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quinta-feira, 12 de julho de 2012

FAZENDO JUSTIÇA – Colocando-me na pele de um DEPENDENTE QUÍMICO.
O Crack ou a cocaína, é ainda o grande algóz à destruir a vida e os sonhos, que foram um dia, cuidadosamente construídos na mente de um jovem e que não tiveram tempo nem chance se quer, de serem rascunhados num papel.  O que muitos ainda não perceberam é o porquê da longevidade do vício, para os usuários de drogas.  
O Usuário, em razão da rapidez do efeito das drogas na cabeça, está sempre em estado de Hulk, sempre aceso, procurando novas porções ou pensando em como adquirí-las, enquanto fuma ou cheira. Todos já conhecem o personagem do Hulk.   Enquanto ele está sendo perseguido, sua condição de super força não regride e mantém-se assim até que a perseguição cesse e ele consiga relaxar um pouco, quando volta ao estado normal de um ser humano normal. 
Com os dependentes de drogas é a mesma coisa.   Imposições abruptas, como retirá-los na marra e levá-los quase que por meio da violência para centros de tratamentos, só serve para piorar sua condição de usuário, pois irá deixá-lo ainda mais agitado e amedrontado, tendo que recorrer às drogas para conter sua ansiedade.
O que leva um usuário à anos de dependência é o chamado "fator motivacional", ou seja, as drogas arrombam o compartimento de memórias negativas, relativas à tudo que o usuário sofreu, de toda forma, durante toda sua existência, até o fatídico encontro com a droga.   À partir daí, este "HD" vai ficar girando e repetindo todo esse repertório, tocando sempre a mesma "melodia", induzindo o novo usuário à buscar mais drogas para esquecer as lembranças.
 Têm-se início à este um novo ciclo:  É um disco que pode ficar pulando durando anos, dependendo da quantidade e tipo de lembranças que ele tenha guardado durante sua vida.  O ciclo pode chegar ao fim (se a morte não chegar primeiro), quando a "melodia" começar a ficar sem graça, perder efeito.  Aí ele começará a consumir pela droga e não mais por um desejo de esquecer alguma coisa. O sabor da droga começará a ficar mais "amargo".   É quando ele começa a pensar em se tratar.
Mas, se mesmo neste "final de ciclo", alguém vier e querer levá-lo à força para tratar-se, isso poderá causar um reverso e levá-lo a procurar a droga outravês, por causa deste novo "fator motivacional".   É preciso fazer parar este ciclo e, para que isso seja possível, as abordagens deverão ser mais brandas, seguidas de uma boa "conversa de botequim", para fazê-lo relaxar, para entrar no assunto de tratamento e aí sim, a resposta recíproca, há de ser mais rápida do que quando feito de outra forma.
O usuário sabe que entrou "INVOLUNTÁRIAMENTE" numa roubada e não precisa ser maltratado, para ser lembrado disso.   A droga roubou-lhe o controle de suas ações como quem faz uma lobotomia, ou seja, sua vontade própria extinguiu-se quase que totalmente, restando muito pouco para agir. Sua mente, doravante, é a droga e o seu corpo, seu escravo fiel.    Mas existem medidas que podem potencializar essa pequena parte, para que possa se rebelar contra a droga e reassumir, de forma gradativa e progressiva, o controle do seu corpo. 
Considere a droga como alguém que anda sempre ao lado do usuário, dizendo o que ele fazer e como agir e quando se diz para um usuário “vai se tratar”, quem escuta é a droga.  Para que somente o usuário ouça, devemos fazer uma abordagem diferente.  Naquela “conversa de botequim”,  que mencionei acima, deve-se tentar extrair, da vida pregressa do usuário, antes da droga, fatos que foram positivos na vida dele (ou dela).  Acrescentar ao fato a seguinte expressão: “Se quiser ter essas coisas de volta, você sabe o que tem que fazer”.    Apenas o usuário ouvirá, pois estará tocado pelo remorso e pela vergonha.
Ele pode relutar à princípio, mas com certeza irá ruminar sozinho (sem a influência da droga).  O tempo dependerá de alguns outros fatores.  Melhor se for dita por alguém que era muito próximo do usuário, que não tivesse nenhuma reserva com ele ou ela, antes da experimentação.  Não deixe de compartilhar com Deus este desafio, quem sabe ele não dá um empurrãozinho.  Boa sorte !

                                                                    Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !
(Ponha esta idéia na cabeça de quem precisa).


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