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domingo, 20 de outubro de 2019

ALGUMAS DECISÕES SÃO DIFÍCEIS...



 PORQUE MUITAS COISAS INTERFEREM. 



Tomar decisões não é tão simples quanto pensávamos, pois envolve uma série de condições que, no fim, poderá nos fazer sentir tanto aliviados, quanto apreensivos, à depender do resultado do que foi decidido.  Mas de onde vem nossa capacidade de tomar as melhores decisões ?  E porque outras pessoas não desenvolve as mesmas habilidades ?    A resposta para isso, é que as respostas já tem que estar dentro de nós, isto é, já devemos ter adquirido de alguma forma, em algum momento da vida.  Não é a resposta que é absorvida mas, informação e conhecimento, que poderão servir para resolver problemas e demandas futuras.  O problema é quando há muita informação e pouca organização. Nessas horas a palavra foco, tem que entrar em cena.

A formação que recebemos desde o nosso nascimento, as experiências que vivenciamos desde a formação uterina e a vida que levamos, quando absorvidas, são armazenadas, catalogadas e processadas por nosso inconsciente e, separadas como conhecimento e experiências emocionais (boas e ruins).  Esses dois tipos de acervo, são nossas “caixas pretas” (semelhantes à de aeronaves).  Elas também são herméticas e só podem ser abertas de três formas:  Por terapia (ou análise), por compulsão alcoólica e pelas drogas, através da dependência química.  Fora isso, dependendo do conteúdo aritmético e intensidade, apenas interfere (sem se exaurir) nas decisões.  É o que compromete a concentração.

O conhecimento irá compôr o acervo disponível inconsciente, à ser utilizado para atender demandas, responder perguntas e atenuar sensações que advém da caixa preta das experiências.  Seu conteúdo pode alterar nossa percepção, ajustando nossos conceitos para padrões mais rígidos ou flexíveis de julgamento e conduta.  Aqui, uma decisão pode já, não surtir o efeito esperado, sendo mais difícil reverter o desfecho.  Em outras palavras, a vida nem sempre permite rascunho, por isso pense bem, antes de decidir.  Com os jovens, isso é sempre mais difícil, porque eles ainda não estabeleceram um propósito, para uso do que aprendem.

Outro fator que pode alterar a forma de decidirmos, está no temperamento que, por ventura tenhamos no momento de decisão.  Por melhor que seja uma decisão, uma simples mudança no tom de voz, pode por tudo à perder e, termos de passar horas tentando convencer à outrem, que não houve a intenção maldosa nas palavras, expressadas com tanto ardor ou maledicência.  Já dizia um velho ditado que não se deve decidir nada, sob o calor da emoção.  A fase adolescente aqui, é predominante.

Vejam, decidir fazer, não fazer, parar, continuar, ferir, agredir ou matar, não são decisões autônomas, elas vem carregadas de influência, muitas vezes desde a nossa infância.  Se acaso andamos nos “explodindo” demais, está mais do que na hora de organizar e controlar suas emoções, com terapia e medicação apropriada.  Enquanto não fizermos isso, decidir será muito fácil porém, não com os resultados que esperamos.  Tome uma grande decisão e procure ajuda e curta melhor a vida.

Calma, ainda não acabou.  Outro fator que altera nossa decisão (e que já venho comentando aqui no Blog), é o medo e, o quanto ele pode nos escravizar.  Medos são sempre constituídos na infância, provocados de várias maneiras e, na maioria das vezes, gera complexos, porque se dá numa idade, em que a criança não consegue ainda, discernir ou processar a sensação resultante.  Quando isto ocorre, o inconsciente grava essa sensação de medo ou de pavor, para lembrar mais tarde, como quem diz:  “foi isso que te aconteceu lá atrás”.  Na verdade o que é lembrado é somente a sensação. Isso faz gerar confusão dos sentimentos.

Qualquer pessoa que perceba o quão difícil é, decidir sobre momentos simples, complicados ou inesperados, é porque de alguma forma, pode estar presa(o) ao passado que o assustou e que precisa (através de terapia) fazer ressurgir o momento, descobrir o que lhe gerou o medo e livrar-se dele, definitivamente.  Outra alternativa é a terapia cognitiva, em que ela irá tratar dos sintomas consequentes do medo, como insegurança, timidez, isolamento e até temperamentos arredios, como auto-defesa (ou distração), para que as pessoas próximas não percebam seu medo.  A terceira opção é medicação, que se bem prescrita, vai ajudar muito.

 Não bastasse tudo isso, ainda corremos o risco de não decidirmos, o que nos está sendo cobrado.  Não que não sejamos capazes mas, pelo simples fato de ainda não termos assimilado o conhecimento apropriado. Para que tenhamos sempre, as respostas mais apropriadas e racionais em cada momento de nossa vida, mesmo em momentos trágicos ou sob tensão, cada minuto de vida deve ser convertido em aprendizado e referência e sua experiência aproveitada em demandas futuras.  Isto porque em tudo, há um propósito que nos leva à uma chance de crescer.  Quanto mais tirarmos proveito da vida, maiores as chances de sermos felizes ou (como costumamos dizer), de aliviar nossa cruz.

Pra finalizar, cada decisão tomada pode estar embasada (mesmo que não saibamos) em uma série de condições, que pode afetar o resultado final, seja da forma que queremos ou que nem imaginávamos.  Humor, medo, temperamento impulsivo, percepções, julgamentos, são alguns dos fatores que mais influenciam nossas decisões.  Para nos certificar de tomar as decisões mais acertadas, lembrem-se:   A imagem que passamos é consequência do que somos.  Muitas vezes a forma com que decidimos, impressiona mais do que é decidido.  Quanto mais  aprendermos, não precisaremos tanto, “gritar”, pra convencer, mandar ou decidir.  Domínio sobre a situação (sempre) e não, o inverso.

Em tempo:  Este texto pode ser aplicado à pessoas com síndrome de Burnout.  Ou seja, Burnout não é doença, mas uma condição que faz comprometer o foco e nossas energias, em razão de uma série de condições, que afetam nossas decisões, mesmo as profissionais.

Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto-Didata.

               


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