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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

QUAL SEU PADRÃO IDEAL DE BELEZA ?



PRA QUEM ?



Atrás de uma vaidade se esconde algo mais perigoso, que é a verdadeira razão pela qual se está perseguindo um objetivo e esta razão, nem sempre ela é do conhecimento do corpo de quem busca a perfeição.

Uma pessoa que persegue um objetivo arriscado, em busca de uma  suposta perfeição, nem mesmo ela própria sabe definir qual, isto é, saber quando de fato, à alcançou.  Isso nos reporta à esfera psicológica da questão, ou seja, que existe algo mais, influenciando sua obcecada busca por um padrão específico, que só seu inconsciente sabe, mas que a pessoa desconhece.

Enquanto isso persistir, não haverá formas de fazê-la parar essa busca, exceto senão, de forma compulsória (que seria através de internação).  Em geral, a razão dessa busca de beleza corporal “imaginária”, está associada ao desejo de satisfazer à uma ideia ou à certa pessoa, existente apenas em seu inconsciente, refletindo-se em personagens que ela idealiza como sendo pretendentes. 

Na verdade seu complexo esconde um medo e uma insegurança, de perder esses pretendentes, em razão da perda de alguém que ela muito amava, quando criança ou, que alguém, nessa época, tenha lhe dito alguma coisa correspondente, do tipo:  “Vê se come ou ninguém vai te querer desse jeito”  ou “Não coma tanto ou ninguém vai ter querer gorda(o)”.  À depender da forma como é colocada e por quem, o inconsciente grava essas palavras e passa à ruminá-las o resto da vida, até que se alcance seu grande objetivo, ou seja, encontrar um pretendente, que aquela pessoa do passado, disse que não encontraria.  Uma frase dita de maneira inocente, mas que causou enorme “transtorno”.

Crianças pequenas (até os 3 anos em média), apenas absorvem sem discernir, tudo que lhe acontece ou o que dizem, levando muitas vezes ao pé da letra.  Quando disserem tal coisa, dessa natureza, desfaçam imediatamente, dizendo que falou besteira e que não é verdade e peça desculpas de forma sincera, para que ela acredite na inverdade da frase.

Situações como essas provocam a anorexia, a bulimia, a depressão e quem sabe, outras formas de transtornos ou complexos (à depender da idade da criança e de sua capacidade de compreensão).   Para quem vive esse dilema em casa, a busca por um acompanhamento psicológico é fundamental, mas que não deve ser forçada (ou haverá resistência e rejeição à ideia).   É preciso conversar com o inconsciente da pessoa, dando à ela (ou à eles), algumas frases específicas, que faça o inconsciente refletir, sobre a ordem dada ao corpo.

Frases do tipo:
a)      A pessoa ideal vai te aceitar pelo o que você é, não pelo corpo que tem. 
b)     Há outras formas de atrair a pessoa ideal, como o seu carisma e inteligência.
c)      Encontre primeiro a pessoa, depois descubra o que ele (ou ela) gosta.
d)     Está atribuindo mais valor ao que menos importa, para se atrair alguém.
e)     Você está idealizando alguém que vá gostar apenas do seu corpo ?
f)       Os contornos da inteligência são mais perfeitos que as linhas do corpo.
g)      Nenhum padrão de beleza deve impor sofrimento à quem busca.
h)     Você está seguindo uma ideia imposta por nós, por engano (e explica porque).

Em suma, são frases que não se deve esperar resposta imediata, pelo contrário, elas deverão ser ditas de forma tranquila (sem imposição) e, sempre que possível, escolha uma outra frase, em outro momento de diálogo.  Pessoas que estão acometidas desse transtorno, estão sempre inseguras e, ter com quem conversar com elas nessa hora, pode fazer muita diferença.  O inconsciente (que impõe a ordem de buscar um padrão fictício de beleza), acredita que o bem estar dela só será alcançado quando ela conseguir, mas não impõe o limite para isso.  Se a pessoa alcançar o bem estar, independente dessa ordem, então o inconsciente poderá desistir e deixar viver o corpo da forma “alternativa” encontrada.

Uma proposta terapêutica apropriada, nesses casos, seria a Terapia Cognitiva Comportamental, que reeducará a forma imprópria e nociva de pensar, objetivando reencontrar o bem estar de maneira alternativamente saudável e segura.   Se possível, procure profissionais por recomendação de quem já se beneficiou, pois que uma forma errada de abordagem, pode não só piorar como fazer desacreditar em outros terapeutas.

Esse é um tipo de desafio, que se conquista “um dia de cada vez”.  De repente os pais podem fazer a mesma terapia cognitiva, para saberem como melhor lidar com o filho.  Mais uma coisa:  Fé e confiança em Deus, hão de ser um grande reforço nessa empreitada.  Procure-O.

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista

             


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