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quarta-feira, 22 de abril de 2015

TDAH É COMO UM QUEBRA-CABEÇA


ONDE NÃO SE CONHECE A FIGURA


Num primeiro momento, acreditei que o que fosse relatar aqui, estivesse direcionado apenas ao público infantil, então preocupei-me em abrange-lo também aos adultos com TDAH, pois neste transtorno específico (ao menos), o que importa não é a idade que se tenha com TDAH e sim, que uma mesma abordagem seja estendida à todos.

Antes de mais nada, considero relevante (Re)lembrar aos leitores que a grande maioria dos transtornos (tidos como psiquiátricos) são na verdade influências psicológicas de algum tipo de evento (grave ou não) ocorrido com seu portador, em determinada fase de sua vida que, variando de pessoa a pessoa, a idade quando ocorrido o evento, somado às circunstâncias que ocorreram + as condições de vida e convivência familiar), irão constituir o tipo de transtorno, bem como seu grau de influência sobre seu portador.

Para que uma patologia psicológica seja considerada de natureza psiquiátrica, é imperativo que haja a condição primária de desconhecimento sobre o que de fato tenha lhe ocorrido, que venha à ser de fato, a principal (se não uma das...) causas geradoras do seu transtorno específico (salvo raríssimas exceções).

 Um transtorno psiquiátrico é, na verdade, influência psicológica inconsciente, do momento ocorrido no passado, porém não sobre o adulto, mas quando ainda criança (com exceção apenas da depressão), sendo esta agora, o principal causador de todo dano psiquiátrico, bem como dos sintomas dolorosos, respectivos e decorrentes.

As características principais que envolve o TDAH são: manter o foco sobre o que se propõe à fazer (pelo tempo necessário para se concluir o objetivo); A hiperatividade (quando não se consegue manter este foco); falta de determinação e motivação para novas tentativas e novos objetivos.  Podem existir outros sintomas, porém, estão relacionados diretamente encima das limitações impostas pelo TDAH.

O TDAH (entre todos os transtornos que conhecemos), talvez seja o único que tenha uma relação mais direta com o histórico de vida do seu portador, embora sua causa se manifeste de forma confusa (feito um quebra cabeça), como se uma parte de nós estivesse tentando montá-lo sem que soubéssemos e quando demora para encontrar determinada peça, se irrita (manifestado por nossa hiperatividade voluntária); se frustra (quando não nos motivamos à fazer algo); e abandona a “brincadeira” (nos fazendo perder subitamente o foco).  

Este carinha que está tentando montar o quebra cabeça, é o nosso emocional inconsciente, que se comporta feito uma criança pequena.  Agora imagina este lado nosso infantil, no corpo de uma criança.  Por isso que nas crianças é um pouco mais complexo o tratamento, pois é difícil saber (na criança), qual das duas está presente no momento.

Já nos adultos com TDAH (que também sofrem com os sintomas recorrentes), eles se dão pela baixa tolerância em aceitar as limitações impostas pelo transtorno e seus consequentes efeitos desagradáveis (eu diria).  Uma queda de braço entre os sintomas de natureza voluntária e os efeitos determinantes causados pelo lado inconsciente, gerando uma oscilação contínua, impedindo os portadores de perseguir e manter seus objetivos.


ELEVAR A TOLERÂNCIA – SER MAIS RESILIENTE – CONHECER-SE MAIS


Estes parecem ser os fatores à serem trabalhados, sob o objetivo de separar a chave do cadeado, isto é, não ficar submisso às frustrações inconscientes, que gera fatores involuntários indesejáveis.  Cada portador de TDAH, o tem por razões distintas, ainda que possam apresentar sintomas semelhantes.  Ser TDAH gera (entre outras coisas) um pouco de ansiedade, por não entender o que se passa consigo.  Essa ansiedade, se controlada, poderá ser de grande ajuda, no processo de auto controle.  

Por isso a necessidade de se auto conhecer mais, explorar tudo que ocorre em razão da convivência com o transtorno, porque toda informação (e quanto mais precisa e segura ela for) é sempre bem-vinda e oportuna, para ajudar o psiquiatra na prescrição do remédio, para que ele não tenha de recorrer ao famoso chutômetro, tipo: “-Toma isso e vamos ver se resolve.”

Em todo transtorno, é possível a nossa ajuda interativa, pois que ela é essencial para buscarmos e alcançarmos uma vida mais plena.

“Confia no Senhor as tuas obras,/ e terão bom êxito os teus projetos”.  (Provérbios 16, 3)

Professor Amadeu Epifânio

                   





4 comentários:

  1. A realidade é um quadro abstrato modernista multi color. Nao dá para nortear a vida na realidade pela parcimonia como sugere Pfamadeu.

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  2. Por favor, me consiga um denominação mais explícita que essa parcimonia, por favor. grato.

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  3. O desenho ao pintor e o poema ao poeta.

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  4. A realidade é uma tela (já que prefere levar pro lado artístico) subjetiva, onde primeiro é rascunhada dentro de nós, com base nas "cores e pincéis" que dispomos (que é o que somos de forma geral) e depois sim, tentamos passar para a grande tela da vida, onde conciliaremos cores e imagens, num processo contínuo de equalização, entre o nosso ser e o que a vida nos impõe, nos obrigando às vezes, gastar mais tinta do que nosso rascunho planejou, tentando da melhor forma que pudermos, manter a essência do desenho que rascunhamos, ainda que precisemos fazer alguns ajustes. Nossa pintura tem olhares voltado pra vida e pra dentro de nós. Sem considerar os dois, arte perde seu valor.

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