MUITO CEDO PARA UM DIAGNÓSTICO TÃO AGRESSIVO.
São muito invasivos, os
termos psiquiátricos aplicados à uma idade e diagnóstico tão precoce. É preciso
que haja uma investigação profunda (e prolongada, se necessário), antes de se
diagnosticar uma criança, com tal transtorno. É preciso considerar o fato de
que, crianças tornam-se muito submissas e passivas à situações e traumas, de
média ou alta complexidade (para sua restrita capacidade de compreensão, à
cerca do que está passando, ouvindo ou sentindo).
A grande maioria dos
transtornos, se desenvolvem entre a fase de formação fetal, até os 3 anos de
idade (em média). Porque esta faixa etária ? Porque subtende que seja uma faixa
em que a compreensão é praticamente zero (condição indispensável à constituição
dos transtornos). Portanto, esperar que uma criança de 5 (cinco) anos, já
manifeste algum sintoma, relativo à esquizofrenia, é muito prematuro.
Tentemos imaginemos
(apenas por um momento), em que momento da nossa infância, é possível ouvir
vozes, sem que possamos ver as pessoas. Se um bebê conseguisse ver pessoas
gritando, brigando ou sendo ofensivas, ao crescer, não ouviria apenas vozes,
mas teria (mais tarde) a percepção de vultos passando de um lado para outro (o
que tornaria seu transtorno ainda mais severo). Contudo, são apenas vozes que, só é permitido
ouvir de um local, ao mesmo tempo próximo porém, que não se permite ver as
pessoas. Ou seja, o útero materno, em sua idade fetal já formado. Resumindo, um
feto cuja gestante esteja em discussão severa com outra pessoa ou, que ela
esteja relativamente próxima de situação semelhante, ouvindo porém, sem participar.
Sempre que um evento
supera a capacidade de tolerância, seja de um feto já formado ou de uma criança
de 3 anos, seu inconsciente grava e guarda a sensação sentida, para mais tarde
fazer o corpo entender, o que lhe ocorreu “lá atrás”. Como o inconsciente grava apenas a sensação
vivenciada, o feto sente o estado de tensão "do momento" presente,
bem como as vozes (ou murmúrios relativamente altos). Porque alto ? Porque as
vozes que um portador de esquizofrenia ouve, precisam ser incisivas, para que
pense que "alguém" o(a) está mandando, que se faça algo.
São muito remotas as
chances, de que uma criança de apenas cinco anos, manifeste traços de
esquizofrenia tão cedo. Isto porque o
inconsciente precisa que o seu corpo esteja suficientemente hábil, para
qualificar-se à tentar entender, o que lhe será imposto à interpretar. Quanto à
hereditariedade, o mais provável é que se transfiram apenas, traços
comportamentais, de um possível genitor (ou antecessor), com transtorno
semelhante, cujo o qual tenha algum tipo de transtorno. Tal perfil, considerado
como aparente sintoma do mesmo transtorno, acaba sendo uma "ideia"
vendida à uma criança e, não podendo esta contestar, acaba comprando e se
submetendo ao mesmo tratamento, bem como de efeitos colaterais de medicamentos
fortes, cuja destinação de "alvo" no organismo, simplesmente não
existe.
Se durante a gestação, a
mãe (gestante) não se envolver em discussão e brigas (familiar, conjugal ou com
estranhos), não haverá chances desta criança, constituir um quadro de
transtorno de esquizofrenia. Vou repetir o que já afirmei em outro comentário,
a origem de muitos transtornos (que se constituem em faixa etária precoce), nem
está em fatores psicológicos mas, na falta de percepção dos pais (em relação à
filhos desta idade), quanto à considerar a fragilidade, ingenuidade e percepção
sensorial das crianças, desejando sempre, querer entendê-las na sua visão de
adulto. Isso não pode dar certo. Sem contar que muitos pais cobram das crianças
(especialmente as pequenas), o que nunca ensinaram.
Antes de
"diagnosticar" os filhos com algum transtorno, apenas por portar-se
diferente, de outras crianças de mesma idade, procure perceber se elas não estejam
"fugindo" ou reagindo mal à uma bronca injusta ou excesso de
cobranças ou superproteção ou por negligência. Não sendo nada disso, procure
fazer uma investigação clínica dos sintomas que a criança possa estar se
queixando. Portar-se diferente, nem sempre é sinal de coisa grave, uma criança
tem direito de não querer fazer amizades e, essa escolha é de cunho psicológico,
assim como em todos nós.
Não se acha que uma
criança tenha algum tipo de transtorno ou algo do tipo. O que se deve fazer é
começar à se registrar os sintomas, sua frequência, o que acontece, quanto
tempo demora pra passar e como a criança está reagindo e quando começou. Só com
estas informações, coletadas por pelo menos 60/90 dias, é que se pode ir à um
psiquiatra e investigar sua causa ou origem e, se for o caso, tratar com medicação
apropriada. Muitos diagnósticos estão sendo dados, de forma indiscriminada,
apenas por suspeita de sintomas semelhantes.
Muitos adultos estão
sofrendo por prescrições e diagnósticos errados ou por ser portador de vários
transtornos (o que pude levantar em meus estudos, que tal fato é improvável). Ou seja, cada portador só pode ter 1 (hum)
único transtorno. A combinação de mais de um transtorno, inviabiliza a ação de
medicações, incorrendo em efeitos colaterais ou ineficiência, fazendo com que
portadores continuem tendo suas crises e valendo-se de hábitos nocivos, como
cortar-se, consumir drogas, álcool ou mesmo, ou tentar suicídio e, tudo isso
pode ocorrer também com crianças.
A primeira grande regra
para proteger os filhos, é conhecê-los à fundo, desde o ventre materno. A segunda regra é manter uma relação de
coniança mútua, em que a criança possa sentir-se segura e tranquila, em relatar
fatos que estejam ocorrendo ou que tenha visto.
A terceira regra é estar atento à mudanças de hábitos e comportamentos
fora do seu habitual e a frequência com que esses hábitos se repetem. A quarta regra é investigar o que está
acontecendo, porque acontece, se existe uma causa repetitiva ou persistente
(como práticas de Bulliyng por exemplo) ou mudanças de hábitos alimentares.
Como veem, não é tão
simples pôr um filho no mundo, até mesmo animais de estimação carecem de muitos
cuidados e ambos (animais e filhos), necessitam de todo esse cuidado, pelo menos
até que possam cuidar-se sozinhos. De
nada adianta conseguir vida estável, se os filhos não puderem participar dessa
conquista, não é mesmo ?
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
Auto-Didata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário