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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR – É possível viver bem (2ª Parte).


                        Comentei no primeiro artigo sobre TAB que as dúvidas são bastante variadas.  Isso porque em cada pessoa o problema assume características diferentes e peculiares à cada um, porque a vida de cada um, em condições normais, também é diferente e um mesmo problema pode se apresentar de maneira diversa pra cada pessoa.  Por isso a dificuldade de se prescrever e acertar o remédio e a dosagem certa, logo na primeira tentativa.

Eu já comentei em outros artigos que o nosso corpo dá sinais sempre que algo não funciona bem e faz isso através de diversas formas de manifestação, físicas e biológicas.  Muitos não carregam consigo o transtorno bipolar, mas que nem por isso estão livres de manifestar os mesmos sintomas, como irritabilidade, agressão verbal (quando não física), entre outros.

Existem pessoas que vivem guardando dentro si o resultados de experiências que não dão certo(...) e esses resultados vão se acumulando ao longo do tempo ou da vida, sendo que em algum momento (como numa panela de pressão) toda essa carga acumulada tenderá a explodir de alguma forma, como em crises de choro, irritabilidade, inconstância de pensamentos e atitudes e até depressão.

O portador de transtorno afetivo bipolar leva consigo uma pequena vantagem em relação às outras pessoas que se consideram “normais”, mais que não conseguem pôr pra fora um pouco dessa carga de emoção acumulada.  Para os que têm o transtorno, ele acaba servindo como válvula de escape (aliviador de pressão). 

O grande problema é que as pessoas que convive com o bipolar não têm essa concepção e acabam revidando e sofrendo junto, quando o certo seria prestar atenção (ou gravar) os momentos de crise, para depois sentar e conversar sobre o que foi dito.  Independente de ser bipolar ou não, os momentos de raiva ou de alteração de humor (mais elevado) é mais, manifestação de erupção dos sentimentos acumulados do que o desejo de agredir, além de ser uma resposta da mente para promover o equilíbrio psíquico do corpo que o abriga.

No bipolar essa descarga tem praticamente hora certa para acontecer e, o que tiver acumulado até aquele momento, vai ser expurgado para fora, como um vulcão que tem pequenas erupções para aliviar sua temperatura interna.  As crises, no bipolar, acontecem porque sempre existe algo para ser expurgado, provavelmente angústia, uma pequena revolta por ter que carregar esse problema consigo ou por não conseguir realizar tarefas domésticas ou profissionais.  Tem ainda a tristeza, pela tristeza causada nos familiares ou namorados, por causa das crises.

A melhor maneira de levar uma vida normal é trabalhar o lado de dentro, se preciso com ajuda profissional de um terapeuta ou psicólogo, para que as crises sejam cada vez menos intensas, tendendo para crises bem mais brandas e mais espaçadas, pois se não há o que ser expurgado, não haverá motivo para grandes explosões, não é verdade ?

Nada acontece por acaso, transforme seu adversário em aliado e explore e releve o que sai de dentro (sem querer) durante as crises e trabalhe isso para melhorar, porque viver bem é possível.


                                                    Amadeu Epifânio







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