QUE CONCEPÇÃO TEMOS SOBRE ISSO ?
Ser Pais, hoje,
representa para Deus, um dos mais importantes papéis que assumimos. Ter filhos é desejar evoluir-se, passando de
lar conjugal para familiar. Até aqui tudo bem mas, o que significa para os pais
esse papel ? No que compete ao casal
essa atribuição ? Como discernir os
papéis de criar e de educar os filhos ?
De fato, muitas perguntas para algo que julgávamos ser tão simples,
quanto ser apenas família.
Sabemos religiosamente
que somos todos, filhos do mesmo “Pai”, que é Deus. Diante disso somos, além de pais, tutores dos
nossos pequenos irmãos e, como tal, cabe aos pais prepará-los para a vida
adulta, apresentá-los à Deus, para que, por si só, possa perceber e cumprir sua
missão. Mas o caminho é árduo, porque o
mundo está cada vez mais desafiador e perigoso.
A necessidade de iniciá-los no conhecimento é imperativo.
Os filhos são
representantes diplomáticos dos pais, lá fora, como na escola por exemplo. É através dele que a nossa imagem de pais é
passada ao mundo exterior à do lar. Não
adianta ensiná-los à dizer o que querem, simplesmente porque eles irão partilhar
com os demais “representantes” (colegas), o que vê e ouve de maneira natural,
dentro do lar. E ele ouvirá dos demais,
a experiência de vida que cada um deles, que tem em casa. Sem perceber e involuntariamente, eles irão
comparar com a sua.
É aqui que os problemas
começam. É aqui que o nosso papel é
posto à prova e que devemos ter jogo de cintura, para explicar tudo de “diferente”
que está vendo, entre a sua família e à de tantas outras, as quais ele partilha
todos os dias, enchendo a cabeça de uma infinidade de padrões de vida familiar. Tarefa difícil não é mesmo ? Devemos tornar nossos ensinamentos, imunes à
influência de outros padrões. A vida não
só é desafiadora como nos impõe armadilhas, que são as tentações do mundo
moderno, que nos afasta do convívio e propósito familiar. Os celulares que o digam.
É imperativo que os
filhos saibam por si só (desde que o preparamos para tal), saber quais portas
abrir e quais fugir e se afastar. Mas
como esperar que eles façam isso se o exemplo dos pais apontam para uma direção
oposta ? Nem se quer o preparamos para o
ambiente escolar, para a convivência mútua, para aceitar todas as diferenças,
que vai desde alunos especiais até mesmo convívio com pais tão diferentes da
ideia que eles mesmos tentam passar.
Não é de se estranhar
que crianças estão amadurecendo muito antes do que seria o normal mas, um
amadurecimento que lhe serve de “blindagem” à hipocrisia, mas que não o ajudará
muito lá fora, pelo contrário, partilhará não só sua experiência como amizades,
com outros colegas em igual condição, apenas por não fingirem ser diferentes do
que realmente são. Aos poucos vai se
perdendo o contato afetivo, ou seja, eles estão começando à alimentar a ideia
de “pular do barco”.
Esta imagem reproduz
exatamente o que estou dizendo, isto é, da relação conjugal depende o equilíbrio
do convívio familiar e a estabilidade psicoemocional dos filhos. Está na hora de fazer valer o melho diálogo. Chamá-lo, admitir a culpa e passar à eles o
medo que vocês tem, que ele venha se prejudicar por conta dos seus erros. Vejam (na imagem), que pelo menos, um do
casal é mais esquentado, enquanto o outro, nem tanto (se não o inverso). Não especifiquei o gênero, uma vez que não é
padrão, que apenas um cometa tantos erros mas sim, o desequilíbrio da relação
conjugal.
Para que, exatamente, desejamos ter filhos ? Próprios ou adotados. Ambos não tem diferença, exceto pelos mesmos
problemas que podemos lhes causar. Esse
texto é um alerta para a forma de criação que estamos dando aos filhos. Já trabalhei como inspetor de alunos, à coisa
de 2 anos atrás e puder ver, tanto nas classes do fundamental 1 e 2, a imagem
que os representantes diplomáticos, estão passando ao mundo (e não apenas na
escola). Estão se sentindo à deriva, sem
alguém que os oriente, que lhes aponte (e que seja) um norte na vida
deles. A hiperatividade deles, se não
for decorrente de transtorno (tdah), é falta de convívio e de interação. Já havia dito (nos vídeos que estou fazendo e
deixando no Linekdin), que eles não tem culpa disso, que sua manifestação não
passa de mecanismo de defesa inconsciente e involuntário.
Quando o que é ser
normal, foge a normalidade, é um alerta de que é preciso dar um tempo no
trabalho, para dar mais atenção ao problema.
Mas eles não precisam de sermão, basta um “tempo técnico” para um breve
e eficaz diálogo, para lembrá-los de que eles tem uma família e que pode contar
com ela, para o que der e vier. Nada de
ironias, nada de sermões, nada de broncas, porque eles não sabem de onde vem,
se de um estranho ou de pais ausentes.
Se cobramos, devemos estar um passo à frente.
A parte que ignoramos é muito maior que tudo que sabemos. (Platão)
Professor Amadeu
Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
Autodidata.
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