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quinta-feira, 21 de maio de 2020

ESTAMOS DE FATO, SENDO PAIS ?



QUE CONCEPÇÃO TEMOS SOBRE ISSO ?


Ser Pais, hoje, representa para Deus, um dos mais importantes papéis que assumimos.  Ter filhos é desejar evoluir-se, passando de lar conjugal para familiar. Até aqui tudo bem mas, o que significa para os pais esse papel ?  No que compete ao casal essa atribuição ?  Como discernir os papéis de criar e de educar os filhos ?  De fato, muitas perguntas para algo que julgávamos ser tão simples, quanto ser apenas família.

Sabemos religiosamente que somos todos, filhos do mesmo “Pai”, que é Deus.  Diante disso somos, além de pais, tutores dos nossos pequenos irmãos e, como tal, cabe aos pais prepará-los para a vida adulta, apresentá-los à Deus, para que, por si só, possa perceber e cumprir sua missão.  Mas o caminho é árduo, porque o mundo está cada vez mais desafiador e perigoso.  A necessidade de iniciá-los no conhecimento é imperativo.

Os filhos são representantes diplomáticos dos pais, lá fora, como na escola por exemplo.  É através dele que a nossa imagem de pais é passada ao mundo exterior à do lar.  Não adianta ensiná-los à dizer o que querem, simplesmente porque eles irão partilhar com os demais “representantes” (colegas), o que vê e ouve de maneira natural, dentro do lar.  E ele ouvirá dos demais, a experiência de vida que cada um deles, que tem em casa.  Sem perceber e involuntariamente, eles irão comparar com a sua.

É aqui que os problemas começam.  É aqui que o nosso papel é posto à prova e que devemos ter jogo de cintura, para explicar tudo de “diferente” que está vendo, entre a sua família e à de tantas outras, as quais ele partilha todos os dias, enchendo a cabeça de uma infinidade de padrões de vida familiar.  Tarefa difícil não é mesmo ?  Devemos tornar nossos ensinamentos, imunes à influência de outros padrões.  A vida não só é desafiadora como nos impõe armadilhas, que são as tentações do mundo moderno, que nos afasta do convívio e propósito familiar.   Os celulares que o digam.

É imperativo que os filhos saibam por si só (desde que o preparamos para tal), saber quais portas abrir e quais fugir e se afastar.  Mas como esperar que eles façam isso se o exemplo dos pais apontam para uma direção oposta ?  Nem se quer o preparamos para o ambiente escolar, para a convivência mútua, para aceitar todas as diferenças, que vai desde alunos especiais até mesmo convívio com pais tão diferentes da ideia que eles mesmos tentam passar. 

Não é de se estranhar que crianças estão amadurecendo muito antes do que seria o normal mas, um amadurecimento que lhe serve de “blindagem” à hipocrisia, mas que não o ajudará muito lá fora, pelo contrário, partilhará não só sua experiência como amizades, com outros colegas em igual condição, apenas por não fingirem ser diferentes do que realmente são.  Aos poucos vai se perdendo o contato afetivo, ou seja, eles estão começando à alimentar a ideia de “pular do barco”.

Esta imagem reproduz exatamente o que estou dizendo, isto é, da relação conjugal depende o equilíbrio do convívio familiar e a estabilidade psicoemocional dos filhos.   Está na hora de fazer valer o melho diálogo.  Chamá-lo, admitir a culpa e passar à eles o medo que vocês tem, que ele venha se prejudicar por conta dos seus erros.  Vejam (na imagem), que pelo menos, um do casal é mais esquentado, enquanto o outro, nem tanto (se não o inverso).  Não especifiquei o gênero, uma vez que não é padrão, que apenas um cometa tantos erros mas sim, o desequilíbrio da relação conjugal.

Para que, exatamente, desejamos ter filhos ?  Próprios ou adotados.  Ambos não tem diferença, exceto pelos mesmos problemas que podemos lhes causar.  Esse texto é um alerta para a forma de criação que estamos dando aos filhos.  Já trabalhei como inspetor de alunos, à coisa de 2 anos atrás e puder ver, tanto nas classes do fundamental 1 e 2, a imagem que os representantes diplomáticos, estão passando ao mundo (e não apenas na escola).  Estão se sentindo à deriva, sem alguém que os oriente, que lhes aponte (e que seja) um norte na vida deles.  A hiperatividade deles, se não for decorrente de transtorno (tdah), é falta de convívio e de interação.  Já havia dito (nos vídeos que estou fazendo e deixando no Linekdin), que eles não tem culpa disso, que sua manifestação não passa de mecanismo de defesa inconsciente e involuntário.

Quando o que é ser normal, foge a normalidade, é um alerta de que é preciso dar um tempo no trabalho, para dar mais atenção ao problema.  Mas eles não precisam de sermão, basta um “tempo técnico” para um breve e eficaz diálogo, para lembrá-los de que eles tem uma família e que pode contar com ela, para o que der e vier.  Nada de ironias, nada de sermões, nada de broncas, porque eles não sabem de onde vem, se de um estranho ou de pais ausentes.  Se cobramos, devemos estar um passo à frente.


A parte que ignoramos é muito maior que tudo que sabemos.   (Platão)

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Autodidata.   








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