Projeto VIVA +

sexta-feira, 17 de julho de 2015

NOSSOS PRÓPRIOS FILHOS II


 
PROVÁVEL CAUSA DOS DESVIOS DE CONDUTA.
 
Existe um fator comum que engloba todos os comportamentos de crianças, jovens e adolescentes.  Um fator capaz de provocar "terremotos" nas relações familiares e principalmente entre pais e filhos.  Este fator, quando criado, começa à dirigir pensamentos e atitudes, os certos e os errados, os nocivos e também os letais (como ideações e consumações suicidas).
Estou falando de uma coisa chamada de "concepção".   A concepção é a mãe da expectativa e é criada em torno de situações e de pessoas, sejam elas amigos, pais, irmãos e até do futuro.   Criar concepção é uma forma de defesa, enquanto a expectativa (inconsciente e involuntária) determina de que forma a concepção será atendida ou satisfeita.  O grande problema para a grande maioria das pessoas (de todas as idades) é não conseguir fazer parar, depois que a concepção vira expectativa, quando o inconsciente é quem passa à desejar e à perseguir.
Concepção não nasce do nada, de repente.  Em algum momento, em razão de algum evento, a concepção foi gerada, onde através dela se espera que algo ou alguém mude, mantenha, altere, aproxime, distancie, afaste medo ou insegurança.  Expectativas não atendidas ou consumadas podem inclusive levar uma pessoa à depressão, à uma crise de ansiedade ou de pânico. Expectativas (geradas por concepções) provocam mudanças no temperamento, que por consequência, modificam, transformam e altera comportamentos, tidos como até então, habituais.
Podemos afirmar que muitas mudanças de comportamentos de filhos, como alterações de humor arredio, seja uma questão de "configuração do programa" dos filhos, isto é, que algum tipo de vírus (concepção) adquirido precocemente, esteja interferindo na forma de pensar e de agir.   Sinais prováveis do surgimento dessas mudanças pode estar em dois lados opostos e extremos, ou seja, de um lado a aridez das palavras, cobranças e culpas relacionados à alguns infortúnios ou que provoquem mudanças repentinas no planejamento dos filhos, sem prévio aviso.
Do lado oposto temos a introversão, inibição, tristeza, timidez excessiva (quase um estado depressivo). Uma manifestação secundária, alternativa e involuntária (podendo também ser provocado pelos mesmos fatores que na situação anterior, porém, reagido de forma diferente).  Em ambas as reações, as manifestações são, à princípio, involuntárias, em qualquer faixa etária, porque nesses casos o que predomina à princípio é a influência do emocional inconsciente, que defende a expectativa à ferro e fogo e reage quando ela é quebrada.
Todos nós queremos um mundo perfeito, dentro da concepção de cada um, do que seja um mundo perfeito.  É obvio que haverá uma infinidade de formas diferentes de perfeição e todos continuarão à perseguir, alguns em desejo, enquanto outros em atitudes (também variadas).
Porque nossos filhos não podem ser iguais ?  
Costumamos (nós adultos) à monopolizar nossos problemas e transtornos, principalmente quando relacionados aos filhos. Contudo, esquecemos de observar que o que pode estar gerando as mudanças ou os desvios de comportamento, pode estar ligado à um sofrimento específico, no qual não esteja havendo clima para se compartilhar e ainda por cima, ser cobrado o tempo todo à comportar-se da forma que nós esperamos.
A primeira regra ou condição, para verdadeiramente ajudar os filhos é saber ouvir.  Não dá pra sairmos fazendo cobrança, sem antes procurar saber as causas que o levaram à agir e pensar diferente.  Quais concepções foram criadas e em torno de quê ou de quem ?  Evidente que quanto menos aridez nessa abordagem, maiores as chances de haver uma resposta e também sincera, o que nos permitirá (à nós, pais), tomar ciência, apoiar ou corrigir ou fazê-los entender, por eles mesmos, o quão impossível pode ser, alcançar o que idealizaram.
Voltamos à velha necessidade (não de conversa) mas de uma boa proza, como dois grandes amigos ou amigas (e não entre titãs).
Vale lembrar que concepções adotadas por crianças (mesmo bebês ou fetos), em torno de uma situação vivida ou sofrida, podem transformar-se em expectativas "vitalícias" que mais tarde poderão gerar transtornos como ansiedade, pânico, depressão, entre outros.  O que um terapeuta precisa trabalhar, na verdade, são as expectativas remanescentes, que ficaram presas, por anos, no inconsciente, interferindo a vida toda nos pensamentos, projetos, fracassos e sonhos.
Há dois tipos de transtornos, os de natureza psiquiátrica e os que pode ser evitado.  Ambos podem ter a mesma origem, diferenciando-se apenas no tempo que se leva pra perceber e agir.  Sabendo ouvir, pra saber quando agir, até ambos os transtornos podem ser evitados.  Acho que vale à pena pensar à respeito.
 
Amadeu Epifânio - Idealizador
 


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