viver como se estivesse vivendo num vale dos suicidas, como se não houvesse nenhuma solução para o que está sentindo.
Com relação às crianças pequenas, entre zero à 6 anos em
média, ter comportamentos arredios, não significa ser portadora de patologias
psiquiátricas. Mesmo quando ainda dentro do útero, os bebês passam por inúmeras
experiências, muitas delas sensitivas, envolvendo os seus sentidos de
percepção, como situações exacerbadas de calor, frio, sustos, brigas, discussões, quedas da
mãe, barulhos excessivos, entre tantos outros. Tudo isso pode gerar, sem sombra
de dúvidas, situações de medo, ansiedade, insegurança, pânico, perturbação.
Assim como uma uma gravidez tranquila, gera uma condição psicológica estável
para o feto, antes e depois de nascido.
Não é só, dar amor, é preciso pensar como feto (em sua
fragilidade), e depois como bebê e em cada fase da sua vida. Os pais e os demais
parentes adultos, não tem a sensibilidade de pensar na criança, como criança,
na sua idade, na possibilidade de não estar entendendo o que se passa e no
quanto fazemos cobranças de coisas que nem se quer, os ensinamos ainda. É óbvio
que tudo isso gera instabilidade emocional neles e, tal como nós, adultos,
descontamos nos outros, nossas irritações, as crianças pequenas também, tem
seus momentos.
À medida que a postura irremediável dos pais, tornam-se
frequentes, a irritabilidade das crianças (em forma de birras), também são
constantes, pelo menos até que os pais parem de punir e comecem à querer
conversar, admitir o próprio comportamento e, doravante, fazer um tratado de
paz com as crianças. As crianças não tem
problemas psiquiátricos, os adultos é que estão vendendo essa ideia e adoecendo
os filhos, de verdade. Como ?
Os pais acreditam que seja algum tipo de
transtorno opositivo desafiador, levam ao psiquiatra (que compra a ideia) e
prescreve medicação correspondente, porém não apropriada à causa correta. Em resposta ocorrem os efeitos colaterais, as
crianças sofrem com isso e passam à adotar um perfil de paciente psiquiátrico (que muda conforme
a medicação), fazendo os pais acreditarem que era de fato, uma patologia.
Em alguns casos, uma criança, pode constituir e desenvolver
desde cedo, um transtorno psiquiátrico, como Autismo por exemplo. Para descobrir se o comportamento de uma
criança é psiquiátrico ou não, os pais devem mudar seu modo de lidar com
ela. Problemas e desentendimentos
conjugais também causam instabilidade psicoemocional. Se um capitão e o comandante de um barco não
se entendem sobre o rumo à tomar, os tripulantes tendem à pular do barco. Uma criança não pode pular do barco, mas pode
sentir-se insegura e, como elas não aprenderam ainda, à manifestar suas emoções,
isolamento, irritabilidade (em forma de birras) e agressividade, são as reações
mais esperadas.
É como eu disse: Pensem
como eles !
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-didata.