Projeto VIVA +

terça-feira, 27 de setembro de 2016

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR


ENTENDENDO O QUE ACONTECE.




A maioria dos transtornos (se não todos) seguem uma mesma condição e um mesmo princípio.
A condição para que um problema emocional ocorrido à muitos anos se converta em transtorno psiquiátrico, é que não se tenha a real noção do que lhe tenha ocorrido.  Esta condição se aplica à todos os tipos de transtorno, incluindo a depressão.  O princípio é o que se aplica à fase depressiva (comórbida), ou seja, vem associada e ao mesmo tempo conseqüente do transtorno ímpar.   Sendo conseqüente, num primeiro momento (e apenas hipoteticamente falando), seria desnecessário tratá-la, uma vês que o transtorno ímpar estaria ainda presente e agindo.  O que poderíamos supor que, deveríamos antes tratar o transtorno, para que, conseqüentemente, a depressão fosse automaticamente tratada ou mesmo resolvida.
O princípio refere-se ao fato de que os problemas emocionais (responsáveis por gerar alguma forma de transtorno), em tese são os mesmos para qualquer transtorno, variando apenas a forma de como se dá, o ambiente, a severidade e a idade específica da criança, quando da época deste evento.  Como vêem, existem condições para se constituir (ou não) um transtorno e, esses eventos, não necessariamente, precisam ser de natureza grave.  Quando menciono a expressão "severidade", quero focar no histórico, de como ele se desenvolveu.  Podemos presumir que, para um bebê, não é preciso muito para deixá-lo desconfortável, porém, se um pequeno desconforto se estende, levando certo tempo, o desconforto passa à gerar outros sintomas, como medo, ansiedade, irritação, angústia e até pânico (sempre lembrando que estamos nos referindo à uma criança muito pequena, de primeiros meses).
Quando esse tipo de situação ocorre, nosso inconsciente costuma gravar essas emoções, para nos fazer lembrar oportunamente (acreditando que irão nos irão incomodar futuramente). O inconsciente espera então, ver o corpo crescer para atingir idade ou maturidade suficiente para fazer lembrar e tomar ciência.  Só há um problema e está na forma de como essa comunicação é passada.  Infelizmente não é feita de forma clara, pois se assim fosse não existiriam transtornos psiquiátricos no mundo.  O que na verdade nosso inconsciente faz é nos fazer sentir as mesmas sensações pela qual passamos (já descritos acima), como se nos desse uma "pista" de que há algo "pendente" dentro de nós, à espera de esclarecimento e solução.  É sobre este princípio que está assentado o sofrimento, de todos os que possui algum tipo de transtorno.
Qual seria então a forma eficaz de se resolver este problema ?  Seria com Psicanalista, através de análise, para levar-nos ao passado, ao momento em que se deu o evento gerador do transtorno, tomar ciência e pôr fim à influência perturbadora.  Medicação é necessária, pois além de promover nosso bem estar, propicia melhor resposta terapêutica.  Não é um caminho fácil e rápido, pois o inconsciente irá criar resistências (já previstas por Freud), para proteger o medo que há dentro de si.  Essa resistência se manifesta de outras formas, mesmo quando não se está em análise. 
Quando o Bipolar está na fase eufórica ou mania, é comum haver alteração de humor, como explosão de raiva por exemplo ou descontrole emocional, que são produzidos pelo inconsciente (revivendo as emoções sentidas durante o evento gerador).  Durante a crise, o bipolar poderá manifestar apatia exacerbada em relação à alguma pessoa ou situações que considera contrário ao que deveria ser ou acontecer.
Com relação à pessoas, próximas, conhecidos, amigos ou parentes, há de levar em conta que palavras duras proferidas contra eles, não se deve relevar como sendo dirigidas à elas diretamente e sim, à outras pessoas que, na época, o teriam deixado em situação de desconforto ou constrangimento, suficiente para deixá-lo bastante irritado(a).  Temperamento e humor são os primeiros à ser invadido por transtornos.
As classificações de transtornos (incluindo a Bipolaridade), se dão em razão das circunstâncias em que se transcorreram os eventos respectivos, para cada tipo e não apenas o evento em si, uma vez que todos passamos pelos mesmas situações e (antes que pensem desta forma) não se trata de "sorteio".  Também costumo dizer que não existem culpados, existem circunstâncias que levaram à desenvolver um transtorno.
Vale lembrar que numa análise (ou terapia), não se objetiva apenas um único propósito, mas que no transcorrer das seções, é imperativo que surjam progressos, que vão minando a baixa estima e pensamentos negativos, aliviando a pessoa dos "fardos" decorrentes de cada transtorno.  Não dá pra passar longos períodos de terapia ou análise, sem que haja progressos. Para se chegar ao fim de um caminho, é preciso abrir trilhas, ou nos perdemos e não chegamos à lugar algum. 
Neste mesmo Blog, onde se lê: "visualizar meu perfil completo", há uma outra página com diversas mensagens, com temas bastante variados, onde certamente se identificará com alguns.  Fiquem livres para fazer qualquer comentário ou perguntas, nos artigos postados no Blog.  Darei retorno tão logo os identifique.
Como já havia dito, sofremos por não saber como e nem porquê as adversidades surgem em nossas vidas, quase sempre de surpresa (não apenas transtornos).  O que nos resta à fazer é conhecermos ao máximo o universo da dificuldade, para que com o tempo, seu potencial de perplexidade perca força e nós, ganhemos mais segurança e tranqüilidade.  Com transtorno não é diferente, basta que o conhecemos bem, sob vários ângulos e faces, para que sua "força" se enfraqueça à cada dia, à medida que vamos descobrindo como lidar com ele, monitorando de perto, medicação e efeito, sintomas e crises, sensações, alívios e períodos.  Todo transtorno deixa brechas que, tomados pela tristeza, não conseguimos identificar.  Conhecendo, melhora.
Espero tê-los tranquilizado quanto à saberem o que, como e porque, o transtorno surgiu e algumas dicas de como lidar.  Transtorno são reflexos psicológicos de eventos passados. São psiquiátricos em razão da especialidade médica e farmacológica, para controlar o avanço dos sintomas desagradáveis.  Fazer análise faz minimizar os efeitos dessa trilha de espinhos, até que a vida de vocês se transforme num belo jardim. 
Nesse mesmo blog, à direita, existe um atalho que diz: "visualizar meu perfil completo".  Clique e entrarão numa outra página, com diversas mensagens, sobre diversos temas e, tenho certeza de que se identificarão com alguns.  Deus vos abençoe à todos. 

Professor Amadeu Epifânio
             
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

CRACK (E OUTRAS DROGAS).



NÃO HÁ CHANCE DE LARGAR O VÍCIO !!!" (depoimento de usuário).



Há chance sim, pois o que vicia (mais que a droga, qualquer uma) são os fatores que o levaram até ela, que não é curiosidade. Os Pais serão sempre responsáveis, direta ou indiretamente, pelos filhos terem ido parar nas drogas. No momento que numa terapia se descobre esses fatores, a influência vai se reduzindo drasticamente.


Quem escolhe consumir não é o estado consciente, mas o inconsciente, para conter uma dor (e sofrimento) que o usuário não conseguiu suportar. É na pressa de desejarmos as respostas (que consideramos como sendo impossíveis), que mudamos a procedência de nossas respostas emocionais, culminando sempre para aquelas decisões que jurávamos que nunca tomaríamos.

RESUMINDO:
QUER AFASTAR-SE DO RISCO DE VIR À SER UM USUÁRIO DE DROGAS OU VIR À TORNAR-SE ALCOÓLICO ?

QUER VER TRAFICANTE VENDENDO BILHETE DE LOTERIA NA PRAÇA, POR FALTA DE COMPRADORES DE DROGAS ?


SEJA MAIS TOLERANTE !

SEJA MAIS RESILIENTE !

FAÇA DA SUA DOR UM DEGRAU DE AMADURECIMENTO.

NINGUÉM TE PROMETEU VIDA FÁCIL.

NINGUÉM É PERFEITO.

SOFRER É PRECISO.

NENHUMA ESCULTURA GANHA FORMA SE NÃO "SOFRE" ANTES.  

SOMOS PEDRA BRUTA, PRECISANDO SER TALHADO NA VIDA,         
PARA ATINGIRMOS A PERFEIÇÃO QUE PRECISAMOS...                       
(E NÃO À QUE QUEREMOS, NEM À QUE OS OUTROS QUEREM).

SE JÁ É USUÁRIO, FIXA A IDÉIA QUE AS MARTELADAS AGORA ESTÃO SENDO MAIS DURA, PORQUE SÃO NECESSÁRIAS, MAS QUE FARÁ DE VOCÊ UMA PESSOA MAIS FORTE E AMADURECIDO(A).

ACEITA, ENTENDA SEU MOMENTO.  FIQUE DE PÉ.
QUANDO ESTIVER PRONTO, SEU ORGULHO SERÁ GRANDE !!!

Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista/Pesquisador


PERSONALIDADE REATIVA COMPORTAMENTAL
Influência Pregressa em Respostas Emocionais



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

POSTAGENS ANTIGAS


    Prezados Leitores,


   Estava observado postagens antigas, datadas do ano de 2013 e 2014 e reparei que alguns deles estão com a leitura prejudicada, em razão do layout antigo do Blog.  Alguns desses artigos com texto de cor branca eu consegui mudar o cor, para tornar a leitura visível, contudo, há outros textos que não consegui (não sei exatamente por que razão).  À estes que continuam com a leitura prejudicada, solicito que selecione o texto (como se fosse copiá-lo), pois que desta forma, a leitura pode ser feita sem maiores problemas.  

   Conto com a compreensão de todos.

   Respeitosamente

   Prof.Amadeu Epifânio.




domingo, 11 de setembro de 2016

ESTÁ COM EXCESSO DE BAGAGEM ?



Pessoal, estava vendo este cargueiro quase afundando no mar, de tão pesado e logo pensei como nossa vida é tão parecida. A viagem é nossa vida, a carga é o que carregamos conosco, entre responsabilidades, problemas, doenças, transtornos, depressão, indiferença, preconceito e julgamentos indevidos de pessoas que nada sabem sobre nossa vida ou de nossos problemas.

O mar é o que ainda resta para ser explorado, aprendido, vivenciado, contemplado e mesmo com toda carga sobre nossos ombros, a viagem deve continuar, porque nela encontraremos a forma ou o jeito de lidarmos com tudo isso.

Somos comandantes da nossa embarcação e nela somos nós que mandamos e ninguém mais, ninguém decide sobre o que é melhor pra mim se não o meu Deus. Se Êle achou que eu poderia conduzir "minha carga" até o final da viagem, até o seu destino é porque tem certeza de que sou capaz e isso já me basta.

Se eu olhar para trás vou perceber o quanto já percorri, mesmo reclamando, mas e daí ? A vida não é fácil, ninguém é perfeito e isso me torna tão normal quanto os outros, mesmo (repito) com todo meu fardo.

Não importa o quanto dure minha viagem, não importa o quanto de mar agitado ainda pegue, sei que meu barco não vai virar, não vou deixá-lo afundar, porque Deus está comigo.
Minha confiança em Deus é a certeza de uma viagem segura. Creia nisso.

E boa viagem.

Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista


terça-feira, 6 de setembro de 2016

IDEAÇÃO SUICIDA !


PORQUE SUICIDAS TIRAM A PRÓPRIA VIDA ?


Eles não tiram a própria vida (não nesta concepção). A decisão vem do inconsciente, como resposta aritmética de uma séria de fatores, determinantes e prevalentes. Suicídio (e forma), é escolhido por um lado infantil do inconsciente (O Id), que não mede conseqüências nem pressente perigo, além de agir livre quando está só (que é quando o corpo também está só (nos dois sentidos da palavra). Quem está prestes à cometer suicídio está num estágio que já não aceita qualquer coisa de qualquer um, torna-se exigente no ouvir, como se precisássemos descobrir a "senha" para entrar no momento deles.

O Suicida só terá uma chance se tiver alguém próximo e não disser um monte de asneira achando que está tentando salvar o mundo (quando não é capaz de salvar um único ser humano naquele momento). O primeiro critério nessa hora é o respeito. O segundo é saber que assim como qualquer pessoa emocionalmente fragilizada, quer ser ouvida (mesmo não querendo ouvir) mas, se a pessoa que estiver próxima souber dizer coisas (que tenha ligação com os fatos alegados) que à faça desistir ou pelo menos ganhar tempo pra que outra pessoa possa resgatá-la (ainda que à força), pode tanto ter evitado a consumação ou talvez, apenas adiado.

Basicamente são dois tipos de razões que levam à ideação, uma é abstinência de efeito de remédios controlados (por ter esquecido ou desejado parar). Outra razão está na falta crítica de tolerância, para suportar situações severas. Isto porque são situações que nos cobra resposta ou solução imediata, que quase nunca temos nessa hora.

Então, na pressa conseqüente de obter uma resposta, transferimos à mente a obrigação de nos dar uma resposta "pra ontem", com o diferencial que, quem nos dará (na pressa) é o mesmo Id, que sem medir conseqüência nem pressentir perigo, pega o que estiver ao alcance (e não o que já tivermos absorvido de conhecimento, valores e experiências).

Não é a resposta "suicídio" que é escolhida, mas quem dá a resposta, sendo mais ou menos tolerante e resiliente, frente aos desafios e adversidades, grandes ou pequenos.

A questão é que a ideação pode ser evitada e sua conseqüência até revertida.

Não são os fatores que desencadeiam a ideação suicida que tem que ser tratado ou reprimido, mas a própria pessoa, seus valores, ideais, conceitos, tolerância e resiliência.   É um problema que começa em nós, quando determinamos que não há nada que possa reverter o que está sentindo (em razão de um outro conceito ou problema, que o está levando à pensar assim).

Está mais no que na hora da classe psiquiátrica e também psicólogos e psicanalistas, respeitarem antes o próprio juramento, para que conseqüentemente seus pacientes sejam criteriosamente melhor atendidos, com diagnósticos precisos e prescrições que se adéqüem à realidade de cada paciente com seu transtorno específico.

Quando essas "fichas" caírem, será mais fácil reduzir as estatísticas de suicídios.

Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista/Pesquisador

             

                  Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.


DEPRESSÃO III

O QUE NOS FAZ SOFRER ?



Um dos conselhos que um depressivo mais ouve é que ele goste mais de si mesmo.

Não se amar, não gostar de si (ao menos como está) é tornar-se já invisível diante dos outros), de forma que, aquele sentimento de querer sumir vez ou outra (ou pra sempre), na verdade o depressivo já está fazendo isso, porque as pessoas já não o vêem mais, como era antes (por isso fazem tantas cobranças). 

Tornar-se invisível é duas vezes prejudicial para o depressivo, por que ? Primeiro porque a depressão é em si já é uma doença invisível (por não podermos ver, tatear ou sair num exame de Raios x).   Em segundo lugar, por gostar-se menos de você mesmo(a), o que já o torna invisível.

Não podemos tratar o que não podemos ver e mesmo a sensação angustiante de ter alguma coisa, mas não saber definir ao certo o que é, não ajuda em nada, médicos nem terapeutas.   Se quisermos nos curar da depressão (e acredito sinceramente que ninguém queira estar depressivo), é preciso torná-lo visível, palpável, tátil, para que possamos então, mensurá-lo e à partir daí, ser mais fácil estabelecer o tipo de tratamento que será feito.  Um diário escrito e detalhado pelo depressivo, por um tempo que seja proporcional aos sintomas do transtorno que possui, já será de grande ajuda.

Uma outra questão é que a cura não vem de bandeja trazida por um garçom, precisamos ir buscá-la, tomar parte do processo de tratamento e juntos, paciente e médico (e terapeuta), resgatar a auto estima, através dos pontos que foram trazidos à tona, que tanto bloqueavam a vontade de viver e fazer as coisas. É como se tivéssemos tirado de dentro de nós, as pilhas que nos faz "funcionar" e que sem elas, ficamos literalmente sem força nem vontade pra nada.

Das duas uma, ou trocamos as pilhas (com novos conceitos) ou colocamos as mesmas, tiradas por achar que já não funciona (porque acreditamos e alimentamos falsas verdades, criadas em torno de expectativas que alimentamos ardentemente, mas que nunca se consumaram. Quando à criamos, estávamos felizes e confiantes (e nosso inconsciente percebeu e gravou isso).  Mesmo não acontecendo e mesmo querendo desistir do desejo, o inconsciente ainda acredita que é possível e vai ser persistente em acreditar, que você só será feliz se conseguir o que tanto um dia desejou.

Pronto, criou-se a raiz da depressão (mas não já instalada). É nos altos e baixos da vida que, dependendo da prevalência dos sentimentos decorrentes, que a depressão se consolidará...ou não.  Quero dizer que é possível que você ainda não esteja com ela já instalada por completo e o que está sentindo (sem crítica) é fruto de uma cultura que cultua a doença para justificar-se de um estado de tristeza profunda. Prova disso está em medicações que não funcionam, não dão certo e, ao invés de promover melhora, acaba só piorando o que já estava ruim.  Isso é muito comum.

Alimente desde já a idéia que não esteja (patologicamente) depressivo(a), que pode ser apenas um dos "baixos" (dos altos) das oscilações normais da vida. Não estou dizendo que está mentindo, acredito quando diz que está sofrendo, porém, essa "doença" é uma porta que ainda não se fechou (se concretizou) e portanto pode estar sofrendo, mais pela idéia do que pelo nome depressão.

Pela depressão sofremos de duas maneira, em silêncio ou embasado em justificativa que, ainda que tátil, não representa a causa real da depressão (escondida no inconsciente). Descobri-la está a cargo do terapeuta. Achar uma resposta em poucas seções é praticamente impossível mas, que não precise levar uma vida inteira, ou seja, anos de terapia sem resultado.  Terapia é feito reforma que fazemos em casa, não dá pra ficar meses sem progresso. 

Quando conseguir descobrir (pela terapia) o que lhe fazia sofrer, ficará surpreso(a).


Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista / Pesquisador

              

                  Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.

sábado, 3 de setembro de 2016

FAZENDO ARTE !!!

VOCÊ DESAFIA SEU FILHO(a) ?


Este é um artigo curioso e também um alerta, sobre como estamos lidando com crianças muito pequenas (aproximadamente os primeiros 3 anos de idade).   Se pararmos pra reparar, estamos enchendo o quarto deles com excesso de brinquedos ou deixamos uma TV ligada o dia todo, com o objetivo maior de mantê-los entretidos.  A forma como tentamos entreter crianças nessa idade, não fará diferença para os pais, pois os resultados (se feitos da forma correta) trarão os mesmos resultados e benefícios esperados, ou seja, crianças seguras e comportadas.

O ser humano, desde muito cedo e, por mecanismo de defesa inconsciente, adquiriu característica de auto-desafio (e sem limites, diga-se de passagem), para manter a cabeça ocupada e não pensar na carência afetiva dos seus genitores, rompendo desde cedo o processo de simbiose, que é o desejo do bebê em manter-se coladinho na mamãe o tempo todo (e não apenas na hora de mamar). 

Partindo desse princípio, a característica de auto-desafio é logo imposta, fazendo com que o bebê sinta-se logo saciado e por duas razões, ou pela falta do que se entreter ou por "excesso" de oferta, não conseguindo estimular-se para desafiar-se. Adulto só começa à querer poupar dinheiro quando este começa a faltar.  Da mesma forma as crianças só começarão à criar (desafiar-se) diante de poucas opções e não tão acessíveis.


A prateleira (na foto), com altura regulável, vai subindo à medida que a criança cresce e lá devem ser postos poucos brinquedos, para que a criança tenha de buscar (ao invés de já estar acessível).  A altura da prateleira deve corresponder ao tamanho da criança quando de pé.   Quando não quiser mais esses brinquedos (e sem a criança ver) a mãe pegará esses brinquedos, guardará num armário inacessível, em troca de outros, preservando um ou dois, para que não passe na criança, a sensação de tê-los perdidos e vir à sentir falta deles.

Sozinha, a própria criança deseja ser auto-desafiadora (ainda que inconsciente) e não somente os pais, como as escolas, precisam corresponder à este desafio, para que, por falta deles, a criança  não venham buscar desafios em aventuras arriscadas.  Não podemos nos esquecer de outras características peculiares aos "anjinhos" rsr, tipo: "Não mede conseqüência, não pressente perigo e (na hora da arte, está sempre sozinho).

Correspondendo à esse desafio, os benefícios não ficam somente por aí, mas se estendem, fazendo com que eles aprendam o significado entre fazer escolhas acertadas e erradas e saibam, de antemão, onde as decisões erradas podem levá-los.   Com isso damos aos filhos (indiretamente apenas) o limite que o inconsciente deles não os atribui, mantendo neles o espírito desafiador porém, de uma forma bem mais segura e repleta de benefícios.  Escolhas não estão entre errar e acertar, mas entre errar ou não, para que ao decidir pelo "não, só lhe reste fazer o que é certo, como última escolha.

A escola também pode fazer o mesmo, através de um sistema de advertência progressiva culminando para o castigo, para que, desta forma, os "hiperativos" (em qualquer grau) tenham antes, a chance de escolher ser ou não punido, para que, não querendo, resta-lhe somente, a opção de voltar o foco para o estudo.  

Muitos problemas de desavenças entre jovens, adolescentes e até entre crianças, dá-se em razão da falta de limites sim, PORÉM NÃO AO CONSCIENTE, mas ao inconsciente.  Tentar implantar limites ao lado consciente da criança, pode até mudar o comportamento mas, dependendo dos acontecimentos que se seguem, o conceito negativo criado em torno de quem lhe deu o castigo, pode tanto melhorar quanto piorar e muito.  Conceitos são criados em torno de um processo aritmético, ou seja, é preciso haver a prevalência de postura (positiva ou negativa) dos pais, para se instituir o conceito e, acredite, mudar pra melhor é muito difícil. Agora,  mudar um conceito pra pior, é a coisa mais fácil que existe, porque é alimentado pela sociedade.

Sendo assim, comece a observar o comportamento da criança, especialmente os bebês quando já começam à engatinhar;  institua um perímetro de segurança para eles, onde não possam correr nenhum tipo de risco, especialmente quando não estão sendo observados (pois que para alguns é como distrair a atenção do volante rsr).   Faça o rodízio de brinquedos conforme colocado neste texto mais acima.  Evite deixar televisão ligada o tempo todo, como eles não conhece personagens de desenho animados, o que eles acabam absorvendo mais, são as imagens e daí, podem surgir "idéias" de desafios para eles.  Procure comprar brinquedos que estimule a criatividade, pois que, para eles, funcionarão como desafios, deixando muito mais atrativos, pois que assim, saberão que fazer com eles. 

Cuidar e educar filhos não é complicado, é um desafio gostoso, onde se aprende...ensinando.

Professor Amadeu Epifânio
Psicanalista / Pesquisador

             

Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.