Transtorno mental não se herda hereditariamente. Alguns transtornos são constituídos ainda na fase intrauterina, outros nos primeiros meses e um terceiro grupo, até os 3 (três) anos de idade (cinco no máximo, à depender da maturidade). Se cada portador se estudar para entender o seu transtorno, a possibilidade de ter uma vida melhor, é muito grande. Não podemos viver pra sofrer, temos de fazer a nossa parte.
Nós queremos respostas, o médico quer respostas para diagnosticar e prescrever, familiares também querem entender o que se passa, porque querem ajudar mas não sabem como (por isso censuram). Cada transtorno é constituído em cima de fatores como idade, maturidade, vivência, convivência, ambiente e "cenário", onde transtorno foi constituído (se dentro de casa, na rua, etc), pois é isso que irá determinar os gatilhos psicológicos e sua frequência. Não fuja das crises, não tenha medo, aproveite para estudá-las e anotar tudo o que se passa.
Faça terapia, mas saiba o que quer, tem que saber definir o que seria bom acontecer com você (poder estudar, trabalhar, etc). Cura é possível, mas não vem da noite pro dia, se o portador não se ajudar. Lembre-se que o terapeuta trabalha em cima do seu relato, não procure dizer o que acha ser relevante, diga o que vier à cabeça. Sintomas e crises são involuntários e inconscientes, por isso deixe o pensamento fluir e dizer o que sente. Procure avaliar a eficácia da terapia, buscando definir se está se sentindo melhor, sem as mesmas limitações de antes. Não tenha pressa, tempo não é importante, progressos sim.
Lembre-se, você não comprou seu transtorno, não foi à loja e pediu pra comprar, portanto, não tem que ficar dando atenção à censuras de quem quer que seja. Lembre da frase: Se quer algo bem feito, faça você mesmo(a). Se tiver uma pessoa que possa contar, ajuda, do contrário não dependa nem espere pelos outros. Comece fazendo registros, anotando tudo que decorrer do seu transtorno, como crises, duração, o que sente, o que diz, faz, medicação que toma, horários, efeitos, duração, eficácia e terapia. Quanto mais souber de si, menos sofrerá. Muitas vezes somos forjados na dor, para sermos capazes de ajudar outros que sofrem. Isso nos gera um sentimento de gratidão incrível, aliviando as sensações decorrentes da nossa dor.
Transtorno é como um inquilino que se instalou, sem querer ir embora, mas quanto mais se estudar, maior a chance de saber conviver e quem sabe um dia, vê-lo ir embora. Nosso inconsciente gravou o evento que gerou o transtorno e seu maior desejo, é o de entendermos, para extingui-lo. Lembre-se do jogo de mímica, em que temos de entender o que o outro quer dizer. O inconsciente tenta se comunicar, usando os sintomas como mímica. Assim que o entendermos, tudo ficará menos difícil e poderá viver melhor, com menos ansiedade (comum na maioria dos transtornos). Resultados são progressivos, mas vem. Acredite.
Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo – PROJETO VIVA+
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