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sábado, 20 de fevereiro de 2016

ALCOOLISMO !!!


PROBLEMA NÃO ESTÁ NO ÁLCOOL.




O problema maior dessa dependência, nem chega à ser o álcool, mas os fatores que fazem a pessoa, ou melhor, seu inconsciente, à fazer a escolha do álcool, ao invés de outros recursos menos nocivos. O que prevalece nessa escolha é o imediatismo da resposta que é dada pelo inconsciente ao consciente, em virtude de uma dor que é resultante de um conflito de relações familiares (paternal ou maternal) durante a infância. 

Essa dor ficou bloqueada e gravada no inconsciente, à espera da criança crescer, para então ser lembrada e compreender o que se passou. O problema é que essa lembrança é também inconsciente e vem carregada com tudo que aquela sentiu quando viveu o momento (para ela -criança - traumático). Como é difícil entender para suportar a dor, seu inconsciente busca algo para que essa dor seja contida. Nosso inconsciente tem um discernimento de uma criança, que como tal não mede conseqüência, não pressente perigo e age sem controle, valendo-se de qualquer coisa que possa "estender a mão", para ser utilizado para este fim.

O álcool (antes do vício) já devia ser programa entre amigos, porém, como esta pessoa já carregava consigo um fardo difícil de entender e menos ainda, de suportar, o álcool é o que está no topo das opções e é oferecido como único remédio para conter tamanho desconforto emocional.  Isso só acontece porque as pessoas não costumam ter tolerância para aprender suportar o que não entende.

Enquanto sob controle da razão, nossa mente (uma parte diferente do inconsciente), procura em nosso acervo (tudo que assimilamos desde nossa gestação até hoje), uma resposta positiva e saudável para ajudarmos à lidar com a dor e o sofrimento. No momento que não conseguimos suportar (nem esperar que a mente ache uma resposta), ela então delega essa tarefa ao inconsciente, que irá valer-se do que estiver à mão, para satisfazer o mesmo propósito.

A pessoa então entra num ciclo vicioso, isto é, a lembrança da infância vem com tudo à cabeça, ele não consegue suportar, o inconsciente vai e oferece o álcool. Ele sente-se bem, vem o período de abstinência, o efeito do álcool passa, a lembrança volta e começa tudo de novo. Não se trata da pré-disposição genética pra desenvolver dependência alcoólica. O problema não está no álcool, está no inconsciente. Não existe a escolha entre álcool e aspirina (por exemplo), porque quem escolhe aspirina é o consciente e quem escolhe o álcool é inconsciente.

Para tratar o dependente alcoólico, deve ser de dentro pra fora e não o inverso. Por isso os casos de reincidência contínua, porque onde era pra resolver o problema, não resolveu e o "vulcão" continua ativo.   Abordagens direta não resolve, nem o alcoólico sabe porque é alcoólico, vai ter que fazer terapia. Mas se explorar um pouco da vida dele, logo se chegará à causa. Eu diria que mais que 90% dos casos de alcoolismo está relacionado com conflitos com um dos pais, numa fase muito infantil.  Praticamente os primeiros 5 anos de idade, porque é preciso considerar a relação Paixão-Decepção da criança, em razão do comportamento abrupto (às vezes grosseiro), que a dependência causa.

Em meu blog eu postei esta semana, um artigo chamado "Os Dons da Evangelização", sendo eles, Humildade, Acolhimento e Transformação. Precisamos aqui (na dependência alcoólica) ter as mesmas características,, ou seja, humildade pra saber ouvir (porque o alcoólico sofre e muito, por não conseguir controlar-se). Depois vem o acolhimento, isto é, o desejo verdadeiro de ajudar um semelhante e não tratá-lo apenas como mais 1 alcoólatra.  Transformação é a resultante da combinação entre os dois primeiros. 

Muitos até conseguem diminuir a compulsividade, porque estes estão tentando reescrever sua vida, passar por cima do que viveram um dia, para ter uma vida normal.  Também é possível, mas é muito caminho árduo e prolongado, sujeito à recaídas, porque se vive no limite entre a razão e o inconsciente "machucado", ou seja, está se tentando tapar o sol, mas com uma peneira muito fina.

Amor filial, paternal e maternal é uma ligação muito forte e, ao mesmo tempo, negligenciada, de forma que quando se põe à prova ou se rompe, as conseqüências são praticamente inevitáveis, salvo raríssimas exceções.  


                                                          ProfAmadeu Epifânio




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