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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

DEPRESSÃO - NÃO QUERO TRATAR !

QUANDO O DEPRESSIVO NÃO ACEITA TRATAMENTO.  O QUE FAZER ?


Esta recusa, em geral, dá-se em razão de argumentos apresentados (para convencer um depressivo ao tratamento) que habitualmente são de caráter subjetivos, podendo ser facilmente questionável. Como a causa verdadeira da depressão é sempre interna, ou seja, inconsciente, também os argumentos devem fazer por chegar à essa esfera inconsciente.   Como ? 

Existe algumas formas para lidar com a depressão, para atenuar seus efeitos e fazer com que a pessoa retome o controle da sua vida. A primeira é a terapia convencional, para que o profissional chegue até o ponto da causa geradora da depressão, faz-se conhecer e assim, elimina-se de vês a influência perturbadora.  Nesses casos, a causa que levou a pessoa ao diagnostico de depressão, pode ter sido gerada com uma antecedência mínima de pelo menos 5(cinco) anos.  

Porque este tempo ?  Porque é preciso que a pessoa passe por um processo que vai desde o emocional, passando pelo psicológico, até que chegue ao diagnóstico.  Todo esse processo terá ainda fatores ambientais, que tanto poderão apressar quanto adiar quanto ainda retroceder o quadro (não avançando para o quadro depressivo).  Não existe um tristeza virar depressão da noite pro dia.

Uma segunda forma de lidar com a depressão é através da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental), onde irá se sugerir uma nova postura, que (dependendo do progresso) poderá "sufocar" a influência inconsciente, fazendo prevalecer, de forma gradativa, (e condicionado ainda ao progresso do tratamento), a nova proposta, num processo de substituição de paradigma de pensamento, passando a alimentar um prazer mais positivo.

Um terceiro recurso é um exercício de auto-sugestão, porque ? Depressão é resultado de uma expectativa frustrada, que ficou presa no inconsciente desde que foi gerada. À partir de então somente o inconsciente é que passa à desejar a expectativa, criada em torno de algo ou de alguém ou de si mesmo(a), mas que por "n" razões, não vingou. O inconsciente acredita que somente com "aquela" expectativa (se alcançada), é que a pessoa será feliz, travando conseqüentemente a libido para outros sonhos e planos. O exercício de auto sugestão consiste em tentar convencer o inconsciente de que é feliz do jeito que está e que não carece descobrir nem desenterrar passado algum pra isso.

Bom, como convencemos alguém que estamos bem ? Obviamente estando bem, não concordam ?  Pois então, é um exercício que deverá ser feito em momentos mais tranqüilos, porque palavras devem endossar estado emocional e vice-versa, do contrário, nada feito.  Neste caso, melhor que seja o depressivo à desenvolver este exercício de auto-sugestionamento, o que irá requerer um pouco de força de vontade, para vencer-se à si próprio e dar os primeiros passos.  Será como um objetivo, cuja a meta é o estar de bem consigo mesmo.

Caso o depressivo não manifeste intenção de reação, por provável descrença na própria melhora, então deveremos partir para uma segunda proposta, que será conduzida por familiares ou amigos, desde que já tivesse boas relações pessoais, antes da depressão, o que muito facilitará a comunicação entre ambos e uma rápida aceitação de novas idéias.   Aceitaria sugestão de alguém que já não gostava ? rsrs

Um depressivo não deseja estar depressivo, ele apenas está numa prisão de cela aberta, mas que mesmo assim não consegue sair.   O que precisamos fazer é trabalhar sua força interior, seus desejos, seus sonhos e projetos suspensos.    Dizer à ele que o remédio para voltar à viver está justamente na retomada dos sonhos, na retomada do prazer positivo, que irá sufocar os de natureza negativa, libertando-o da cela da depressão.  Somos o prazer que alimentamos.  Nossa conta de humor está negativa, no vermelho e o saldo que precisamos está no que temos de maior fartura, ou seja, nossa vontade de viver e fazer tudo que desejamos. Um paradigma totalmente oposto ao que se está sendo alimentado hoje.

Uma outra causa, também provável para a depressão, está nas insistentes tentativas frustradas de preencher nossos "vazios", considerando hipoteticamente que estão sempre nas coisas palpáveis e acessíveis.  Acessível sim porém, palpável não.  Ainda não. rsr  Se nos enganamos à respeito da crença sobre o que pode nos "preencher", é porque estamos longe do legado que nos foi confiado, para ser usado neste mundo, como essência (condição verdadeira e única que nos faz sentir sempre, em plenitude).  A assistência à pessoas que precisam de nós, de coisas especiais que podemos oferecer, como um par de ouvidos, um abraço forte e acolhedor, palavras de conforto (e pra isso precisamos conhecer bem, a dor que o outro esteja sentindo, pois é dentro dessa "intensidade" que nossas palavras se encaixarão.  

E é aí que entra a dor e o sofrimento que sentimos agora, "ferramentas" que estão sendo forjadas dentro de nós, para saber definir o tamanho da dor de quem nos pede ajuda.   Se não for assim, qualquer coisa que dissermos, para confortar sofrimento alheio, serão sempre palavras vazias, num imenso oceano de dor, ou seja, sem consistência.

Existe um exército altamente treinado para cada oceano de dor.  Aliste-se e preencha-se, esvaziando no outro a dor que só você pode tirar.

                                                                        
                                  Amadeu Epifânio





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