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quinta-feira, 30 de julho de 2020

CRIMES MISTERIOSOS !

UM OLHAR PSICANALÍTICO 

Ultimamente tenho assistido a séries de filmes policiais, sobre mistérios que predominam mortes e desaparecimentos e a respectiva dificuldade em compreender a forma que acontecem e a falta ou insuficiência de fatos, as quais poderiam levar tanto à pistas quanto a conclusão do caso.   Obviamente a vida sempre imita a arte, de forma não ser difícil encontrar situações semelhantes, na vida real.

Vivo afirmando, em artigos e agora também em vídeos (gravados por mim), que nada acontece por acaso, que em tudo existe uma razão específica para ocorrer.  São motivações que muitas vezes um suspeito, um parente ou mesmo o autor do crime, ou não sabe explicar ou mente para esconder uma verdade (em forma de medo), que mesmo ele pode não saber a origem da existência, ainda que tenha sido forte o bastante para incitá-lo em cometer um assassinato.

Quando nos referimos ao termo “misterioso”, obviamente não estamos nos referindo aos crimes comuns, onde corpos são abandonados em locais fáceis de se achar. Não.  Estamos falando de corpos (ou de pessoas) desaparecidas.  Pelo menos até hoje, não encontradas ou, encontradas, porém, sob condições que vão além da compreensão humana.  Crianças, idosos, mulheres, jovens, pessoas cuja reputação não lhe pesa nenhuma mácula, que justificasse a forma com que o corpo foi achado ou jamais encontrado.

Nesses casos, o maior de todos os mistérios, não reside sobre a vítima em si mas, na falta de informações de pessoas que conheciam a vítima, que conviveram ou tiveram alguma relação de amizade ou de cumplicidade.  É como se de repente fizessem parecer que a possível vítima nunca tivesse existido ou que já se fizessem anos desaparecido (a) e cujas lembranças vão se esvaindo da mente, até não restar mais nada que possa ser dito.  Em casos como esses, na grande maioria das vezes, o caso é lamentavelmente arquivado.

O que deixamos escapar ?  Questionam-se os peritos forenses, não entendendo como um possível crime não pôde ser resolvido ou pelo menos esclarecido, independendo de ter ou não, achado o corpo ou qualquer vestígio que pudesse colocar qualquer pessoa, como um possível suspeito.  E se a verdade não quisesse ser encontrada ?  Com um propósito desses, não seria tão difícil esconder a verdade, sem contar que seria bem mais convincente negar qualquer envolvimento.

Estou falando do que está “escondido sob nossa consciência” em nossos inconscientes e cujo conteúdo pode ser capaz, tanto de mentir quanto praticar algum tipo de crime hediondo.  Por certo não os manipulamos, pelo contrário, são eles à nos governar, de forma alternada, que dependerá da condição tanto psicoemocional quanto cultural ou de princípios, para nos fazer agir.  O processo aritmético desses fatores (quando em conjunto), pode ser capaz de fazer coisas incompreensíveis, ao entendimento humano.  Contudo, ainda que uma pessoa consiga esconder qualquer ligação com um possível envolvimento delituoso, o corpo e suas atitudes podem vir à denunciar tal mentira, aos olhos de um bom psicanalista e também excelente observador.

Talvez a falta de um profissional tão habilidoso, tenha favorecido arquivamento de um caso, que mesmo dado como polêmico, por suas características misteriosas, sem pistas que tivessem levado à qualquer direção, no que concerne à encontrar um corpo ou se quer, que pudesse ter levado ao seu desaparecimento.  Além dos inconscientes, existe o que chamo de “caixa preta” das experiências emocionais e outra, que contém conhecimentos, valores e princípios (quando inseridos) e não contaminados com o mesmo conteúdo da primeira, cuja intensidade pode forçar uma pessoa à cometer até mesmo, um crime brutal.

Resumindo, as informações que estão faltando para uma possível elucidação de um crime ou desaparecimento, podem não estar emergentes mas, submersos e bem protegidos por seus respectivos donos (ou servos) inconscientes, à depender de cada situação e condição.  Quando a língua se cala, o corpo é quem fala.  O problema é que este ainda, não foi “devidamente” interrogado.

Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede pra fazer.

                              (Fernando Pessoa)

 

Professor Amadeu Epifânio 

Pesquisador/Psicanalista Autodidata.

 

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