PORQUE ESTÃO SE PERDENDO TÃO FACILMENTE ?
Está cada vês mais confuso (e mais cedo) para crianças, jovens e
adolescentes saber definir sobre qual caminho seguir. Os
paradigmas sobre ter filhos (ter ou não tê-los, como cuidar e educar,
prepará-los para o quê ?) recai no propósito que irá definir a decisão de vir
ou não à ter filhos. Quase sempre a
resposta é positiva. E essas incertezas não acabam por aí, elas
continuam mesmo depois da "encomenda" dos filhos, durante sua gestação. Por mais nove meses essas dúvidas perduram e
não são respondidas.
Porque está tão difícil responder à questionamentos tão simples
? Porque entre a teoria (das perguntas)
e as respostas (na prática) há uma enorme diferença, uma grande lacuna feito um
buraco negro, onde muitos jovens e adolescentes tem caído nele e onde os pais
não conseguem chegar. Não, não estou
falando de drogas. Estou falando de
concepções, da imagem que os pais e respectivas famílias andam passando e
deixando para os filhos. Tudo que se
tenta passar aos filhos, por palavras, mal está chegando aos ouvidos
deles. Palavras estão se evaporando pelo
caminho, por causa do "calor" da pressão que vem da rua, que é muito
grande. Uma sinapse cuja informação
nunca é passada.
Quando uma sociedade inteira diz "A", enquanto os pais
tentam passar aos filhos o significado de "B", quase nunca é
compreendida, porque teoria e prática nunca se conciliam ou se afinam. Quando os filhos começam à compartilhar do
mundo lá fora, freqüentando escola e fazendo amizades, está se compartilhando
outras formas de cultura familiar, padrões e princípios morais diferentes de
qualquer outra família. Tudo isso,
comparado com o padrão que se defende em casa, cria-se um conflito de idéias e,
como não existe o padrão correto, entra em cena o famoso "jogo de
cintura" pra tentar explicar ao filho essas diferenças e no quanto elas
podem comprometer desejos, sonhos e aspirações.
Toda vês que mandamos nossos filhos para a escola, é como se
eles fossem jogar uma partida de vôlei numa decisão importante (porque todos os
dias decisões importantes são tomadas, definindo passos ou mesmo um
destino. Mas porque usei o exemplo do
vôlei ? Porque vejo nele uma idéia
curiosa e proveitosa para passar à vocês, pais.
Sempre que o time não está rendendo, imediatamente o técnico tem o
direito de parar o jogo (por alguns segundos que seja), para passar aos
jogadores informações cruciais que poderão fazer a diferença nos próximos
pontos. Mas a astúcia do técnico não
pode se concentrar apenas no próprio time, mas também no time adversário e sua
técnica.
Tentar passar aos filhos tudo que achamos necessário saber, para
conduzir a vida deles com segurança, é praticamente impossível, haja vista que
nem pais nem filhos dispõem (nos dias atuais) de tamanho tempo para isso, o que
nos leva ao plano B que acabei de citar, ou seja, bancar o técnico de vôlei,
interromper "jogo" deles por alguns segundos (minutos, se um milagre
permitir), e passar apenas informações específicas e objetivas, que poderão fazer diferença, ao menos naquele
dia ou num compromisso importante, como uma prova da escola, da faculdade ou
uma saída com os amigos ou para uma balada.
Parece pouco, mas este pouco poderá representar para eles, muito
mais do que várias tentativas sem sucesso para uma conversa, além de passar uma
imagem de pregador evangélico, com sermões extensos que ninguém tem tempo nem
coragem de ouvir. Além do mais, fica a
impressão (como técnico) de uma pessoa sempre presente em vários sentidos,
deixando nos filhos, o sentimento de gratidão com um conseqüente aumento de
responsabilidade, enquanto estiverem fora.
Deixa eu fugir só um pouquinho do assunto ? Esta semana recebi mais uma daquelas ligações
de falso seqüestro. Como não foi a
primeira e já estou ficando "craque" em descobrir a falsa veracidade
delas, o segredo é você fazer perguntas à pessoa (que diz ser filho ou filha),
tipo, se já chegou à um destino de viagem (ao exterior ou à outro estado). Evite perguntas pessoais que podem dar azar
de acertar. ok ? Ninguém merece. rsrs
Bom, voltando ao nosso texto.
Desde cego, precisamos começar à delegar aos filhos, o quinhão
proporcional de responsabilidade de decisão, misturado com um pouco de
confiança. Frases do tipo "tenho
certeza que fará o que é certo (ou a coisa certa)" sempre ajudam à passar
a confiança que eles tanto pedem pra si.
Usar de barganha, pra por na balança, cobranças, exigências, desejos e
reclamações, em contra peso com responsabilidade, notas escolares, quarto
arrumado, comportamentos educados, etc.
A vida não é fácil, ninguém nunca disse que seria, de forma que não se
deve cobrar facilidade e ainda de forma gratuita, é preciso conquistar.
Assim como as aves tem seu instinto migratório, devemos fazer
para instituir nos filhos, seu instinto migratório para com sua família,
presencial e psicológico, para que mantenham a iniciativa e a liberdade de
procurar pelo seu "técnico", quando tiverem dificuldades em lidar (ou
evitar) algum situação adversa ou para uma boa e gostosa proza.
O mundo está ficando cada vês mais complexo e perigoso, de forma
que não podemos mais ficar perdendo tempo com rixas e arrogâncias, entre pais e
filhos. Cada dia à menos que não
conseguimos conversar com nossos filhos ou consertar um mal entendido, pode ser
nossa última chance de contato com eles.
Não é preciso falar de religião, porém, fazendo o que é certo, já
teremos a benção e perdão de Deus para as nossas tolices infantis.
Peça à eles, perdão pela forma truculenta de conversar,
demonstre preocupação, mas com sinceridade (não com histórias). É preferível admitir que não sabe como falar
do que esconder-se atrás de desculpas ignorantes para dizer que se preocupa com
eles. Jamais entenderão desta forma (muito difícil). É no exemplo dos atos e não apenas das
palavras que eles precisam seguir. Seja
um bom técnico, pra que ele sempre volte pra casa depois de cada
"jogo" e como um grande jogador, pois o que importa é saber competir,
não apenas vencer.
Hoje, precisamos mais, treinar um atleta (onde para conseguir
medalhas requer um pouco de tudo que acreditamos ser essencial para a educação
de um filho) do que tentar ensinar coisas que a vida logo irá tirar e dizer pra
eles, que ainda estávamos errados. Nos
adaptarmos às mudanças pode trazer mais resultados que persistirmos na mesmice.
Nessa vida vale mais, ser um grande competidor do que sempre
vencedor.
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