PROBLEMA NÃO ESTÁ NO ÁLCOOL.
O
problema maior dessa dependência, nem chega à ser o álcool, mas os fatores que
fazem a pessoa, ou melhor, seu inconsciente, à fazer a escolha do álcool, ao
invés de outros recursos menos nocivos. O que prevalece nessa escolha é o
imediatismo da resposta que é dada pelo inconsciente ao consciente, em virtude
de uma dor que é resultante de um conflito de relações familiares (paternal ou
maternal) durante a infância.
Essa
dor ficou bloqueada e gravada no inconsciente, à espera da criança crescer,
para então ser lembrada e compreender o que se passou. O problema é que essa
lembrança é também inconsciente e vem carregada com tudo que aquela sentiu quando
viveu o momento (para ela -criança - traumático). Como é difícil entender para
suportar a dor, seu inconsciente busca algo para que essa dor seja contida.
Nosso inconsciente tem um discernimento de uma criança, que como tal não mede conseqüência,
não pressente perigo e age sem controle, valendo-se de qualquer coisa que possa
"estender a mão", para ser utilizado para este fim.
O
álcool (antes do vício) já devia ser programa entre amigos, porém, como esta
pessoa já carregava consigo um fardo difícil de entender e menos ainda, de
suportar, o álcool é o que está no topo das opções e é oferecido como único
remédio para conter tamanho desconforto emocional. Isso só
acontece porque as pessoas não costumam ter tolerância para aprender suportar o
que não entende.
Enquanto
sob controle da razão, nossa mente (uma parte diferente do inconsciente),
procura em nosso acervo (tudo que assimilamos desde nossa gestação até hoje),
uma resposta positiva e saudável para ajudarmos à lidar com a dor e o
sofrimento. No momento que não conseguimos suportar (nem esperar que a mente
ache uma resposta), ela então delega essa tarefa ao inconsciente, que irá
valer-se do que estiver à mão, para satisfazer o mesmo propósito.
A
pessoa então entra num ciclo vicioso, isto é, a lembrança da infância vem com
tudo à cabeça, ele não consegue suportar, o inconsciente vai e oferece o
álcool. Ele sente-se bem, vem o período de abstinência, o efeito do álcool
passa, a lembrança volta e começa tudo de novo. Não se trata da pré-disposição
genética pra desenvolver dependência alcoólica. O problema não está no álcool,
está no inconsciente. Não existe a escolha entre álcool e aspirina (por
exemplo), porque quem escolhe aspirina é o consciente e quem escolhe o
álcool é inconsciente.
Para
tratar o dependente alcoólico, deve ser de dentro pra fora e não o inverso. Por
isso os casos de reincidência contínua, porque onde era pra resolver o problema,
não resolveu e o "vulcão" continua ativo. Abordagens
direta não resolve, nem o alcoólico sabe porque é alcoólico, vai ter que fazer
terapia. Mas se explorar um pouco da vida dele, logo se chegará à causa. Eu
diria que mais que 90% dos casos de alcoolismo está relacionado com conflitos
com um dos pais, numa fase muito infantil. Praticamente os primeiros 5 anos de idade,
porque é preciso considerar a relação Paixão-Decepção da criança, em razão do
comportamento abrupto (às vezes grosseiro), que a dependência causa.
Em
meu blog eu postei esta semana, um artigo chamado "Os Dons da
Evangelização", sendo eles, Humildade, Acolhimento e Transformação.
Precisamos aqui (na dependência alcoólica) ter as mesmas características,, ou
seja, humildade pra saber ouvir (porque o alcoólico sofre e muito, por não
conseguir controlar-se). Depois vem o acolhimento, isto é, o desejo verdadeiro
de ajudar um semelhante e não tratá-lo apenas como mais 1 alcoólatra. Transformação é a resultante da combinação
entre os dois primeiros.
Muitos até conseguem diminuir a compulsividade, porque estes estão tentando reescrever sua vida, passar por cima do que viveram um dia, para ter uma vida normal. Também é possível, mas é muito caminho árduo e prolongado, sujeito à recaídas, porque se vive no limite entre a razão e o inconsciente "machucado", ou seja, está se tentando tapar o sol, mas com uma peneira muito fina.
Amor filial, paternal e maternal é uma ligação muito forte e, ao mesmo tempo, negligenciada, de forma que quando se põe à prova ou se rompe, as conseqüências são praticamente inevitáveis, salvo raríssimas exceções.
Muitos até conseguem diminuir a compulsividade, porque estes estão tentando reescrever sua vida, passar por cima do que viveram um dia, para ter uma vida normal. Também é possível, mas é muito caminho árduo e prolongado, sujeito à recaídas, porque se vive no limite entre a razão e o inconsciente "machucado", ou seja, está se tentando tapar o sol, mas com uma peneira muito fina.
Amor filial, paternal e maternal é uma ligação muito forte e, ao mesmo tempo, negligenciada, de forma que quando se põe à prova ou se rompe, as conseqüências são praticamente inevitáveis, salvo raríssimas exceções.
ProfAmadeu Epifânio
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