FASCÍNIO (APENAS) PELA SUPERAÇÃO !
Os engenheiros eletrônicos, espalhados pelo mundo, não estão empenhados (apenas) em produzir robôs e muito menos, ditos como inteligentes. Estão determinados em superação, fazer melhor o que já existe, um nicho tecnológico a espera de sofrer uma nova mutação no seu propósito. O fascínio pelo novo é algo que impulsiona a curiosidade e instiga a própria vaidade, em querer "tirar-se do espelho", mas de uma forma peculiar e que surpreenda à muitos. Esse é o fascínio que os cega.
O que torna as máquinas inteligentes ? Elas pensam ? Seria como fazer o boneco Pinóquio e, de repente dar-lhe o dom de falar e poder mexer-se, mas ainda vulnerável à curiosidade ingênua, que não lhe permite questionar-se se certo ou errado o que pretende fazer. O que dá às máquinas com IA, o limite moral ? O homem pode ser dotado do QI mais elevado e invejável que existe, mas como lida com as perdas que lhe geram danos emocionais ? E como sabe que não transferiu essas limitações psicoemocionais para as máquinas ? Uma máquina com IA cometeria suicídio se admitisse não mais, poder ser controlada pelo homem ?
Muitas das máquinas já construídas, já executam uma série de atividades complexas (porém previsíveis), isto é, dentro do que lhe foi programado. O cientista introduzir-lhe as fórmulas, deixando que os desafios introduza os valores e o resultado é algo previsível. Enquanto o homem vivia bem no paraíso, não havia problemas que não pudesse superar. Isso porque Deus é quem os controlava. Mas quando lhe foi dado o livre arbítrio e o direito de decidir sozinho, tudo mudou. Foi quando deram valor ao paraíso (mas aí já era tarde. Já tinham sido expulsos).
Todo ser humano é soberano, sempre que encontra formas de superar-se, seja portando uma arma de fogo, um ogiva nuclear, uma grande soma em dinheiro; Posição, poder, portador de um conhecimento tecnológico, que lhe permite produzir máquinas que decidem sozinhos o que fazer diante de um obstáculo, etc. Ou seja, uma máquina com livre-arbítrio. Conseguirá ele sobreviver à um mundo complexo e até hostil ? A realidade das ruas é bem diferente do lugar onde ele é construído. A minha curiosidade se aguça a cada dia.
Na emoção estão os percalços que não conseguimos dominar e que, em razão disso, a queda é iminente e levantar-se, cada vês mais difícil, quase impossível. Errar não é probabilidade, é onde o ser humano precisa melhorar, para que o desafio possa ser previsível, controlado e contornado. O cientista coloca em seus robôs, o máximo de conhecimento que possa reunir, para torná-las autônomas (para eles) e perigosamente inteligente (para nós). Porque ? Ainda não sabemos o tipo de convivência que teremos com robôs com IA. Cada ser humano é único, seria como prever todas as reações, de todos os habitantes do nosso planeta. As reações (frente ao outro) ainda é uma incógnita.
Somente na aplicabilidade da IA, no dia a dia, é que saberemos como tudo isso se dará.
Cientista X Criação de IA, é como tempo de namoro, tem que ser bem prolongado, para que se saiba o que está fazendo, para que o(a) conheça bem.
Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo.