TAMBÉM AQUI, PODEMOS
NOS AJUDAR.
A Esquizofrenia é, ainda, um dos
grandes desafios da medicina, dada a sua enorme complexidade com que é
manifestada por um mesmo portador. Entre
alucinações e paranoias (sem contar outros sintomas atípicos de uma pessoa
normal), a esquizofrenia vem provocando a ciência à tentar descobrir o que
realmente acontece (ou aconteceu), para que uma pessoa venha a adquirir um transtorno de enorme
complexidade.
A esquizofrenia nos faz lembrar a ideia
de perda de controle ou de comando sobre si próprio (sua vontade), o que nos
faz lembrar em parte do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade,
com características semelhantes, embora de natureza não tão grave quanto da
esquizofrenia. O que existe no TDAH é um
sério distúrbio de comportamento, enquanto que, na esquizofrenia, o distúrbio
mental é mais sério, cujas manifestações são variadas e potencializadas
conforme o grau de comprometimento cognitivo e intelectual do seu respectivo
portador.
Via de regra, o ser humano assimila,
diariamente, centenas de informações, através de alguns dos sentidos de
percepção onde, partes destas informações são adquiridas de forma consciente e
outra parte, de natureza inconsciente, ou seja, aquela em que não nos damos
conta. Como é de se esperar, nosso
cérebro (automaticamente) realiza a seleção, separando as informações que
buscamos, daquelas que chegaram “de penetra”, onde as mesmas encontram no
cérebro um lugar específico para ficarem, enquanto as que procuramos são
processadas para uma destinação mais imediata ou mais específica.
Como
é grande a quantidade de informações assimiladas, não é difícil pressupor que
as mesmas venham, ocasionalmente, gerar no indivíduo, pensamentos aritméticos
resultantes e também frequentes e que, muitas vezes viaja mais rápido que a
velocidade do vento, onde em fração de segundos é possível até desenvolver uma
pequena história, em decorrência de algo captado pela mente, em meio à tanto
que foi assimilado. Isso não se trata de
loucura e sim, de um estado de alerta e de atenção da mente e que apesar disso é
de curta duração e inofensivo para os não esquizofrênicos.
Já com os portadores da esquizofrenia
existem essas duas características, (digamos negativa), ou seja, a capacidade de
seletividade das informações é comprometida seriamente e a segunda característica
é a de que estes pensamentos (oriundos do acúmulo de informações recebidas, sem
destinação), não desaparecem após sua rápida aparição e sim, se tornam
presentes, ganhando vida e força, interferindo sobre o estado consciente e
sobre a vida da pessoa, de forma impactante, presente e socialmente destrutiva.
Pensamentos que deveriam ser padrão
para alguns, no paciente esquizofrênico eles ficam ruminando o tempo todo,
formando ecos e criando alucinações auditivas e involuntárias, que por sua
persistência, materializam-se, criando paranoias comportamentais, acreditando
fielmente na veracidade dos fatos que foram criados à partir de uma falha de
controle de informações adquiridas. Fatos semelhantes se notam em alguns tipos
de sentidos, como olfato, audição e visão, levando o esquizofrênico à falsas percepções
de sons, vozes e cheiros.
Existem na esquizofrenia vários
sintomas, como os recorrentes e os secundários.
O primeiro, diretamente ligado à esquizofrenia, como as alucinações e
paranoias, enquanto os sintomas secundários ficam relacionados especificamente
ao histórico de cada paciente, de cada portador de esquizofrenia, pois que em
cada um, apesar do “transtorno”, existe uma história de vida diferente,
concepções e valores específicos e diferentes que mesmo assim, de longe são
relevados até mesmo pelos os que estão mais próximos. Que dirão os outros.
Como em outros transtornos e em cada
portador, a mente procura encontrar formas de se comunicar ou de chamar atenção,
que nunca é compreendida pelos o que estão próximos. Em geral agem de forma à chamar a atenção
para si, com gestos e ações contrários ou manifestações fora de contexto, numa
tentativa (quem sabe) desesperadora, de dizer que está presente e tentando
interagir. Mas a constante frustração e
o medo de ser sempre julgado erroneamente (apenas pelo o que se vê), o levam ao
isolamento social e até muitas vezes à própria clausura.
Um fator relevante e que quase sempre
pode agravar o quadro esquizofrênico é o de alguns sentimentos decorrentes dos
seus portadores (provavelmente motivados pelo medo do preconceito das pessoas
que não entendem, não quer conhecer e muito menos aprender a lidar com a
esquizofrenia). São os sentimentos de CULPA
(pelo transtorno causado aos familiares), REMORSO (sentimento resultante);
INSEGURANÇA/DESORIENTAÇÃO (por se sentirem estranhos, se não pior), numa
sociedade que se recusa a aceitar o diferente, numa postura lamentavelmente
triste e vergonhosa.
Agora vem o verdadeiro prejuízo causado
por tudo isso, aos que sofrem de esquizofrenia: Estes sentimentos de culpa,
remorso, insegurança e desorientação, potencializam de forma grave “aqueles”
pensamentos que ficam ruminando insistentemente, transformando-os em
alucinações auditivas e destes, em paranoia, por acreditarem que muitos os
perseguem de toda forma por serem diferentes, por serem o que são.
Eu cheguei à fazer a comparação com o TDAH pela seguinte razão: Enquanto no TDAH não
é difícil restabelecer o controle sobre a vontade do corpo, através de
exercícios de rotina disciplinar, objetivando
com isso, resultados objetivos e diretos, na esquizofrenia,
qualquer resultado que venha à ser trabalhado, seu propósito deve objetivar resultado
indireto, uma vês que a questão do
controle de seletividade e processamento de informações que se adquiri, é de
natureza inconsciente e involuntária, não estando esta ação subordinada à
vontade consciente.
Como estudioso do processo de tomada de
decisão do ser humano, diante das situações mais adversas em que é submetido,
as sugestões que ora faço, são as seguintes:
Primeiro, manter ou ingressar no
tratamento psiquiátrico e medicamentoso, pois que os remédios ajudam na
manutenção do equilíbrio emocional e cognitivo, além de torna-lo mais apto
quando do tratamento terapêutico, que nos casos de transtornos, é sempre
recomendado;
Segundo, trabalhar para melhorar o
equilíbrio psicológico e emocional, para que os sentimentos de culpa, remorso e
insegurança, sejam trabalhados e eliminados, pois os mesmos só servem para
sustentar as alucinações e paranoias recorrentes, além de não terem porque
sentir tais coisas, uma vês que vocês não pediram pra passar por tamanha
provação, quando os familiares é que precisam encontrar formas mais harmoniosas
de lidar com vocês.
Terceiro, proponho que se faça também,
um exercício de auto-sugestão, para ajudar no restabelecimento do controle da
vontade e da harmonia interior, à ser feito em momentos tranquilos (sempre que
possível e independente de qualquer tratamento terapêutico, como psicológico ou
psicanalítico), preferencialmente só, em harmonia consigo mesmo, isto é, sem
estar aborrecido(a);
As frases abaixo, devem ser proferidas de forma pausada,
como se de fato fosse, sem tempo certo pra acabar, em média 3 x por semana e simultaneamente
seguindo as determinações médicas e também as medicações.
Vou, à partir de agora, retomar o controle da
minha vida.
Não
tenho porque me culpar por ser esquizofrênico(a).
Não
quero mais sentir-me inseguro(a) pelo o que eu tenho.
Minha
vida é valorosa, por isso sou dono(a) absoluto(a) dela.
Posso
escolher entre o bem e o mal, entre o que é bom e o que é ruim.
Sou
uma pessoa sã e tudo em mim funciona perfeitamente.
Não
quero mais saber de paranoia.
Chega
de alucinações.
Sou
uma pessoa saudável e produtiva.
Deus
me fez inteligente e saudável.
Pra
saber fazer minhas escolhas.
Eu
escolhi viver bem.
Ninguém faz nada, se não em razão de
algo que o motive. Esta frase que eu
criei para justificar que nada do que acontece é gratuito, assim como os
transtornos psiquiátricos, ninguém procura, ninguém deseja tê-los. Da mesma forma, quero utilizar esta mesma
afirmativa, agora para trabalhar o inverso, isto é, o restabelecimento da
capacidade administrativa da mente em restabelecer o processo seletivo da
mente, sobre tudo que é absorvido pelo mesmo, através dos nossos sentidos de
percepção. Nossa mente tem uma enorme
capacidade de adaptar-se em situações de dificuldade e que, neste caso, não há
de ser diferente.
Peço à Deus que Abençoe à todos os que
sofrem de algum distúrbio neurológico.
Sempre à disposição.
Amadeu Epifânio
Projeto Conscientizar – Viver bem é
Possível !
Corrigindo Passos para um Caminho +
Seguro.