QUANDO O DEPRESSIVO NÃO ACEITA TRATAMENTO. O QUE FAZER ?
Esta recusa, em
geral, dá-se em razão de argumentos apresentados (para convencer um depressivo
ao tratamento) que habitualmente são de caráter subjetivos, podendo ser
facilmente questionável. Como a causa verdadeira da depressão é sempre interna,
ou seja, inconsciente, também os argumentos devem fazer por chegar à essa
esfera inconsciente. Como ?
Existe algumas
formas para lidar com a depressão, para atenuar seus efeitos e fazer com que a
pessoa retome o controle da sua vida. A primeira é a terapia convencional, para
que o profissional chegue até o ponto da causa geradora da depressão, faz-se
conhecer e assim, elimina-se de vês a influência perturbadora. Nesses casos, a causa que levou a pessoa ao
diagnostico de depressão, pode ter sido gerada com uma antecedência mínima de
pelo menos 5(cinco) anos.
Porque este
tempo ? Porque é preciso que a pessoa
passe por um processo que vai desde o emocional, passando pelo psicológico, até
que chegue ao diagnóstico. Todo esse
processo terá ainda fatores ambientais, que tanto poderão apressar quanto
adiar quanto ainda retroceder o quadro (não avançando para o quadro
depressivo). Não existe um tristeza virar depressão da noite pro dia.
Uma segunda forma
de lidar com a depressão é através da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental),
onde irá se sugerir uma nova postura, que (dependendo do progresso) poderá
"sufocar" a influência inconsciente, fazendo prevalecer, de forma
gradativa, (e condicionado ainda ao progresso do tratamento), a nova proposta,
num processo de substituição de paradigma de pensamento, passando a alimentar
um prazer mais positivo.
Um terceiro recurso
é um exercício de auto-sugestão, porque ? Depressão é resultado de uma
expectativa frustrada, que ficou presa no inconsciente desde que foi gerada. À
partir de então somente o inconsciente é que passa à desejar a expectativa,
criada em torno de algo ou de alguém ou de si mesmo(a), mas que por
"n" razões, não vingou. O inconsciente acredita que somente com "aquela"
expectativa (se alcançada), é que a pessoa será feliz, travando conseqüentemente a libido para
outros sonhos e planos. O exercício de auto sugestão consiste em tentar
convencer o inconsciente de que é feliz do jeito que está e que não carece
descobrir nem desenterrar passado algum pra isso.
Bom, como
convencemos alguém que estamos bem ? Obviamente estando bem, não concordam ? Pois então, é um exercício que deverá ser
feito em momentos mais tranqüilos, porque palavras
devem endossar estado emocional e vice-versa, do contrário, nada feito. Neste caso, melhor que seja o depressivo à
desenvolver este exercício de auto-sugestionamento, o que irá requerer um pouco
de força de vontade, para vencer-se à si próprio e dar os primeiros passos. Será como um objetivo, cuja a meta é o estar de bem consigo mesmo.
Caso o depressivo não
manifeste intenção de reação, por provável descrença na própria melhora, então
deveremos partir para uma segunda proposta, que será conduzida por familiares
ou amigos, desde que já tivesse boas
relações pessoais, antes da depressão, o que muito facilitará a comunicação
entre ambos e uma rápida aceitação de novas idéias. Aceitaria sugestão de alguém que já não gostava ? rsrs
Um depressivo não
deseja estar depressivo, ele apenas está numa prisão de cela aberta, mas que
mesmo assim não consegue sair. O que
precisamos fazer é trabalhar sua força interior, seus desejos, seus sonhos e
projetos suspensos. Dizer à ele que o
remédio para voltar à viver está justamente na retomada dos sonhos, na retomada
do prazer positivo, que irá sufocar os de natureza negativa, libertando-o da
cela da depressão. Somos o prazer que
alimentamos. Nossa conta de humor
está negativa, no vermelho e o saldo que precisamos está no que temos de maior
fartura, ou seja, nossa vontade de viver e fazer tudo que desejamos. Um
paradigma totalmente oposto ao que se está sendo alimentado hoje.
Uma outra causa,
também provável para a depressão, está nas insistentes tentativas frustradas de
preencher nossos "vazios", considerando hipoteticamente que estão
sempre nas coisas palpáveis e acessíveis.
Acessível sim porém, palpável não.
Ainda não. rsr Se nos enganamos à
respeito da crença sobre o que pode nos "preencher", é porque estamos
longe do legado que nos foi confiado, para ser usado neste mundo, como essência
(condição verdadeira e única que nos faz sentir sempre, em plenitude). A assistência à pessoas que precisam de nós,
de coisas especiais que podemos oferecer, como um par de ouvidos, um abraço
forte e acolhedor, palavras de conforto (e pra isso precisamos conhecer bem, a
dor que o outro esteja sentindo, pois é
dentro dessa "intensidade" que nossas palavras se encaixarão.
E é aí que entra a
dor e o sofrimento que sentimos agora, "ferramentas" que estão sendo
forjadas dentro de nós, para saber definir o tamanho da dor de quem nos pede
ajuda. Se não for assim, qualquer coisa
que dissermos, para confortar sofrimento alheio, serão sempre palavras vazias,
num imenso oceano de dor, ou seja, sem consistência.
Existe um exército altamente treinado para cada
oceano de dor. Aliste-se e preencha-se,
esvaziando no outro a dor que só você pode tirar.
Amadeu Epifânio
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