O QUÊ ACONTECE ?
Crises de
pânico se dão por causa de uma ligação entre passado e presente, ocorrido em
curtíssimo espaço de tempo. Muitas vezes, ao caminharmos pela rua e, ao ver uma
determinada cena ou pessoa, imediatamente nossa mente nos reporta ao passado e
nos faz lembrar de um episódio
ocorrido conosco ou de uma cena de algum filme. O mesmo princípio ocorre num episódio de crise
de pânico. Como assim ?
Em algum
momento da infância (das primeiras semanas de vida até uns 2 ou 3 anos idade no
máximo), um evento vivenciado por uma criança e que venha à gerar medo, susto
ou mesmo pavor e, por não saber discernir este episódio, o mesmo fica
armazenado no inconsciente, à espera desta criança crescer, lembrar e entender
o que houve. O grande problema (que é também para a maioria das crises dos
transtornos) é que essa lembrança é também inconsciente, que fica à atormentar
a criança, agora crescida (adulta), querendo uma explicação do que se passou
consigo, lá atrás.
Evidente
que essa cobrança não se dá o todo tempo, mas toda vês que algo do presente se
assemelha ao cenário ocorrido naquele evento, fazendo com que as sensações vividas
lá atrás voltam à ser sentidas como se tivesse ocorrido ontem, só que agora com
o ímpeto do adulto, o que torna as crises ainda mais intensa e apavorante, não
é assim ?
A terapia
tem o papel de resgatar este episódio, fazer conhecer e entender o que se
passou e assim, eliminar a influência perturbadora de uma vês por todas. Evidente que isso não se dará da noite pro
dia, mas que também não precisa levar uma vida inteira. Via de regra, apenas um único evento pode
fazer da vida de uma pessoa, um verdadeiro inferno, porque muitos podem ser os
fatores que venham à se assemelhar ao episódio gerador. Imagine o cenário de um
peça de teatro ou de uma novela ou ainda, o cenário do seu próprio quarto,
quantos componentes não fazem parte dele ?
Quanto ao
episódio, pode nem ser nada grave, porém agravou-se por não saber discernir o
que estava vendo ou sentindo. Quando
algo nos pega de surpresa, nos causa enorme susto, não é verdade ? pelo menos
até que possamos entender o que se passou. Com bebês esse discernimento não existe e
tende à piorar pelo simples fato dos bebês não saberem se comunicar. Imaginem a
aflição desta criança. É esta aflição que se transporta ao presente, quando um
presente nos leva ao passado.
Quando
começarem à se sentir estranhos, como à que antecede uma crise, pense que essas
sensações estão se dando por algo bobo ocorrido "comigo" quando muito
pequeno(a) e que hoje estou sentindo os reflexos. Vou tentar me distrair que
logo logo passará.
Vocês
podem fazer essas reflexões durante a semana, sem hora nem data certa e o mais
importante: NÃO PODE SER SOB ESTRESSE. Porque ? Quando você faz essas
reflexões, você está tentando convencer sua mente (seu inconsciente) de que
essas lembranças não carecem mais existir, de que foi algo sem importância que
gerou um susto e só isso. Sua mente só
se convencerá se esses pensamentos se derem de forma tranqüila, pois assim ele
entenderá e pouco à pouco as crises se reduzirão. Não cobre do tempo, pois é o que menos
importa. Apenas reflita desta forma, nos momentos que antecede uma crise e
também quando estiver descontraído(a). Acham
que podem fazer isso ?
"A
vida nos prega peças para nos transformar em grandes atores" e nada como as experiências da vida pra nos
transformar em grande artistas. Síndrome
de Pânico é influência de uma experiência infantil.
Amadeu
Epifânio
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