O
AMBIENTE QUE NINGUÉM QUER ESTAR.
Com certeza um dos piores resultados,
proveniente de uma resposta aritmética da mente de um dos moradores de um
complexo presidiário. Quem, na vida,
sonha estar num ambiente como este ?
Muito menos em seus pesadelos.
Mas está acontecendo, hoje, com milhares de pessoas, onde muitas delas
até hoje estão se perguntando, como e porque foram parar lá dentro. A mesma pergunta se fazem os alcoólicos, os
dependentes químicos, os que provocaram acidentes infantis e estúpidos nas
estradas, fora tantos outros.
O processo para se chegar neste estágio,
não é tão simples como parece, pois assim como não desejamos ser “inquilinos”
do sistema prisional, também os atos que nos levaram para lá, não foram por
livre e espontânea vontade e sim, motivado por processo aritmético, levando em
conta todo nosso histórico pregresso, até o que costumamos chamar de “gota
d’água”; o que nos leva à deduzir que
esta trágica história pode ser interrompida em diversas etapas ou
oportunidades, sem que seja necessariamente, consumada.
Muitas vezes fazemos uma afirmação, de
que basta apenas um pequeno parafuso cair dentro de uma máquina, para provocar
um grande defeito. O mesmo pode
acontecer conosco, provocando uma verdadeira pane emocional,
desestabilizando-nos severamente. A imagem positiva que idealizamos sobre uma
pessoa, quando quebrada, nos deixa muitas vezes sem chão ao nos decepcionar com
ela, não é verdade ? Pois bem, essa frustração,
quando ocorre com uma criança, é uma marca que fica para a vida toda, cuja
consequência vai explodir lá na adolescência, causando danos psicológicos
severos (às vezes irreversíveis), sem contar as alterações de comportamento.
Várias podem ser as causas que lavam um
adolescente à cometer atos graves de comportamento sem, contudo, ser
necessariamente voluntário e consciente.
Como se já não fosse o suficiente, os jovens infratores costumam ter
duas vidas numa só, isto é, a vida antes e a depois do primeiro delito, que por
mais que se esforce para ter sua vida normal outra vês, nunca terá sua imagem
“limpa” novamente, nem mesmo e principalmente, por seus próprios
familiares. Que dirá a sociedade.
Agora eu pergunto: Quem se decepcionou com quem, primeiro ?
Quando tivermos a coragem de responder à
esta pergunta, com certeza, nossos jovens (ex-presidiários ou ex-dependentes)
poderão enfim, ter a esperança de ter uma vida normal outra vês, porque ninguém
faz nada, se não em razão de algo que o motive.
Depois que a ”pedrinha” cai na cabeça de uma criança ou de um jovem, tem
início um efeito dominó, cuja a última pedra, ainda não sabemos qual será.
Sem alguém foi parar num ambiente
prisional, é porque sua mente já se encontrava presa de alguma forma e quem
tinha a chave, não teve a chance de abrir em tempo hábil. Somente pelo diálogo, será possível
identificar problemas que, se não resolvido logo, poderá ser tarde demais,
depois que a ficha cair. Ainda há tempo
de reaver aquele diálogo, bem como a confiança perdida. Portanto, não perca mais tempo. Lembre-se, viver bem é possível.
Amadeu Epifânio
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