É POSSÍVEL TÊ-LOS DE
VOLTA À HARMONIA.
Um dos maiores
desafios da família hoje é manter os laços entre pais e filhos, sem discórdia,
sem brigas, sem conflitos. Seja como
for, nós, pais, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente, somos sempre
culpados por desvios de conduta e comportamentos. Isso porque quando eles mais precisaram de
nós, falhamos. Falhamos e, se negamos, é
porque nossa prepotência não nos deixa ver o quão de estrago já causamos na
vida deles e, cada vez pior.
Existem os casos
mais graves de discórdia entre pais e filhos, do tipo bem rebeldes, de não
parar em casa, passar mais tempo na rua, de não poder ver seu "algoz"
(pai ou mãe) que já começa à discutir e brigar.
Nessa hora a perda da paciência, de ambos os lados, a falta de jogo de
cintura de quem deveria estar no controle da situação, a causa chave da
discórdia (prevalência do motivo), tornam-se pedras no caminho da conciliação,
gerando um quadro ainda pior e mais vulnerável para os filhos.
Para esses casos
existe apenas uma conduta à ser posta em prática, preferencialmente pelo
cônjuge com quem o jovem está em conflito, pai ou mãe. Mesmo sendo com os dois, apenas um deles é
que deverá agir, da forma como for sugerida.
Primeiro passo é
planejar um momento e um local onde ambos (pai ou mãe, e filho) deverão estar
sós, por pelo menos umas 3 horas. Em
seguida chamar o filho para uma conversa à dois. Nessa hora quem estiver com ele deverá
despir-se de todas as armas que comumente trás consigo, como prepotência,
arrogância, superioridade hierárquica, posição profissional, etc. Nessa hora pai ou mãe (que estiver com o
filho) não significa nada além de pai ou mãe, apenas.
Em seguida
começará conversando da seguinte forma:
"Filho, o que está acontecendo entre nós, esse
desentendimento, essas brigas, é tudo culpa minha (se começar à ficar comparando
quem erra mais ou menos, irá por tudo à perder). Minha
omissão, minha negligência em não estar com você presente, sempre que precisou
ou pensou precisar de mim, é que mudou você, mudou as coisas entre nós. A única coisa que me apavora é que essa minha
falta te leve à se prejudicar de alguma forma.
Por isso quero fazer um trato com você e gostaria muito do seu voto de
confiança. Quero dizer que vou mudar,
quero estar mais presente na sua vida, sem sufocar (como dizem os jovens rsrs),
mas presente, participando, partilhando, orientando, sem críticas nem censuras,
porque quero que seja à mim que você venha quando precisar de ajuda, conselho e
até conforto, pras horas que a vida nos dá as "rasteiras". Não vou falhar de novo. A única coisa que eu quero de você, filho(a),
é que você procure se cuidar mais, que não deixe seu rancor por mim dominar
você ou seus pensamentos. Dê uma chance
pra nós, pra todos nós. Isso começa
agora, não vou impor condições, porque sei que sabe que fará o que for o certo
e que à partir de agora poderá contar comigo, sem nenhum tipo de receio. Tudo
bem ?"
Essa é a base da
conversa, sem proposta de condições do tipo:
"Ah, mas você vai ter que ajudar à fazer isso ou desta forma". Se fizer isso, Adeus, vai espantá-lo e uma
segunda oportunidade poderá levar muito, muito tempo e que poderá ser tarde
demais. Lembre-se que, se o filho chegou à esse ponto, foi por processo
aritmético determinante, ou seja, a postura dos pais que foi mais predominante,
durante certo tempo.
Outra coisa, se for prometer, cumpra ! porque
se falhar, a confiança dele em vocês também irá falhar, talvez pra sempre. É seu filho, sua filha. Não adianta realizar sonhos se os filhos não
tomar parte deles. Uma família unida é a
certeza de uma viagem segura. Pense
nisso.
Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista/Pesquisador
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
Nem precisaria dizer que este diálogo deve ser dito com a máxima sinceridade e cujo semblante sincero deve ser percebido pelos filhos, do contrário poderá deixando escapar uma grande oportunidade de reconciliação e uma próxima pode levar muito tempo.
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