VOCÊ DESAFIA SEU FILHO(a) ?
Este é um artigo curioso e também um alerta,
sobre como estamos lidando com crianças muito pequenas (aproximadamente os
primeiros 3 anos de idade). Se pararmos
pra reparar, estamos enchendo o quarto deles com excesso de brinquedos ou
deixamos uma TV ligada o dia todo, com o objetivo maior de mantê-los
entretidos. A forma como tentamos entreter crianças nessa
idade, não fará diferença para os pais, pois os resultados (se feitos da forma
correta) trarão os mesmos resultados e benefícios esperados, ou seja, crianças seguras e comportadas.
O ser humano, desde muito cedo e, por
mecanismo de defesa inconsciente, adquiriu característica de auto-desafio (e
sem limites, diga-se de passagem), para manter a cabeça ocupada e não pensar na
carência afetiva dos seus genitores, rompendo desde cedo o processo de
simbiose, que é o desejo do bebê em manter-se coladinho na mamãe o tempo todo
(e não apenas na hora de mamar).
Partindo desse princípio, a característica
de auto-desafio é logo imposta, fazendo com que o bebê sinta-se logo saciado e
por duas razões, ou pela falta do que se entreter ou por "excesso" de
oferta, não conseguindo estimular-se para desafiar-se. Adulto só começa à querer poupar dinheiro quando este começa a
faltar. Da mesma forma as crianças só
começarão à criar (desafiar-se) diante de poucas opções e não tão acessíveis.
A prateleira (na foto), com altura
regulável, vai subindo à medida que a criança cresce e lá devem ser postos
poucos brinquedos, para que a criança tenha de buscar (ao invés de já estar
acessível). A altura da prateleira deve corresponder ao
tamanho da criança quando de pé. Quando
não quiser mais esses brinquedos (e sem a criança ver) a mãe pegará esses
brinquedos, guardará num armário inacessível, em troca de outros, preservando um ou dois,
para que não passe na criança, a sensação de tê-los perdidos e vir à sentir
falta deles.
Sozinha, a própria criança deseja ser auto-desafiadora
(ainda que inconsciente) e não somente os pais, como as escolas, precisam
corresponder à este desafio, para que, por falta deles, a criança não venham buscar desafios em aventuras
arriscadas. Não podemos nos esquecer de
outras características peculiares aos "anjinhos" rsr, tipo: "Não
mede conseqüência, não pressente perigo e (na hora da arte, está sempre
sozinho).
Correspondendo à esse desafio, os
benefícios não ficam somente por aí, mas se estendem, fazendo com que eles
aprendam o significado entre fazer escolhas acertadas e erradas e saibam, de
antemão, onde as decisões erradas podem levá-los. Com isso damos aos filhos (indiretamente apenas) o limite que o
inconsciente deles não os atribui, mantendo neles o espírito desafiador porém,
de uma forma bem mais segura e repleta de benefícios. Escolhas
não estão entre errar e acertar, mas entre errar ou não, para que ao decidir pelo "não, só lhe reste fazer o que é certo,
como última escolha.
A escola também pode fazer o mesmo, através de um
sistema de advertência progressiva culminando para o castigo, para que, desta
forma, os "hiperativos" (em qualquer grau) tenham antes, a chance de
escolher ser ou não punido, para que, não querendo, resta-lhe somente, a
opção de voltar o foco para o estudo.
Muitos problemas de desavenças entre jovens,
adolescentes e até entre crianças, dá-se em razão da falta de limites sim, PORÉM NÃO
AO CONSCIENTE, mas ao inconsciente. Tentar
implantar limites ao lado consciente da criança, pode até mudar o comportamento
mas, dependendo dos acontecimentos que se seguem, o conceito negativo criado em
torno de quem lhe deu o castigo, pode tanto melhorar quanto piorar e muito. Conceitos são criados em torno de um processo
aritmético, ou seja, é preciso haver a prevalência de postura (positiva ou
negativa) dos pais, para se instituir o conceito e, acredite, mudar pra melhor
é muito difícil. Agora, mudar um
conceito pra pior, é a coisa mais fácil que existe, porque é alimentado pela
sociedade.
Sendo assim, comece a observar o
comportamento da criança, especialmente os bebês quando já começam à engatinhar; institua um perímetro de segurança para eles, onde não possam correr nenhum
tipo de risco, especialmente quando não estão sendo observados (pois que para
alguns é como distrair a atenção do volante rsr). Faça o rodízio de brinquedos conforme
colocado neste texto mais acima. Evite
deixar televisão ligada o tempo todo, como eles não conhece personagens de
desenho animados, o que eles acabam absorvendo mais, são as imagens e daí, podem
surgir "idéias" de desafios para eles. Procure comprar brinquedos que estimule a
criatividade, pois que, para eles, funcionarão como desafios, deixando muito mais
atrativos, pois que assim, saberão que fazer com eles.
Cuidar e educar filhos não é complicado, é
um desafio gostoso, onde se aprende...ensinando.
Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista / Pesquisador
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
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