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quinta-feira, 29 de abril de 2021

QUANDO ALGUMAS MARCAS...

 SÃO MAIS FORTES QUE O TEMPO.

Existem marcas criadas na infância, cuja as quais nem mesmo o tempo é capaz de reter. São marcas (feridas), que de tão forte (para uma criança), tornam-se resistentes e também latentes, à medida que a distância entre quem gerou e quem sofreu, aumenta de forma progressiva, reduzindo em igual proporção, as sensações de remorso.

Quando alguém que passou por uma experiência triste, percebe que a chance de rever a pessoa que lhe causou a dor, se reduz com o passar do tempo, da mesma forma o ressentimento que lhe habita o coração, começa aos poucos, vazar, quase que sem controle, primeiramente em forma de atos falhos, ou seja, fragmentos da lembrança da dor, deixada sem explicação, como uma enorme frustração.

À medida que o tempo passa e ambos permanecessem distantes entre si, as marcas deixadas começam a transparecer e se manifestar, principalmente sob a sensação de possível alívio, por não precisar mais, reter tamanha dor em seu coração. Obviamente, tal rejeição não ocorre de forma presencial, mas por qualquer outra forma, enquanto distantes. Indiferente ao tipo de relação entre ambos, tal fato acontecerá da mesma forma, uma vez que trata de uma ação inconsciente, cujo propósito é promover o bem-estar do corpo, pelo máximo de tempo que puder.

Tal sensação de alívio, reporta ao corpo uma falsa sensação de liberdade, no que concerne à se auto permitir agir conforme sua própria convicção, ao passo que a pessoa que mantém certo laço afetivo com ela, comece a sentir e sofrer por possível apatia, advinda não somente da pessoa à quem provocou a dor, bem como da forma involuntária e inconsciente de reação, por parte da mesma.

Não são precisos gatilhos psicológicos, para que a tristeza venha à tona, basta apenas que a distância entre ambos permaneça por mais tempo do que se pode prever, elevando a sensação de liberdade, quanto a desprezar não somente a pessoa, quanto seu instinto afetivo. Sempre digo que sofremos mais, por não entender o que passamos, do que pela dor que sentimos. Tome uma ação passiva e investigativa, para aprender aceitar o inaceitável e entender e incompreensível. Talvez seja mais fácil assim, salvar ou retomar uma relação, quando ao menos um dos lados entende o que se passa com o outro.


O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário”. (Sêneca)


Professor Amadeu Epifânio – Psicanalista Cognitivo.

PROJETO VIVA+ Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.



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