ACHAM MOLEZA TORNAR-SE DEPENDENTES ?
Durante minhas
pesquisas sobre a Personalidade Reativa Comportamental, percebi que deveria
existir um fator determinante, responsável por manter ativo e doloroso o
processo de abstinência. Basicamente o processo de abstinência se resume na
lembrança do efeito da droga no corpo (que no início do vício o atende como
algo prazeroso, mas que mais tarde se transforma em um terrível pesadelo, do
qual já não se pode acordar, enquanto não tratado).
Este fator à que me
refiro é um processo que mantém ativo a "idéia" de que somente a
droga ou o álcool é que pode resolver o problema pelo qual passo. Essa esta idéia que levou o jovem à
experimentar aquela pedrinha de crack ou uma cocaína. Uma idéia que passou à se enraizar no
inconsciente, em razão do prazer gerado pela droga e ambos (idéia e prazer
correspondente), ficaram registrados no inconsciente, passando este (e
doravante), à verdadeiramente levá-lo tanto ao vício, como também responsável
pelo sofrimento na abstinência, porque ? Porque quando sofremos, nossa mente está
em constante busca por respostas e soluções para conter ou resolver nossas
dores e sofrimentos (ou problemas de qualquer natureza). Enquanto donos da razão, as respostas tendem
para o racional.
Neste caso da
abstinência, em razão do poder psicológico da droga, a mesma estará sempre em
evidência e infelizmente à mão, sempre que a dor da abstinência chegar no ponto
da tolerância da dor (que para o dependente, infelizmente é sempre pouco). Não obstante à isso, um outro fator também é
responsável pela abstinência, uma coisa chamada de "Método (ou processo)
Associativo". Isso significa que a idéia acima citada, será lembrada ao
estado consciente, sempre que uma imagem, ligada ao momento em que o vício
começou, for relembrada através de um fator semelhante e presente.
Não falo apenas do
ato em si de consumir a droga específica, mas de um cenário criado em sua
volta, o ambiente e tudo que dele fez parte e, cada parte deste cenário será
dolorosamente lembrado e trazido à lembrança junto com o momento da
experiência, o que por si só, já será suficiente para fazê-lo sofrer ainda
mais, por um amargo remorso que tão cedo será esquecido além de ser sempre
lembrado por uma infinidade de lembranças.
Estou dizendo isso
tudo, para que se lembrem sempre da complexidade que envolve o processo de
recuperação de um dependente, que vai além do que imaginamos, que os fatores
inconscientes são mais fortes que o efeito da própria droga no organismo.
Basicamente, o que
se deve focar no processo de recuperação de um dependente químico ou mesmo
alcoólico, é o seu auto controle, ou seja, submetê-lo à uma ocupação mental
constante e (se possível) ininterrupta, porque qualquer minuto ocioso pode
significar um retrocesso à abstinência, visto que são dois fatores fortes e
determinantes, que alimentam essa etapa tão dolorosa e são fatores
inconscientes, isto é, invisível ao olho humano. Uma batalha entre os lados
consciente e inconsciente, pelo controle do corpo do dependente, bem como de
sua vontade. Devemos pôr o máximo de peso
no lado consciente, para neutralizar os efeitos do lado inconsciente. Este só
age quando encontra espaço na mente ociosa. Lembrem sempre do jargão: Cabeça
vazia, oficina do diabo.
E lembrem de uma
outra coisa importante: Ao contrário do que imaginam, não foi tão fácil como
parece, o acesso do jovem à experiência da droga, foi a mesma batalha travada
por dias ou meses, embora tenha sido vencido. Tratar um dependente com respeito é saber
relevar, nele, toda essa realidade complexa, que gera toda sua realidade
dolorosa.
Só perdemos nossa
batalha para o inconsciente, quando não suprimos, antes, nossa mente, com a
mesmas respostas que gostaríamos de receber em momento futuro e oportuno,
quando estivermos em situação de demanda de sua providência.
São dois tipos
básicos de informação. Um deles são os
programas que irão rodar e que me ajudarão no meu processo de tomada de
decisão, para que sejam sempre justas, saudáveis e racionalmente corretas. Em segundo, as aplicabilidades na prática,
que farão de mim uma pessoa mais tolerante (fator condicional que separa a
razão do irracional, sempre que um desafio se mostrar impossível de resolver,
num primeiro momento). Entre essas
aplicabilidades está a dura e valorosa lição de aprendermos com nossos erros e
também com as adversidades.
"NINGUÉM FAZ NADA SENÃO EM RAZÃO DE ALGO QUE O
MOTIVE" Essa frase é minha, depois de quase 20 anos estudando o processo de
tomada decisão nosso. Somos, muitas
vezes, marionetes do inconsciente e, já que seremos controlados, vez em quando,
por quem nem conhecemos, melhor que o alimentemos com o que gostaríamos de ter
ou fazer, não acham ? rsr
Amadeu Epifânio - Idealizador
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