Projeto VIVA +

sábado, 8 de dezembro de 2012

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (4ª Parte)


Quando, como e porque entramos nas crises ?


As crises do transtorno afetivo bipolar podem estar diretamente ligados ao lado involuntário da pessoa, razão pela qual quase nunca se percebe quando um bipolar está iniciando uma crise, muito menos ter controle enquanto este lado obscuro se manifesta e esvazia o que tiver dentro de si, acumulado deste a última crise.


Em outros artigos publicados aqui mesmo neste blog, já havia falado sobre este lado involuntário, que leva inclusive muitos jovens para as drogas e muitas pessoas para o álcool, jogo e compulsividades diversas.  Sempre existe algo neste lado involuntário para ser expurgado numa crise (nunca acaba) porque a vida é repleta de experiências, positivas e negativas.  As negativas quase sempre ruminamos, porque não gostamos de perder.


As negativas quase sempre estão centradas em aborrecimentos, desespero, raiva, negação, frustração, decepção, entre outros.  Sempre que o nosso lado consciente deprime, alimentamos o nosso lado involuntário.   Ele é como uma panela de pressão.  Se guardamos coisas como ressentimentos, a pressão na “panela” aumenta e consequentemente aumenta a irritabilidade quando explode, na hora de botar tudo pra fora.


Se, pelo contrário, procuramos resolver os problemas ao invés de guardá-los;  se procuramos nos reconciliar com quem brigamos ao invés de virarmos as costas, quando a panela explodir (as crises), sua intensidade será muito mais branda e quem sabe, reduzida.  O transtorno afetivo bipolar acaba sendo um potencializador do que estiver guardado dentro do lado involuntário (um HD que ninguém sabe quanto tem ou à quanto tempo está lá).


Se não conhecemos este nosso lado obscuro, melhor deixá-lo quieto, não é mesmo ?  O que se deve fazer é cuidar para não deixar abrir esta “caixa de pandora” ou deixar entrar lá o menos possível, para ajudarmos a minimizar os efeitos das crises.


É preciso trabalhar o equilíbrio emocional, tomar atitudes racionais, sem brigas e irritabilidade, sempre buscando conciliar interesses, principalmente quando os seus depende de terceiros (seja quem for).  Trabalhe sua espiritualidade, sua religiosidade, mas de maneira correta, puxando partido para confraternização ou solidariedade, quando for o caso.


Considere a herança genética do Transtorno bipolar, como quem herda apenas um gene que lhe dificulta usar de racionalidade e temperança diante dos obstáculos e por isso mesmo ele pode ser trabalhado e superado, se preciso com ajuda de psicólogos ou terapeutas.   


Até ontem você estava lidando com um transtorno neuropsicológico, ficando sempre à mercê do problema.  Agora você tem um foco para trabalhar e não precisa deixar de fazer suas tarefas ou seu trabalho habitual, pois são eles que irão lhe ajudar nesta nova etapa, porque oportunidades para exercitar equilíbrio e discernimento é que não vai faltar.


Não pare a medicação e contribua para acertar logo na combinação remédio x dosagem, pois o tratamento ajudará você a trabalhar seu lado consciente, para aliviar os efeitos da crise.  Se a família sofre com as crises, então ela também pode participar desta nova etapa, com o propósito de fazer chegar à um estágio de convivência harmoniosa.


Com medicação certa e sem abusar de álcool ou drogas, dá pra levar uma vida perfeitamente normal.  O bipolar que já goza desta estabilidade, com certeza já trabalha para que isso seja possível e de forma natural.  Se um consegue, outros também podem.


Não objetive trabalhar para esvaziar todo o lado involuntário, porque sempre haverá conteúdo lá, tanto para o bipolar quanto para os que se consideram normais, que volta e meia vivem se explodindo por aí e agredindo os outros, tanto físico quanto verbalmente.  Sendo assim, não se considere tão diferente dos outros.  A diferença é que no bipolar, as crises são mais periódicas.


Uma coisa importante.  Trabalhando o lado consciente para minimizar as crises, consequentemente e automaticamente poderá estar trabalhando para minimizar também os efeitos da depressão que costuma vir depois da crise, já que um é basicamente sequência do outro.    Quando a crise esvazia o que tinha lá até o presente momento, natural que fique a sensação de vazio depois;  uma sensação de angústia que não se sabe de onde vêm, mas que está lá, mexendo, interferindo e deprimindo.  Ocupe a mente com alguma atividade, apenas por algumas horas, mas que seja gratificante pro ego (não faça forçado, do contrário não adianta).   Mas faça, pra sair logo dessa deprê. 


Sei que é difícil ou complicado deixar comentários aqui no blog, pois não sei como facilitar isso para vocês, leitores.   Vou buscar uma configuração ou um blog diferente (mas sem perder o conteúdo evidente) para facilitar a postarem de comentários.  Enquanto isso, se desejarem, podem entrar em contato comigo através do E-mail, que deixarei logo abaixo.  Peço à Deus que os abençoe e os ajude a alcançar o equilíbrio de convivência que tanto anseiam, para que a família nunca fique ameaçada.  Um grande abraço à todos.


                                                   
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista Auto Didata.



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