PRA QUEM ?
Atrás de uma vaidade se
esconde algo mais perigoso, que é a verdadeira razão pela qual se está perseguindo
um objetivo e esta razão, nem sempre ela é do conhecimento do corpo de quem
busca a perfeição.
Uma pessoa que persegue
um objetivo arriscado, em busca de uma suposta perfeição, nem mesmo ela própria sabe definir qual, isto é, saber quando de fato, à alcançou. Isso nos reporta à esfera psicológica da
questão, ou seja, que existe algo mais, influenciando sua obcecada busca por um
padrão específico, que só seu inconsciente sabe, mas que a pessoa desconhece.
Enquanto isso
persistir, não haverá formas de fazê-la parar essa busca, exceto senão, de
forma compulsória (que seria através de internação). Em geral, a razão dessa busca de beleza
corporal “imaginária”, está associada ao desejo de satisfazer à uma ideia ou à
certa pessoa, existente apenas em seu inconsciente, refletindo-se em
personagens que ela idealiza como sendo pretendentes.
Na verdade seu complexo
esconde um medo e uma insegurança, de perder esses pretendentes, em razão da
perda de alguém que ela muito amava, quando criança ou, que alguém, nessa
época, tenha lhe dito alguma coisa correspondente, do tipo: “Vê se come ou ninguém vai te querer desse
jeito” ou “Não coma tanto ou ninguém vai
ter querer gorda(o)”. À depender da
forma como é colocada e por quem, o inconsciente grava essas palavras e passa à
ruminá-las o resto da vida, até que se alcance seu grande objetivo, ou seja,
encontrar um pretendente, que aquela pessoa do passado, disse que não
encontraria. Uma frase dita de maneira
inocente, mas que causou enorme “transtorno”.
Crianças pequenas (até
os 3 anos em média), apenas absorvem sem discernir, tudo que lhe acontece ou o
que dizem, levando muitas vezes ao pé da letra.
Quando disserem tal coisa, dessa natureza, desfaçam imediatamente,
dizendo que falou besteira e que não é verdade e peça desculpas de forma
sincera, para que ela acredite na inverdade da frase.
Situações como essas
provocam a anorexia, a bulimia, a depressão e quem sabe, outras formas de
transtornos ou complexos (à depender da idade da criança e de sua capacidade de
compreensão). Para quem vive esse
dilema em casa, a busca por um acompanhamento psicológico é fundamental, mas
que não deve ser forçada (ou haverá resistência e rejeição à ideia). É preciso conversar com o inconsciente da
pessoa, dando à ela (ou à eles), algumas frases específicas, que faça o
inconsciente refletir, sobre a ordem dada ao corpo.
Frases do tipo:
a)
A pessoa ideal vai te
aceitar pelo o que você é, não pelo corpo que tem.
b) Há outras formas de atrair a pessoa ideal, como o seu
carisma e inteligência.
c)
Encontre primeiro a
pessoa, depois descubra o que ele (ou ela) gosta.
d) Está atribuindo mais valor ao que menos importa, para se
atrair alguém.
e) Você está idealizando alguém que vá gostar apenas do seu
corpo ?
f)
Os contornos da
inteligência são mais perfeitos que as linhas do corpo.
g)
Nenhum padrão de beleza
deve impor sofrimento à quem busca.
h) Você está seguindo uma ideia imposta por nós, por engano (e
explica porque).
Em suma, são frases que
não se deve esperar resposta imediata, pelo contrário, elas deverão ser ditas de
forma tranquila (sem imposição) e, sempre que possível, escolha uma outra
frase, em outro momento de diálogo.
Pessoas que estão acometidas desse transtorno, estão sempre inseguras
e, ter com quem conversar com elas nessa hora, pode fazer muita diferença. O inconsciente (que impõe a ordem de buscar
um padrão fictício de beleza), acredita que o bem estar dela só será alcançado
quando ela conseguir, mas não impõe o limite para isso. Se a pessoa alcançar o bem estar,
independente dessa ordem, então o inconsciente poderá desistir e deixar viver o
corpo da forma “alternativa” encontrada.
Uma proposta
terapêutica apropriada, nesses casos, seria a Terapia Cognitiva Comportamental,
que reeducará a forma imprópria e nociva de pensar, objetivando reencontrar o
bem estar de maneira alternativamente saudável e segura. Se possível, procure profissionais por recomendação
de quem já se beneficiou, pois que uma forma errada de abordagem, pode não só
piorar como fazer desacreditar em outros terapeutas.
Esse é um tipo de
desafio, que se conquista “um dia de cada vez”.
De repente os pais podem fazer a mesma terapia cognitiva, para saberem como
melhor lidar com o filho. Mais uma coisa: Fé e confiança
em Deus, hão de ser um grande reforço nessa empreitada. Procure-O.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
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