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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

ÁLCOOL & DROGAS.

O QUE ELES TÊM EM COMUM ?



Já Ouvimos por diversas vezes a expressão, que toda felicidade tem um preço. Significa que quando buscamos alcançar, às pressas, algo que achamos que irá nos trazer uma falsa sensação de prazer, muito provável que nos traga também, como “pagamento”, uma sensação amarga de arrependimento e lamentação, quando não apenas isso, ainda vir acompanhado de uma dependência química ou alcoólica.

Postei esta semana no meu Twitter, que o álcool é para preencher um espaço que ficou vazio dentro de nós, provavelmente em decorrência do afastamento físico ou afetivo de alguém que tínhamos certa predileção ou mesmo, amor e que drogas eram para substituir o vazio que “outros” insistem em deixar, mesmo quando presentes.

Ambos, drogas e álcool, têm algo em comum, quanto à inibir gradualmente nossa capacidade de tomar decisão ou mesmo, iniciativa, o que resulta na constância praticamente desenfreada do vício ou dependência em ambos os males.  Nas drogas existe um lapso de consciência durante a abstinência ou intervalo entre a última e a próxima droga, mas que infelizmente é usada justamente para procurar ou pensar no próximo consumo.

Já no álcool este lapso de consciência, praticamente não existe, pois que o consumo da bebida é praticamente um impulso inconsciente, razão por isso o alcoólico sempre acreditar que está no controle, ainda que visivelmente, mostre o contrário.

Em ambos os vícios, os fatores que alimentam a dependência, provavelmente vem de um fator único e específico, que como uma granada, espalha estilhaço por todo lado, ou seja, interfere na autoestima, comprometendo relações diversas, como sociais, profissionais, conjugais e familiares, porém todos por causa de um único motivo e é justamente este único motivo, o gatilho para continuar consumindo seus vícios, além, claro, do fator químico.  O motivo é a justificativa para o vício, que é o que dá prazer.

Ao contrário do que muitos pensam, o vício encontra respaldo para sua constância, enquanto o usuário tiver argumentos próprios, amparados em experiências vividas, até o momento da experiência ou do disparo da pré-disposição genética para o alcoolismo.  A justificativa, quando não negativa (para esquecer) é o próprio remorso ou sentimento de culpa, além do fato de achar que nunca mais será aceito de novo.  Essa corrente de pensamento, geralmente se quebra quando é internado involuntariamente.

Depois do tratamento (ou desintoxicação), existe no ex-dependente o medo de voltar a consumir, porque reconhece a enorme pressão que as drogas ainda fazem dentro de si.  Este medo, muito provavelmente se dá em decorrência de insegurança no ambiente familiar, quando severamente alterado em razão da nova realidade, já que os familiares agora o veem como um problema e não mais como à um filho, que carrega consigo um problema.

É essa mudança no paradigma da família que gera toda insegurança, o que o torna extremamente fragilizado e quase impotente, diante da pressão interna que sofre do resquício (ou fragmentos do vício) da droga quando em cada nova pressão;  sem que ele saiba, é pesado na balança as duas pressões, ou seja, a droga de um lado e a insegurança do seu ambiente, do outro.   Poucas são as vezes em que o ambiente familiar é que ganha essa batalha, razão de sempre haver as tão frustradas e indesejadas recaídas.

Não importa o que se diga, família será sempre algoz, direta ou indiretamente. A grande maioria dos jovens, hoje usuário de drogas, carrega consigo um concepção à respeito da família ou de algum de seus membros (em geral, negativa).  Quando tratamos um ex-dependente com arrogância, confirmamos nele ou nela, tal concepção, desestabilizando seu emocional e sua motivação para o tratamento.

Quanto menos orgulho, arrogância e  pretensão de inocência, maiores as chances de recuperação serem mais rápidas, eficazes e sem recaídas.  Depois que acontece, ficar procurando culpados, para esquivar-se da responsabilidade, é tempo perdido, porém é útil, quando utilizado em pró do ex-dependente, como ?  Se eu fosse um dependente em recuperação, não iria aceitar, nesta fase, a presença de pessoas que por ventura não me desse bem, antes do vício, o que também atrapalha o empenho na recuperação.

Ex-dependente não é mais usuário e sim alguém que passou por uma experiência traumática (como alguém que bate com o carro e sobrevive) e está se recuperando e nessa hora, o empenho dos familiares, do jeito certo, é crucial.  Boa sorte.


                                                     Amadeu Epifânio


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