ENTENDA O QUE DE FATO OCORRE.
Pessoal (curto e
grosso), vou passar à vocês o que de fato ocorre e o que devemos fazer pra
melhor conviver e até curar-se. Na
verdade o que vou dizer, já foi dito em outros artigos, só que voltados para
transtornos específicos. Agora vou
colocar de forma genérica.
Tudo que se sente,
por causa de qualquer transtorno, é reflexo psicológico do que JÁ foi
vivenciado por vocês mesmos, em algum momento, enquanto feto, recém nascidos de
primeiras semanas, meses, até os 3 anos de idade. Cada sintoma que sentem, reflete o momento
específico que vivenciaram, quando
ficaram submetidos à uma condição de desconforto físico ou emocional (ou
ambos), por tempo prolongado ou de forma súbita ou repetido por algumas vezes.
A idade da criança
(de feto à 3 anos, em média) + O tipo de evento + tempo de exposição + a
severidade do evento + o ambiente (convivência em família), é que irá
determinar o tipo de transtorno que terão e sua severidade.
Mas, ao contrário do
que possamos imaginar e, frente à incompetência da psiquiatria hoje, em
promover uma melhor qualidade de vida, o portador pode se ajudar no processo de
auto ajuda. Como cada sintoma e crise
reflete um momento que já vivenciei, então sempre que sentir algum tipo de
sintoma ou de crise e, caso consiga, tentar descrever tudo que estiver
relacionado, poderei com o tempo, montar o quebra-cabeça sobre o que de fato
aconteceu e que e gerou esse transtorno (nos dois sentidos da palavra). Vou dar-lhes algumas dicas do que deve considerar:
1. Momento do dia
(manhã, tarde ou noite)
2. Ambiente em que se
deu o sintoma ou crise (cômodo, casa, na rua e onde).
3. O que estava fazendo
(limpando a casa, lavando roupa, fazendo comida, etc)
4. O que estava
assistindo ou ouvindo (TV, rádio, vitrola, campainha, gritos)
5. O tempo que estava
fazendo, dentro e fora de casa (calor, frio, chuvoso, etc)
6. Se estava sozinho(a)
ou acompanhado(a) e com quem.
7. Se acompanhado(a),
sobre o que conversavam ?
8. A casa ainda
preserva objetos ou decoração, de quando ainda criança ?
9. Procure lembrar do
que sentiu e/ou disse durante uma crise ou sintoma.
Um fato que descobri
é que, momentos presentes que se assemelham com fatos ocorridos quando criança
(ou durante a sua gestação), podem se reencontrar através de um recurso do inconsciente
que eu chamo de método associativo e, sempre que isso ocorre, desperta no
portador a sensação decorrente. É quando
se dá o respectivo sintoma ou mesmo a crise, que durará enquanto durou quando
era criança.
Quando tiver um
desses sintomas, começa à questionar-se e começar à especular sobre o que pode
ter acontecido, que pode ter lhe gerado a mesma sensação, com base nas dicas
acima. Se necessário anote também. Mas lembre-se, pense como criança, cabeça de
criança, tolerância de criança.
Vamos iniciar um
trabalho de auto investigação sobre o que de fato ocorreu, onde ocorreu, com
quem estava e o que estava fazendo. Não vamos nos pegar na primeira conclusão que
aparecer, porque as variáveis são muitas.
Cada hipótese,
provável ou não provável, deverá ser anotada e mais tarde, à medida que novas informações
forem surgindo, algumas das primeiras hipóteses poderão ser descartadas,
enquanto outras, consideradas. É como um
jogo e nosso “adversário” somos nós mesmos, quando criança. Não precisamos fixar tempo pra acabar esse
jogo, porque o importante aqui é o próprio jogo (a auto-investigação).
Em outras palavras,
ao invés de nos escondermos do transtorno (qualquer um deles), seja depressão,
bipolaridade, tdah, borderline, pânico, ansiedade, etc., vamos nos ocupar
deles. Vocês poderão compartilhar no face,
nos grupos, como estão indo e o que estão descobrindo. Nessa auto-investigação, vocês podem (sem
saber), descobrir algo sobre o que lhe ocorreu e, sem saberem também, poderão
eliminar alguns dos pontos que desencadeia um sintoma, eliminando aos poucos,
os fatores que concorrem para provocá-lo.
Pensem numa coisa: Se
temos um "inquilino" que não podemos despejá-lo, devemos então,
encontrar formas de conhecer e conviver.
Professor Amadeu
Epifânio
Pesquisador/Psicanalista