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sábado, 28 de março de 2020

A FORÇA DO IMAGINÁRIO...



....NO PODER DA ANSIEDADE.


Ansiedade não é “privilégio” apenas, das pessoas que tem o transtorno correspondente.  Todos nós, vez ou outra, manifestamos um pouco dessa força, ao se deparar ou depender de algo ou de alguém, uma resposta, à qual julga ser crucial para o momento que está passando.  É tão forte essa dependência, que passamos à imaginar infinitas possibilidades, seja pela  demora (ou pela negativa) da resposta.

Para cada tipo de transtorno, há dois tipos de sintomas, qual seja  o decorrente e o consequente.  Eu diria até que, para cada um, podemos usar uma abordagem terapêutica específica, tais como:  Para o sintoma decorrente, pode ser indicado como melhor opção, a terapia tradicional ou análise psicanalítica.  Agora, para o sintoma consequente, a melhor abordagem é a Terapia Cognitiva Comportamental.

Nesta segunda abordagem, é indicada a TCC, em razão dos sintomas agirem diretamente sobre a atividade cotidiana do portador, como por exemplo, o medo de fazer ou não fazer o que é preciso, por causa do transtorno.  No primeiro caso, é sugerida a terapia tradicional, porque ela trabalha na causa dos sintomas consequentes, o que nos leva à um aprofundamento inconsciente do paciente, exigindo abordagem específica.   Os tipos de abordagem obedece o tipo de problema que é apresentado.


É bastante comum, portadores de ansiedade, angariar sintomas e causas, à fim de tentar nomear o que não entende, buscando amenizar seu contínuo desprazer. Entre alguns desses itens, é comum os portadores de ansiedade dizer que possuem ou estarem com:

Expectativa
Nervosismo
Insegurança
Medo
Instabilidade Emotiva
Desespêro
Crenças não existenciais
Arritmias cardíacas
Etc.

Sintomas decorrentes são aqueles provocados diretamente pelo transtorno, como descontrole emocional, irritabilidade, agressividade (quando os presentes não acreditam nos sintomas que ele sente).  Sintomas decorrentes geram sintomas físicos, como sudorese, palpitações, sensações cardíacas graves, pavor, entre outros.  Sempre costumo dizer que vivemos para alimentar e proteger nossos medos inconscientes (em versões conscientes).  Alguns medos se referem à:

Medo do que tenho
Medo do que me provoca
Medo de machucar pessoas
Medo da forma que me deixa
Medo do que não me deixa ser e fazer
Medo de não poder trabalhar
Medo de não saber lidar com pessoas
Medo de lugares fechados
Medo dos patrões e perder o emprego
Medo de perder a família e os filhos
Medo da autoridade alheia
Medo de sair de casa e até da cama
Medo de não lidar com o medo dos filhos
Medo de sentir medo

O medo é dominador, porque age por coação.  Tentamos buscar a razão da sua existência, mas sem sucesso.  Ele também é consequente e, como tal, precisa de uma abordagem terapeuta específica, como a TCC.  Isto porque apesar de ter uma causa inconsciente, suas manifestações são presentes e perceptíveis, o que torna a pessoa ainda mais temerosa, em razão dos outros saberem que está com medo.

A melhor abordagem é transformar o lado obscuro do medo, tornando-o instrumento positivo e libertador de prudência, ou seja, não mais deixar de ir à um lugar, por medo mas, por ser mais seguro e prudente.  Tomar as rédeas do medo para fazer o que é preciso, necessário, produtivo e educativo, evitando se deixar levar por um inconsciente que não mede consequência e que, em razão disso, coloca-o(a) em iminente perigo ou em constrangimento social.

Precisamos parar de imaginar o pior, acreditando que, o que tiver de acontecer, vai acontecer;  que notícia ruim é a primeira que chega (independente de sua ansiedade).  Faça uma lista de tudo que pode não ser, antes de começar a pensar no que acha que é.  Por exemplo, a pessoa que esperamos notícias, pode ter esquecido o celular em casa, pode estar carregando, pode estar apenas no vibrador e por isso não ouve sua ligação, pode ter sido roubado ou furtado.  Enfim,  mil coisas podem não estar acontecendo, enquanto imaginamos o pior.  Pensar no pior é sintoma consequente e perturbador e, não precisamos passar por tal situação, por causa de uma (grande e enorme)... incerteza.   Certo ?     Para reflexão, deixo o pensamento:


O QUE NÃO PROVOCA MINHA MORTE, FAZ COM QUE EU FIQUE MAIS FORTE.

                                                                                                      (Friedrich Nietzsche)




Professor Amadeu Epifânio

Pesquisador/Psicanalista Autodidata.











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