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domingo, 13 de setembro de 2015

SE A DOR É MAIS FORTE QUE VIVER...


...É PORQUE NOS COBRA ENTENDIMENTO.


Quem sofre vive o eterno dilema do ser ou não ser, fazer ou não, tentar, persistir, sonhar ou morrer.  Tudo porque na balança entre a dor e a razão, uma parece estar sempre no topo das preocupações ou decisões, não é assim ?  Já passei por este calvário por muitos anos, porém, à medida que meu projeto foi enriquecendo meu discernimento, sobre vários tipos de comportamentos, sensações e sintomas, meu fardo (que antes parecia ser tão insuportável) hoje já consigo  levá-lo com menos dificuldade, do contrário não conseguiria realizar este projeto.

Quando chegamos num ponto que consideramos ser nosso limite, não significa dizer que nossa capacidade de suportar também chegou ao fim.  Significa dizer sim, que chegamos no limite do entendimento sobre o que passamos e que portanto, precisamos aprender mais sobre nossas dificuldades, adversidades e sofrimentos.  Aí você vai me perguntar ? Mas espera aí, sofrimento precisa de entendimento ?  Evidente que sim.  Porque ?  Porque quando "lapidamos" o sofrimento, extrairmos dele apenas o que é preciso sofrer, sem o peso extra da falta de compreensão sobre o mesmo.  Vou explicar melhor.

Dependendo da causa que nos leva à sofrer, podemos ainda ser acometido pelo sentimento de culpa, que se alimentado nos leva à sensação de remorso, aumentando com isso, alguns problemas de natureza física com nossa saúde.  Explorar a situação como um todo, poderá nos levar ao entendimento de mera fatalidade, incidente ou uma forma de explosão emocional que nos levou à dizer palavras que num estado normal não diríamos.

Seja como for, o entendimento pode nos abrir portas à compreensão mútua, à remissão de culpa, ao alívio de dor, ao conforto emocional e espiritual, quando aceitamos à Deus como um Pai amoroso e cujo ensinamentos nos leva à Paz interior. 

A resistência que manifestamos em bloquear qualquer forma de ajuda ao que estamos passando, não é uma atitude voluntária (por mais que pareça) e sim, inconsciente, provocado por um lado de nós que nos cobra entendimento ou esclarecimento, ao ponto de nos provocar um bloqueio consciente, para nos forçar e nos obrigar à parar nossa vida para entender, refletir e curar-nos desta influência ou, sufocar essa influência com maior controle do nosso estado consciente.  Só que para isso, devemos fazer por aprimorar e enriquecê-lo, elevando nosso discernimento, tolerância e atitude, de correr atrás das respostas ao invés de ficar bancando a avestruz (contemplando apenas o que há debaixo da terra).

Entendam uma coisa, se ficamos com dor de cabeça, significa que alguma parte do nosso corpo está com problemas e está tentando nos avisar (o que não se resolve apenas com uma aspirina, pois que, quando passar o seu efeito a dor voltará, se não ainda pior).   Da mesma forma a dor da alma, aquela de suposta natureza invisível e não palpável, que apenas por não conhecermos sua origem, declaramos como sendo de impossível solução (o que já se torna uma solução para muitos, ou seja, a sua própria aspirina).   Toda vês que bater o desespero, junto com ele vem os pensamentos decorrentes (inclusive os de ideação suicida), significando que a "aspirina" perdeu seu efeito, fazendo ressurgir novamente os questionamentos invisíveis.

Sofrer significa estar diante de algo que não conhecemos, que nos cobra conhecê-lo ou continuará à nos incomodar como um objeto estranho se pondo à nossa frente o tempo todo e em cada passo que damos.  O sofrimento aumenta à medida que aumenta o tempo de persistência deste objeto, porque nossa mente (involuntariamente) está se esforçando para resolver este "conflito", porque não encontra dentro de nós, uma resposta plausível e (como um motor que trabalha forçado), começa à esquentar, elevar sua pressão, apenas para tentar nos ajudar à entender, o que até mesmo, nos recusamos à aceitar.

 À medida que o tempo passa, o grau de conseqüência também se elevam, nos conduzindo à quadros emocionais e psicológicos mais graves.  Isso porque nossa mente ainda continua em sua luta para nos ajudar e nós, na luta por não querer entender nem procurar conhecer sua origem e persistência, insistindo sempre na filosofia da Avestruz.  É certo que, quanto mais tarde resolvermos agir, para ajudar nossa mente à nos ajudar, mais será cobrado de nós, maiores entendimentos, também, para os nossos problemas médicos.

Pesquise e explore o que está passando (independente de sua complexidade), exercite seu auto conhecimento e analise sua capacidade, habilidades e limites, para definir se está apto para lidar com o "desconhecido" ou necessita correr atrás de ajuda, seja com outras pessoas mais esclarecidas, com literaturas, internet, etc.   Veja quais recursos deverá dispor para resolver, entender ou dar solução ao problema.  Não se esqueça de que você precisa apenas, aprender, conhecer mais;  quem dará destinação ao que aprendeu, será sua mente e é ela que seleciona tudo que você põe pra dentro e usa em seu favor, diante de todas as decisões, adversidades, dores, sofrimentos e escolhas.

Quando nossa mente não dispõe de informação útil e saudável, ou ela esquenta ou se vale do que estiver ao alcance para atender à demanda e aí, vale o que encontrar na hora, que pode ser drogas, nosso porte físico, agressividade, arrogância, grosseria, violência, agressões físicas e até letais (tal como tem ocorrido em nossa sociedade nestes últimos anos, ou seja, nunca se matou tanto por tão pouco).  Tudo porque nos recusamos à entender e aceitar.   Ideação suicida também é um recuso aritmético, ao alcance de nossa passividade.

Sofrer é inerente ao ser humano, são avisos que recebemos toda vês que nós extrapolamos, seja por excesso, omissão ou negligência.  A vida está difícil ?  Alguém disse que seria fácil ?  Então não cobre, aprenda, que passa.  O que não falta nesta vida são chances e oportunidades, que podem nos levar para qualquer direção, certo ou errado, nocivo ou saudável, só vai depender se vai continuar à viver feito avestruz ou passar à ocupar-se da dor para entender a causa e extensão do sofrimento.  Discernimento já é um santo remédio.

Digam pra si mesmos:
 
"A FORÇA QUE PRECISO PARA SUPORTAR MEU SOFRIMENTO,
ESTÁ NA MINHA CAPACIDADE DE ENTENDER O MOMENTO E À MIM MESMO".


                                       Amadeu Epifânio




  

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