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sábado, 4 de março de 2023

ANÁLISE COMPORTAMENTAL NO TRANSTORNO !


IDENTIFICANDO O TRAUMA POR LINGUAGEM PECULIAR.



                          Muito dos comportamentos tidos como fora do normal, são manifestados de forma muito pessoal e, na maioria das vezes incompreendidos por qualquer pessoa, sendo ela familiar, amigos e outros.  Eles não entendem porque não sabem, eles não entendem porque não conhecem a "linguagem" que está sendo utilizada naquele dado momento e, justamente por isso, consideram-na estranha.  Ou seja, fora do seu comportamento habitual.

                             Todos os transtornos conhecidos, fazem uso da mesma linguagem, à fim de tentar comunicar-se com o meio, buscando dar conhecimento do que houve consigo, em um período muito próximo da infância precoce (até os 3 anos de idade) ou, quando ainda no útero materno.  Fazer esta comunicação é primordial para o portador, pois facilita o entendimento sobre o que está acontecendo consigo.  Uma sensação reprimida dentro de si, cujo o mesmo está lhe causando enorme desconforto, por não conseguir entender.  A frequência dessas memórias (em forma de crise), representa as tentativas de comunicação do inconsciente para com o meio, sobre sua condição atual.  Sempre sofremos pelo o que não entendemos.  Lembram ?

                                  Quando o passado quer falar e não encontra forma verbal de fazê-lo, existe ainda um recurso para isso, o qual exigirá atenção e compreensão específica de cada pessoa (do meio) próxima ao portador do respectivo transtorno.  O inconsciente Id (à fim de buscar harmonizar a convivência do seu corpo para com outras pessoas e não excedendo a idade em que o seu transtorno foi constituído, faz uso de linguagem mímica, para tentar se comunicar, encontrando ainda um obstáculo, o da imprevisibilidade, isto é, quando a crise pega de surpresa tanto à si próprio, quanto as pessoas que estão próximas, não dando chance à elas, de se prepararem, para tentar interpretar, o que o inconsciente tenta nos dizer.

                                 Em um primeiro momento nos parece uma tarefa quase impossível mas, se conseguirmos separar a crise, da condição habitual do portador, será mais fácil (ou menos difícil), interpretar o que nos está sendo colocado.  Devemos nos atentar primeiro, à idade tenra que a linguagem está se referindo, imaginando o adulto nesta idade (não de outra pessoa qualquer).   Isso porque além da idade, existe o cenário em que se formou o seu respectivo transtorno.  Neste cenário existe um ambiente (dentro ou fora de casa); existem pessoas, vestuário, timbre de voz, mobílias, etc.  Quanto menos frequente as crises, sinal de que o cenário é algo restrito e, se mais frequente, mais expressivo é o cenário, com mais "gatilhos" que disparam as crises (como fora de casa por exemplo).

                                A linguagem mímica pode nos ajudar na identificação do cenário, quando se conhece a história do portador.  Vida cotidiana, hábitos dos que com ele conviviam (pais, irmãos, avós, etc).  Quanto mais souber, maior a chance de se harmonizar com o presente, se conciliando com o passado, em vês de se atemorizar com ele, sempre que pressente a vinda de uma nova crise.   Outra dica é ter um caderno para anotar tudo que decorrer do transtorno (não um diário), como crises, sintomas, frequência, onde se deram, quem estava perto no momento, se dentro ou fora da casa ou de um cômodo específico.  Procure gravar a crise, para melhor identificar e interpretar a linguagem mímica do inconsciente.  Descreva no caderno também, tudo relacionado ao tratamento e medicações, efeitos, duração, o momento do dia em que mais precisa do efeito deles (em média, entre 6 a 12 horas). Exponha essa necessidade ao médico psiquiatra.  Normalmente esse tempo está associado à necessidade de uma boa noite de sono ou de concentração para escrever ou ler alguma coisa.

                              Quando a linguagem mímica se manifesta, pode ser um sinal de que esteja se referindo à experiência uterina (quando já formado), quando ainda não se tinha controle dos movimentos.   É sabido que o feto absorve muito das sensações, pelas quais passam as mães, como susto, ansiedade, medo, calor, frio, entre outras.  Talvez alguma dessas tenha elevado sua intensidade, explorando a tolerância do feto em demasia, por algum momento ou de forma frequente.  Não estamos procurando culpados e sim, respostas que nos ajude à interpretar nossas crises e o transtorno.  Quanto mais respostas tivermos, maiores as chances de uma vida estável e harmoniosa.  Crises denotam a idade aproximada do portador, quando o transtorno foi desenvolvido.

                                    Pra fechar.  Muitas da censuras que um portador recebe de familiares está relacionado com a falta de conhecimento destes em lidar com transtornos e, para não passar vergonha em dizer que não entende, preferem censurar por comodismo e conveniência.  Primeiro, não se deve deixar levar por tais censuras, por não terem aprofundamento.  Segundo, se eles de fato querem ajudar, devem se unir ao portador, em vez de criticá-lo (chamando de frescura), pois isso só piora a autoestima e dificulta o processo de tratamento.

                                                              
   "Em tudo há um Propósito que nos leva à uma chance de crescer ! "    
                                                                                           
                                                                                            (Professor Amadeu Epifânio)





Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo.




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