...É PORQUE NOS COBRA ENTENDIMENTO.
Quem sofre vive o eterno dilema do ser
ou não ser, fazer ou não, tentar, persistir, sonhar ou morrer. Tudo porque na balança entre a dor e a razão,
uma parece estar sempre no topo das preocupações ou decisões, não é assim
? Já passei por este calvário por muitos
anos, porém, à medida que meu projeto foi enriquecendo meu discernimento,
sobre vários tipos de comportamentos, sensações e sintomas, meu fardo (que
antes parecia ser tão insuportável) hoje já consigo levá-lo com menos dificuldade, do contrário
não conseguiria realizar este projeto.
Quando chegamos num ponto que
consideramos ser nosso limite, não significa dizer que nossa capacidade de
suportar também chegou ao fim. Significa
dizer sim, que chegamos no limite do entendimento sobre o que passamos e que
portanto, precisamos aprender mais sobre nossas dificuldades, adversidades e
sofrimentos. Aí você vai me perguntar ?
Mas espera aí, sofrimento precisa de entendimento ? Evidente que sim. Porque ?
Porque quando "lapidamos" o sofrimento, extrairmos dele apenas
o que é preciso sofrer, sem o peso extra da falta de compreensão sobre o mesmo. Vou explicar melhor.
Dependendo da causa que nos leva à
sofrer, podemos ainda ser acometido pelo sentimento de culpa, que se alimentado
nos leva à sensação de remorso, aumentando com isso, alguns problemas de
natureza física com nossa saúde.
Explorar a situação como um todo, poderá nos levar ao entendimento de
mera fatalidade, incidente ou uma forma de explosão emocional que nos levou à
dizer palavras que num estado normal não diríamos.
Seja como for, o entendimento pode nos
abrir portas à compreensão mútua, à remissão de culpa, ao alívio de dor, ao
conforto emocional e espiritual, quando aceitamos à Deus como um Pai amoroso e
cujo ensinamentos nos leva à Paz interior.
A resistência que manifestamos em
bloquear qualquer forma de ajuda ao que estamos passando, não é uma atitude
voluntária (por mais que pareça) e sim, inconsciente, provocado por um lado de
nós que nos cobra entendimento ou esclarecimento, ao ponto de nos provocar um
bloqueio consciente, para nos forçar e nos obrigar à parar nossa vida para
entender, refletir e curar-nos desta influência ou, sufocar essa influência com
maior controle do nosso estado consciente.
Só que para isso, devemos fazer por aprimorar e enriquecê-lo, elevando
nosso discernimento, tolerância e atitude, de correr atrás das respostas ao
invés de ficar bancando a avestruz (contemplando apenas o que há debaixo da
terra).
Entendam uma coisa, se ficamos com dor
de cabeça, significa que alguma parte do nosso corpo está com problemas e está
tentando nos avisar (o que não se resolve apenas com uma aspirina, pois que,
quando passar o seu efeito a dor voltará, se não ainda pior). Da mesma forma a dor da alma, aquela de
suposta natureza invisível e não palpável, que apenas por não conhecermos sua
origem, declaramos como sendo de impossível solução (o que já se torna uma
solução para muitos, ou seja, a sua própria aspirina). Toda vês que bater o desespero, junto com
ele vem os pensamentos decorrentes (inclusive os de ideação suicida), significando
que a "aspirina" perdeu seu efeito, fazendo ressurgir novamente os
questionamentos invisíveis.
Sofrer significa estar diante de algo
que não conhecemos, que nos cobra conhecê-lo ou continuará à nos incomodar como
um objeto estranho se pondo à nossa frente o tempo todo e em cada passo que
damos. O sofrimento aumenta à medida que
aumenta o tempo de persistência deste objeto, porque nossa mente
(involuntariamente) está se esforçando para resolver este "conflito",
porque não encontra dentro de nós, uma resposta plausível e (como um motor que
trabalha forçado), começa à esquentar, elevar sua pressão, apenas para tentar
nos ajudar à entender, o que até mesmo, nos recusamos à aceitar.
À
medida que o tempo passa, o grau de conseqüência também se elevam, nos
conduzindo à quadros emocionais e psicológicos mais graves. Isso porque nossa mente ainda continua em sua
luta para nos ajudar e nós, na luta por não querer entender nem procurar
conhecer sua origem e persistência, insistindo sempre na filosofia da
Avestruz. É certo que, quanto mais tarde
resolvermos agir, para ajudar nossa mente à nos ajudar, mais será cobrado de
nós, maiores entendimentos, também, para os nossos problemas médicos.
Pesquise e explore o que está passando
(independente de sua complexidade), exercite seu auto conhecimento e analise
sua capacidade, habilidades e limites, para definir se está apto para lidar com
o "desconhecido" ou necessita correr atrás de ajuda, seja com outras
pessoas mais esclarecidas, com literaturas, internet, etc. Veja quais recursos deverá dispor para
resolver, entender ou dar solução ao problema.
Não se esqueça de que você precisa apenas, aprender, conhecer mais; quem dará destinação ao que aprendeu, será
sua mente e é ela que seleciona tudo que você põe pra dentro e usa em seu
favor, diante de todas as decisões, adversidades, dores, sofrimentos e
escolhas.
Quando nossa mente não dispõe de
informação útil e saudável, ou ela esquenta ou se vale do que estiver ao
alcance para atender à demanda e aí, vale o que encontrar na hora, que pode ser
drogas, nosso porte físico, agressividade, arrogância, grosseria, violência,
agressões físicas e até letais (tal como tem ocorrido em nossa sociedade nestes
últimos anos, ou seja, nunca se matou tanto por tão pouco). Tudo porque nos recusamos à entender e
aceitar. Ideação suicida também é um
recuso aritmético, ao alcance de nossa passividade.
Sofrer é inerente ao ser humano, são
avisos que recebemos toda vês que nós extrapolamos, seja por excesso, omissão
ou negligência. A vida está difícil ? Alguém disse que seria fácil ? Então não cobre, aprenda, que passa. O que não falta nesta vida são chances e oportunidades,
que podem nos levar para qualquer direção, certo ou errado, nocivo ou saudável,
só vai depender se vai continuar à viver feito avestruz ou passar à ocupar-se
da dor para entender a causa e extensão do sofrimento. Discernimento já é um santo remédio.
Digam pra si mesmos:
"A FORÇA QUE PRECISO PARA SUPORTAR
MEU SOFRIMENTO,
ESTÁ NA MINHA CAPACIDADE DE ENTENDER O
MOMENTO E À MIM MESMO".
Amadeu Epifânio
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