Projeto VIVA +

terça-feira, 4 de abril de 2023

BULLIYNG ! QUANDO OS FILHOS SOFREM DUAS VEZES.


O BULLIYNG DEIXA SINAIS, QUANDO OCORRE.



                             A tendência do Bulliyng é piorar, à medida que providências à respeito não são tomadas ou demoram.  As consequências vão para ambos os lados, isto é, para os que praticam e para os que sofrem.  Em ambos os casos, ambos sofrem, porque os que praticam, sofrem por traumas, frustrações ou decepções, ocorridos no ambiente familiar, durante a primeira infância (até os 3 ou 5 anos, a depender da maturidade).  O evento gera raiva e também mudanças no temperamento e personalidade, ficando difícil reverter.

                           Para os que sofrem o Bulliyng, é o mesmo problema (nem se pode dizer que é pior).  Isto porque o que muda nos dois é tipo de reação que a criança terá, com base na vivência familiar, convivência com os pais, ambiente em que vivem, idade em que as frustrações se iniciam e os correspondentes conceitos que são criados pelos filhos e do quanto são alimentados pelo cotidiano constante e presente.

                            Para todo sofrimento há uma intensidade e um tempo correspondente.  É papel do nosso inconsciente, prover resposta para contenção desse sofrimento, no mesmo grau de intensidade que sofre, mas para que isso seja possível, é preciso que a criança já tenha em si, esse tipo de resposta, embasado em acolhimento, atenção, observação, diálogo e afeto.  Observação se firma no perfil dos filhos.  Qual o perfil e o temperamento dos seus filhos ?  Isso é relevante porque, ao menor sinal de mudança, cabe observar e providenciar medidas para conter o desconforto ou sofrimento correspondente.  Vale ressaltar que, quando as medidas não ocorrem quando deveria, conceitos são criados (como mecanismo de defesa), na ânsia de tentar amenizar e entender,  os efeitos  da negligência).

                                 O termo DIÁLOGO não implica apenas em dar bom dia e boa noite mas, dar aos filhos a liberdade e oportunidade, de expor um problema ou queixa, pelo qual passa, com intuito de sentir-se acolhido e seguro, quanto a lidar ou enfrentá-lo.  Quanto mais o tempo passa e esse diálogo não é estabelecido, maior será a insegurança, especialmente nos pequenos, para lidar com situações constrangedoras e psicoemocionais. 

                    À medida que o conceito (negativo) persiste, o mesmo tende para o temperamento, alterando o perfil padrão (no caso do Bulliyng), para a revolta (nos que praticam) ou para o isolamento (para os que sofrem), além de não partilhar o problema para os pais, tomando estes, conhecimento do fato, quando já adiantado.  O primeiro passo é observar a mudança de perfil e investigar a causa.  Em seguida chamá-los à conversa e pedir para que exponham o problema (se caso o diálogo, já seja um recurso implantado).  O tipo de diálogo para ambos os casos, seguirá a mesma premissa, isto é, desculpar-se por falhar e comprometer-se (de forma convincente) em mudar pra melhor, quanto a dar mais atenção.  O resultado será visto na postura e no restabelecimento do seu perfil primário.

                          Parece fácil falar, mas convencer os filhos à retomar uma confiança perdida, é algo difícil e vai consumir tempo e dedicação.  Não esquecer que terá de resolver a questão do Bulliyng, para que o filho continue a estudar, de forma motivada.  Lembrar que a criança ou jovem que pratica o Bulliyng, também está em sofrimento por negligência e precisa ser assistido de forma apropriada, em vês de ser tratado como criminoso (como de costume).   A presença de psicólogos em escolas públicas e particulares não deixa de ser um viés para o problema e espera-se que os jovens ou crianças deste segundo grupo, busquem por si só, orientação sobre seus hábitos (inconscientes e nocivos para os dois grupos) que lhes causam sofrimento e constrangimento, por não encontrar quem os entenda e ajude.

                           Esse parece ser um cabo-de-guerra, entre os pais e a escola, enquanto os filhos ficam no meio dessa disputa e nenhum dos lados resolve o problema.  A escola deve valorizar mais os alunos, especialmente os que praticam Bulliyng, chamando-os ao convívio dos demais alunos, através de grupos de estudos.  Criar cirandas culturais, onde cada aluno manifesta opinião sobre temas, sobre aplicabilidade (lá fora), das matérias lecionadas. Alunos precisam ser mais motivados ao estudo e os pais precisam tomar parte nisso.  Atividades recreativas com a presença dos pais e inserção dos praticantes de Bulliyng nas brincadeiras, para que se sintam acolhidos, é algo que as escolas devem fazer com frequência.

                              Ninguém faz nada de graça e para tudo existe uma razão específica.  Não fazer julgamentos precipitados a cerca do comportamento alheio e saber conversar e acolher, é sempre a melhor medida.  A intensidade com que o Bulliyng é praticado, denota o tempo que o problema é parte existente na vida do aluno (em ambos os casos).


Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo  

PROJETO VIVA+  Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro

Nenhum comentário:

Postar um comentário