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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

DEPENDÊNCIA !!! (PARTE II)


ACHAM MOLEZA TORNAR-SE DEPENDENTES ?

 

Durante minhas pesquisas sobre a Personalidade Reativa Comportamental, percebi que deveria existir um fator determinante, responsável por manter ativo e doloroso o processo de abstinência. Basicamente o processo de abstinência se resume na lembrança do efeito da droga no corpo (que no início do vício o atende como algo prazeroso, mas que mais tarde se transforma em um terrível pesadelo, do qual já não se pode acordar, enquanto não tratado).

Este fator à que me refiro é um processo que mantém ativo a "idéia" de que somente a droga ou o álcool é que pode resolver o problema pelo qual passo.  Essa esta idéia que levou o jovem à experimentar aquela pedrinha de crack ou uma cocaína.   Uma idéia que passou à se enraizar no inconsciente, em razão do prazer gerado pela droga e ambos (idéia e prazer correspondente), ficaram registrados no inconsciente, passando este (e doravante), à verdadeiramente levá-lo tanto ao vício, como também responsável pelo sofrimento na abstinência, porque ? Porque quando sofremos, nossa mente está em constante busca por respostas e soluções para conter ou resolver nossas dores e sofrimentos (ou problemas de qualquer natureza).  Enquanto donos da razão, as respostas tendem para o racional.

Neste caso da abstinência, em razão do poder psicológico da droga, a mesma estará sempre em evidência e infelizmente à mão, sempre que a dor da abstinência chegar no ponto da tolerância da dor (que para o dependente, infelizmente é sempre pouco).   Não obstante à isso, um outro fator também é responsável pela abstinência, uma coisa chamada de "Método (ou processo) Associativo". Isso significa que a idéia acima citada, será lembrada ao estado consciente, sempre que uma imagem, ligada ao momento em que o vício começou, for relembrada através de um fator semelhante e presente.

Não falo apenas do ato em si de consumir a droga específica, mas de um cenário criado em sua volta, o ambiente e tudo que dele fez parte e, cada parte deste cenário será dolorosamente lembrado e trazido à lembrança junto com o momento da experiência, o que por si só, já será suficiente para fazê-lo sofrer ainda mais, por um amargo remorso que tão cedo será esquecido além de ser sempre lembrado por uma infinidade de lembranças.

Estou dizendo isso tudo, para que se lembrem sempre da complexidade que envolve o processo de recuperação de um dependente, que vai além do que imaginamos, que os fatores inconscientes são mais fortes que o efeito da própria droga no organismo.

Basicamente, o que se deve focar no processo de recuperação de um dependente químico ou mesmo alcoólico, é o seu auto controle, ou seja, submetê-lo à uma ocupação mental constante e (se possível) ininterrupta, porque qualquer minuto ocioso pode significar um retrocesso à abstinência, visto que são dois fatores fortes e determinantes, que alimentam essa etapa tão dolorosa e são fatores inconscientes, isto é, invisível ao olho humano. Uma batalha entre os lados consciente e inconsciente, pelo controle do corpo do dependente, bem como de sua vontade.  Devemos pôr o máximo de peso no lado consciente, para neutralizar os efeitos do lado inconsciente. Este só age quando encontra espaço na mente ociosa. Lembrem sempre do jargão: Cabeça vazia, oficina do diabo.

E lembrem de uma outra coisa importante: Ao contrário do que imaginam, não foi tão fácil como parece, o acesso do jovem à experiência da droga, foi a mesma batalha travada por dias ou meses, embora tenha sido vencido.  Tratar um dependente com respeito é saber relevar, nele, toda essa realidade complexa, que gera toda sua realidade dolorosa.

Só perdemos nossa batalha para o inconsciente, quando não suprimos, antes, nossa mente, com a mesmas respostas que gostaríamos de receber em momento futuro e oportuno, quando estivermos em situação de demanda de sua providência. 

São dois tipos básicos de informação.  Um deles são os programas que irão rodar e que me ajudarão no meu processo de tomada de decisão, para que sejam sempre justas, saudáveis e racionalmente corretas.  Em segundo, as aplicabilidades na prática, que farão de mim uma pessoa mais tolerante (fator condicional que separa a razão do irracional, sempre que um desafio se mostrar impossível de resolver, num primeiro momento).  Entre essas aplicabilidades está a dura e valorosa lição de aprendermos com nossos erros e também com as adversidades.

"NINGUÉM FAZ NADA SENÃO EM RAZÃO DE ALGO QUE O MOTIVE" Essa frase é minha, depois de quase 20 anos estudando o processo de tomada decisão nosso.  Somos, muitas vezes, marionetes do inconsciente e, já que seremos controlados, vez em quando, por quem nem conhecemos, melhor que o alimentemos com o que gostaríamos de ter ou fazer, não acham ? rsr



                                              Amadeu Epifânio - Idealizador

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