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quarta-feira, 28 de novembro de 2012


TRANSTORNO BIPOLAR – É possível viver bem (3ª Parte). Depressão Pós Crise.


No artigo anterior (2ª parte), eu falei da importância de se trabalhar nosso lado interior, provável causa do desencadeamento dos fatores que podem levar às crises, pela dificuldade em lidar, administrar ou entender o que se passa e assim ficar sempre vulnerável às adversidades do dia a dia, do transtorno e suas respectivas conseqüências.
Enquanto isso, as crises se desencadeiam e quase sempre machucam àqueles que estão perto ou convivem, porque forte são as palavras que resvalam feito chicote no lombo; ardendo e ferindo.  Ciente do mal (sem culpa) que causou durante a crise (mas que ainda sim, feriu), natural que queira esconder-se logo após, pois é maior a dor que o(a) faz esconder-se (na depressão) do que a vontade em retratar-se com as pessoas que feriu.
O Transtorno Bipolar aumenta a sensibilidade, aumentando sensivelmente o estresse, o que faz tanto aumentar a irritabilidade das crises quanto o mergulho na depressão. 
Difícil é a dificuldade em compreender o momento crítico do bipolar, não se  estabelecendo alguma plataforma de reconciliação.  O que sugere também (para os familiares ou quem com ele convive) passar por algumas sessões de psicoterapia para ajudar a fortalecer a paciência e melhorar o entendimento, diante deste difícil desafio, para ajudá-lo(a) inclusive, a trabalhar seu lado interior, para que ambos se beneficiem.
Para o bipolar, seu transtorno é como uma prisão, cuja única forma de contato é apenas uma pequena janela, onde quem está de fora mal consegue vê-lo por inteiro do lado de dentro e age e reage apenas pelo o que vê, pelo lado de fora.  Sem que se estabeleça uma visão melhor e mútua, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, que neste caso, acaba sendo o do bipolar, por nunca ter seu problema relevado.
“A depressão é resultado da tristeza causada pelas crises e do não poder fazer muito (ou nada), para evitar machucar, de novo, da próxima vês”.

Por isso a necessidade de se trabalhar o aspecto psicológico ou psicoemocional, ainda que se tenha adquirido geneticamente o problema, visto que o mesmo acaba interferindo no dia a dia, na vida social, profissional e principalmente familiar.  Não esquecer de pedir à Deus, especial atenção à você e auxílio para que o médico acerte o quanto antes, medicação e dosagem, para que consigas logo, a paz que tanto anseias.
Leia também os dois primeiros artigos sobre o tema, que postei na semana passada.  Tente ajudar o médico a acertar na medicação.  Se necessário busque uma segunda opinião, mas não abandone o tratamento.  Talvez ainda não tenha acertado no remédio certo, por não ter tido ainda, conhecimento preciso à cerca dos sintomas e efeitos colaterais do que já prescreveu anteriormente.  É aí que você entra.
Somos pelo o que somos.  Sendo assim, está em nós a decisão de tornar melhor a nossa vida e daqueles(as) com quem escolhemos viver e proteger, seja marido, esposa, namorados, filhos ou pais.
Tenho ciência da dificuldade que, é a convivência com um bipolar, mas a dor que se sente, pelos familiares, é conseqüência da falta de um melhor entendimento sobre o problema da bipolaridade.  O transtorno bipolar já é uma psicopatologia difícil de entender e carregar consigo.  A falta de compreensão de quem “está de fora” só tende a piorar, pois para o bipolar, acaba sendo como uma ofensa ou agressão verbal, que ele certamente irá revidar, conseqüentemente e involuntariamente, da mesma forma.
Como mencionei no artigo anterior, são eventos que se acumularão à outros, para serem expurgados na próxima crise, criando um ciclo vicioso, que se não tratado, nunca acabará, se não piorar.   “Não existe culpa, quando não se procura por ela”.

                                                                               Amadeu Epifânio

Projeto Conscientizar – Viver bem é Possível !
Contatos: E-mail: epifaniodg@hotmail.com


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