Quando, como e porque entramos nas crises ?
As
crises do transtorno afetivo bipolar podem estar diretamente ligados ao lado
involuntário da pessoa, razão pela qual quase nunca se percebe quando um
bipolar está iniciando uma crise, muito menos ter controle enquanto este lado
obscuro se manifesta e esvazia o que tiver dentro de si, acumulado deste a
última crise.
Em
outros artigos publicados aqui mesmo neste blog, já havia falado sobre este
lado involuntário, que leva inclusive muitos jovens para as drogas e muitas
pessoas para o álcool, jogo e compulsividades diversas. Sempre existe algo neste lado involuntário
para ser expurgado numa crise (nunca acaba) porque a vida é repleta de
experiências, positivas e negativas. As
negativas quase sempre ruminamos, porque não gostamos de perder.
As
negativas quase sempre estão centradas em aborrecimentos, desespero, raiva,
negação, frustração, decepção, entre outros.
Sempre que o nosso lado consciente deprime, alimentamos o nosso lado
involuntário. Ele é como uma panela de
pressão. Se guardamos coisas como
ressentimentos, a pressão na “panela” aumenta e consequentemente aumenta a
irritabilidade quando explode, na hora de botar tudo pra fora.
Se,
pelo contrário, procuramos resolver os problemas ao invés de guardá-los; se procuramos nos reconciliar com quem
brigamos ao invés de virarmos as costas, quando a panela explodir (as crises),
sua intensidade será muito mais branda e quem sabe, reduzida. O transtorno afetivo bipolar acaba sendo um
potencializador do que estiver guardado dentro do lado involuntário (um HD que
ninguém sabe quanto tem ou à quanto tempo está lá).
Se
não conhecemos este nosso lado obscuro, melhor deixá-lo quieto, não é mesmo
? O que se deve fazer é cuidar para não
deixar abrir esta “caixa de pandora” ou deixar entrar lá o menos possível, para
ajudarmos a minimizar os efeitos das crises.
É
preciso trabalhar o equilíbrio emocional, tomar atitudes racionais, sem brigas
e irritabilidade, sempre buscando conciliar interesses, principalmente quando
os seus depende de terceiros (seja quem for).
Trabalhe sua espiritualidade, sua religiosidade, mas de maneira correta,
puxando partido para confraternização ou solidariedade, quando for o caso.
Considere
a herança genética do Transtorno bipolar, como quem herda apenas um gene que
lhe dificulta usar de racionalidade e temperança diante dos obstáculos e por
isso mesmo ele pode ser trabalhado e superado, se preciso com ajuda de
psicólogos ou terapeutas.
Até
ontem você estava lidando com um transtorno neuropsicológico, ficando sempre à
mercê do problema. Agora você tem um
foco para trabalhar e não precisa deixar de fazer suas tarefas ou seu trabalho
habitual, pois são eles que irão lhe ajudar nesta nova etapa, porque
oportunidades para exercitar equilíbrio e discernimento é que não vai faltar.
Não
pare a medicação e contribua para acertar logo na combinação remédio x dosagem,
pois o tratamento ajudará você a trabalhar seu lado consciente, para aliviar os
efeitos da crise. Se a família sofre com
as crises, então ela também pode participar desta nova etapa, com o propósito
de fazer chegar à um estágio de convivência harmoniosa.
Com
medicação certa e sem abusar de álcool ou drogas, dá pra levar uma vida
perfeitamente normal. O bipolar que já
goza desta estabilidade, com certeza já trabalha para que isso seja possível e
de forma natural. Se um consegue, outros
também podem.
Não
objetive trabalhar para esvaziar todo o lado involuntário, porque sempre haverá
conteúdo lá, tanto para o bipolar quanto para os que se consideram normais, que
volta e meia vivem se explodindo por aí e agredindo os outros, tanto físico
quanto verbalmente. Sendo assim, não se
considere tão diferente dos outros. A
diferença é que no bipolar, as crises são mais periódicas.
Uma
coisa importante. Trabalhando o lado
consciente para minimizar as crises, consequentemente e automaticamente poderá
estar trabalhando para minimizar também os efeitos da depressão que costuma vir
depois da crise, já que um é basicamente sequência do outro. Quando a crise esvazia o que tinha lá até o
presente momento, natural que fique a sensação de vazio depois; uma sensação de angústia que não se sabe de
onde vêm, mas que está lá, mexendo, interferindo e deprimindo. Ocupe a mente com alguma atividade, apenas
por algumas horas, mas que seja gratificante pro ego (não faça forçado, do
contrário não adianta). Mas faça, pra
sair logo dessa deprê.
Sei
que é difícil ou complicado deixar comentários aqui no blog, pois não sei como
facilitar isso para vocês, leitores.
Vou buscar uma configuração ou um blog diferente (mas sem perder o
conteúdo evidente) para facilitar a postarem de comentários. Enquanto isso, se desejarem, podem entrar em
contato comigo através do E-mail, que deixarei logo abaixo. Peço à Deus que os abençoe e os ajude a
alcançar o equilíbrio de convivência que tanto anseiam, para que a família
nunca fique ameaçada. Um grande abraço à
todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário