...PODEM DIZER MAIS DO QUE AÇÕES.
Prezados, a grande diversidade de
atrativos existentes hoje, tem afastado os filhos do convívio
afetivo em família. Elas convivem, fazem refeições, dormem em
seus quartos mas, estão com a cabeça sempre em lugares distantes,
por causa desses atrativos, que pode ser tanto a convivência com
outras crianças (consequentemente de outros padrões familiares),
quanto de preocupações decorrentes de sua vida em família, quanto
do mundo que está descobrindo através de celulares e computadores.
Por mais que se tente evitar
esses choques (ou conflitos) de ideias, a vida cotidiana não tem
dado trégua para se estabelecer um diálogo (ou sermões, na
linguagem de algumas crianças e jovens). Mas difícil ainda tem
sido a dura tarefa de tentar entender a cabeça das crianças que, ao
não aceitar uma situação ou condição, parte logo para
manifestações mais ariscas e das formas mais variadas que existe.
Descobrir o que pensa uma
criança, pensando como adulto, é algo que tornará esta tarefa
ainda mais difícil, pois que os conceitos e ideias, haja vista, são
bem diferentes como se estivessem ambos (pais e filhos) e contínuo
"fuso horário", com tempos e realidades distantas para
ambos. Para entender uma criança é preciso "ajoelhar-se",
ou seja, pensar como criança, entender o pensamento dela com as
limitações dela, tanto de entendimento quanto emocional quanto
psicológico.
É fácil para nós, adultos,
fazermos julgamentos à cerca do perfil dos nossos filhos, como sendo
imaturos, rebeldes, malcriados, agressivos, respondões, etc., o que
para eles pode representar sinal de negligência, desrespeito ou
omissão para com a vida, os sonhos, ideias, projetos, expectativas
ou perspectivas de querer ver os pais compartilhar igualmente de tudo
isso. Trocando isso tudo em miúdo, são ciúmes com os compromissos
sempre inadiáveis, em sacrifício do convívio, sempre pra depois.
De forma alguma, este texto tem o
propósito de julgar os pais, como ausentes para com os filhos,
porém, não podemos negar o fato de que o cotidiano agitado, por
vezes estressantes e "atarefado" com inúmeros
compromissos, tem nos roubado um pouco (se não bastante), tempo e
atenção com os filhos, por considerar-mos que os mesmos sejam
antes, imaturos para entender o compromisso e o trabalho exigente dos
pais ou, exigentes demais para cobrar atenção, uma vês que
computador, escola e celular, podem perfeitamente cobrir nossas
frequentes ausências. Até quando ?
Independente da forma de vida
familiar, os pais devem fazer com que os filhos saibam discernir e
refletir sobre o momento deles em tudo que lhes acontece, ao invés
de mostrarem-se intolerantes e inconformados com o que não aceitam.
Não importa o que a vida lhes impõe como obstáculo ou adversidade
ou mesmo, perda (material, afetivo ou familiar). Tudo é
aprendizado, é teste, prova de vida, pra saber se estamos sempre
pronto pro que vier à frente, porque os testes que virão, serão
sempre mais duros que os que enfrentamos hoje e que revoltar-se só
nos faz regredir.
O segundo propósito deste texto
consiste em monitorar se tudo isso está sendo aprendido e
trabalhado, porque deste aprendizado estaremos evitando um novo
usuário de droga, um novo alcoólico, um futuro anorexo ou de outras
futuras compulsividades. Trabalhar essas características, pode
tanto evitar que venham adquirir alguma forma de transtorno ou mesmo
reverter ou amenizar às que possui. Por estas características se
adquiri o hábito (involuntário) de dispersar qualquer libido
centrada em apenas o lado triste da vida ou de uma doença,
possibilitando enxergar e transformar, problemas em degraus de
evolução e amadurecimento.
Se nunca conseguiu, foi porque
nunca se tentou e quem conseguiu, com todo mérito, experimentou essa
experiência. Quem sabe o que chamamos de cura não esteja na
oportunidade do problema nos manter ocupados, aprendendo ? Enquanto
não tivermos problema, supostamente não teríamos lições pra
aprender. Como saber se estamos certos se não experimentamos o erro
? Felizes os que acertam sem nunca terem cometido erros ou deles
sobrevivido para aprender e agora fazer do jeito certo.
Isso é o que devemos passar aos
filhos, à idade e entendimento deles:
"-Filho, não se revolte,
pois virão outros desafios à transpor e se te consumires agora,
como enfrentarás os próximos ? Se tiveres à Deus como teu
principal instrutor, aprenderás melhor e mais rápido. Não te
lamentes o que está passando, pois trata-se apenas de um degrau mais
elevado, te exigindo um pouco mais de esforço, mas que te deixará
muito mais apto para novas ascenções, elevando teu discernimento e
o teu caráter. Seja forte, tolerante e humilde, para com tudo e com
todos. Lembre-se que quem revida, perde a razão e aja sempre pela
verdade e por tua cabeça e não pela dos outros."
Podemos ocupar a vida dos nossos
filhos de forma muito mais proveitosa. Vai nos exigir mais
participação e compartilhamento com eles, mas no final, nos deixará
muito mais orgulhosos, tranquilos e seguros (tanto nós quanto eles).
Amadeu Epifânio
PROJETO VIVA+
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
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