....NO PODER DA ANSIEDADE.
Ansiedade
não é “privilégio” apenas, das pessoas que tem o transtorno
correspondente. Todos nós, vez ou outra,
manifestamos um pouco dessa força, ao se deparar ou depender de algo ou de alguém, uma resposta, à qual julga ser crucial para o momento que está passando. É tão forte essa dependência, que passamos à
imaginar infinitas possibilidades, seja pela demora (ou pela negativa) da
resposta.
Para
cada tipo de transtorno, há dois tipos de sintomas, qual seja o decorrente e o
consequente. Eu diria até que, para cada
um, podemos usar uma abordagem terapêutica específica, tais como: Para o sintoma decorrente, pode ser indicado
como melhor opção, a terapia tradicional ou análise psicanalítica. Agora, para o sintoma consequente, a melhor
abordagem é a Terapia Cognitiva Comportamental.
Nesta
segunda abordagem, é indicada a TCC, em razão dos sintomas agirem diretamente
sobre a atividade cotidiana do portador, como por exemplo, o medo de fazer ou não fazer o
que é preciso, por causa do transtorno.
No primeiro caso, é sugerida a terapia tradicional, porque ela trabalha
na causa dos sintomas consequentes, o que nos leva à um aprofundamento
inconsciente do paciente, exigindo abordagem específica. Os tipos de abordagem obedece o tipo de problema que é apresentado.
É
bastante comum, portadores de ansiedade, angariar sintomas e causas, à fim de
tentar nomear o que não entende, buscando amenizar seu contínuo desprazer.
Entre alguns desses itens, é comum os portadores de ansiedade dizer que
possuem ou estarem com:
Expectativa
Nervosismo
Insegurança
Medo
Instabilidade
Emotiva
Desespêro
Crenças
não existenciais
Arritmias
cardíacas
Etc.
Sintomas
decorrentes são aqueles provocados diretamente pelo transtorno, como
descontrole emocional, irritabilidade, agressividade (quando os presentes não
acreditam nos sintomas que ele sente).
Sintomas decorrentes geram sintomas físicos, como sudorese, palpitações,
sensações cardíacas graves, pavor, entre outros. Sempre costumo dizer que vivemos para
alimentar e proteger nossos medos inconscientes (em versões conscientes). Alguns
medos se referem à:
Medo do
que tenho
Medo do
que me provoca
Medo de
machucar pessoas
Medo da
forma que me deixa
Medo do
que não me deixa ser e fazer
Medo de
não poder trabalhar
Medo de não saber lidar com pessoas
Medo de
lugares fechados
Medo dos
patrões e perder o emprego
Medo de
perder a família e os filhos
Medo
da autoridade alheia
Medo de
sair de casa e até da cama
Medo de
não lidar com o medo dos filhos
Medo de
sentir medo
O
medo é dominador, porque age por coação.
Tentamos buscar a razão da sua existência, mas sem sucesso. Ele também é consequente e, como tal, precisa
de uma abordagem terapeuta específica, como a TCC. Isto porque apesar de ter uma causa inconsciente,
suas manifestações são presentes e perceptíveis, o que torna a pessoa ainda
mais temerosa, em razão dos outros saberem que está com medo.
A
melhor abordagem é transformar o lado obscuro do medo, tornando-o instrumento
positivo e libertador de prudência, ou seja, não mais deixar de ir à um lugar, por
medo mas, por ser mais seguro e prudente.
Tomar as rédeas do medo para fazer o que é preciso, necessário,
produtivo e educativo, evitando se deixar levar por um inconsciente que não
mede consequência e que, em razão disso, coloca-o(a) em iminente perigo ou em constrangimento
social.
Precisamos
parar de imaginar o pior, acreditando que, o que tiver de acontecer, vai acontecer; que notícia ruim é a
primeira que chega (independente de sua ansiedade). Faça uma lista de tudo que pode não ser, antes
de começar a pensar no que acha que é.
Por exemplo, a pessoa que esperamos notícias, pode ter esquecido o
celular em casa, pode estar carregando, pode estar apenas no vibrador e por
isso não ouve sua ligação, pode ter sido roubado ou furtado. Enfim,
mil coisas podem não estar acontecendo, enquanto imaginamos o pior. Pensar no pior é sintoma consequente e
perturbador e, não precisamos passar por tal situação, por causa de uma (grande
e enorme)... incerteza. Certo ? Para reflexão, deixo o pensamento:
O QUE NÃO PROVOCA MINHA MORTE, FAZ COM QUE EU FIQUE MAIS FORTE.
(Friedrich Nietzsche)
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.
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