90% DAS BRIGAS E DISCUSSÕES NÃO É COM VOCÊ !
Tal como se ouve dizer na espiritualidade, também entre nós (vivos), temos nossos "assuntos pendentes", retroativos ao passado, na infância ou na gestação. Experiências traumáticas (para o entendimento infantil ou fetal), jamais se apagam ou se extinguem, no máximo ficam guardadas e é muito difícil que sejam esquecidas. Situações de estresse estão sempre à nos rodear, servindo também de gatilhos psicológicos à estas lembranças.
Quando uma circunstância semelhante à que vivenciamos, volta à nos incomodar, quem reage não somos nós e sim o passado, à reviver experiência passadas e esquecidas. Se pararmos para prestar atenção, poderemos perceber que tanto o tom quanto a forma de expressar a raiva, estão em tempo passado, apesar de terem sidos provocados hoje. Isso pode ocorrer com ambas ou mais pessoas envolvidas numa discussão. Isso porque tudo é inconsciente (e acredite) involuntário.
Sempre que estiver numa discussão, se questione sobre porque está discutindo e quantas vezes o mesmo tema já não foi pauta de discussão. Às vezes o assunto já foi até resolvido ou definido e ainda está gerando brigas. Isso porque o que foi gerado "ontem", vai ser lembrado eternamente, até que o portador do trauma infantil se toque e procure ajuda. São pessoas com posturas repetitivas, frequentes, algumas vezes ofensiva (ou pior). É difícil se tocar, pois trata-se de uma criança, na versão adulta, "se defendendo" de uma bronca recebida, no tom de voz correspondente, o qual definirá a intensidade de sua reação.
Não se trata (à princípio) de nenhum tipo de transtorno, apenas uma necessidade de revidar uma ofensa ou agressão verbal recebida e repito, para o entendimento da idade da criança. Um feto ou recém-nascido pode se incomodar e até ficar com raiva (embora não entenda o que é isso), sempre que uma circunstância ultrapassa sua tolerância, seja ela sensitiva ou auditiva. Como o feto não pode gritar "lá de dentro" (da barriga), o que se passa "lá fora" ?!!, depois de nascido (e durante o crescimento), ele tende à manifestar uma inquietação, relativa ao que lhe ocorreu enquanto ainda no útero. Mais tarde (à depender do ocorrido), começa à manifestar verbalmente (mas não diretamente), com a intensidade da sensação percebida dentro do útero ou, nos primeiros meses de vida.
Oportunidades serão sempre lembradas como gatilhos, embora nunca associadas à um fato passado. Pode ocorrer de se questionar do porque de brigar com os outros, por coisas pequenas e repetitivas porém, como o que o faz é inconsciente, não irá relevar e continuará. É da natureza humana revidar uma bronca, porém com a diferença de idade e tamanho, o revide terá de esperar. Se perceber que não tem haver com a bronca ou ofensa, despreze e se afaste. Comprar uma briga só piora as coisas e faz alimentar a postura alheia.
Cada ser humano é diferente uns dos outros e são diferenciados em sua forma de ver o mundo e de como reage aos estímulos recebidos.
O que devemos saber (que meus estudos me fizeram crer), é que "cair" é muito fácil ! "Levantar-se", muito difícil. Entender o porque da queda, quase impossível !
Não se desafie. Em nenhuma briga há vencedores (exceto na imaginação). Reflita, se questione, ceda, aceite, negocie, barganhe. Isso não os fará perdedores. A vida nem sempre permite rascunho. Pense antes de agir.
Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo
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