Uma
Luz no Fim do Túnel.
É sempre um calvário interminável o
eterno tratamento da recuperação de um dependente químico, vivendo sempre no
limite entre a ansiedade e a recaída. Passa ano, entra ano e mais parece que o
tempo não passa e que tudo ainda parece estar presente, como ontem, além da
eterna vigilância angustiante, vigiando passos e pensamentos.
Pode-se dizer que o dependente vive os
dois lados da história das vacas magras, ou seja, o lado da fartura, ao
nutrir-se do prazer oferecido pelas drogas e o lado penoso da fome, ao
abster-se de forma dolorosa, do seu sustento químico e psicológico, num
calvário sem data certa para terminar.
Não é a angústia da abstinência que
dificulta a volta à sua vida normal e sim um novo ciclo, pós-dependência, de
característica involuntária e intermitente.
Lembranças do passado, quando criança, fê-lo adquirir feridas emocionais,
transportando-as pelo tempo e em silêncio, até chegar à adolescência e eclodir.
Lembranças e conflitos que supostamente
o levaram para as drogas, agora, remanescente do vício, voltam à cobrar solução
de forma inconsciente, persistente e involuntária; enquanto ele, sem entender direito
o que se passa, faz aumentar sua dor, angústia e ansiedade, obrigando sua mente
à lhe oferecer algo para conter seu desconforto. Como a droga, durante anos, foi opção única
de “remédio” e “consolo”, vai demorar um pouco até que a mente aceite novas
opções, às quais não se deve nunca, abster-se de ter.
Como as lembranças tem caráter
inconsciente, voluntariamente torna-se difícil, quase impossível lutar contra elas
e ainda ter que aguentar a mente como um puxa saco da droga, à oferece-la o
tempo todo. Solução parece estar na
PSICANÁLISE, para reduzir consideravelmente, a pressão constante e ininterrupta
que exercia sobre o dependente.
Veja, Psicanálise não trata dependente
químico em recuperação, ela apenas vai fazer o seu trabalho como numa pessoal
normal, de eliminar as fantasias que tanto incomoda e interfere em tudo que
fazemos e falamos. Por outro lado temos
a droga (remédio usado para atenuar essas fantasias) que foi sempre oferecida
pela mente como opção única de prazer, também durante a recuperação.
Enquanto o dependente carregar consigo,
fantasias e conflitos que o levou às drogas, esta manterá o seu emprego. Depois da psicanálise, quando não houver mais,
traumas emocionais significativos (que obrigue a mente a continuar oferecendo a
droga), gradativamente essa pressão de oferta tenderá à diminuir
progressivamente.
Resolvido os problemas emocionais que
“alugava” o dependente para exercer outras atividades, ele terá agora mais
oportunidade e tranquilidade para fazê-lo.
Busque novos focos e persiga-os, não de forma forçada, mas com prazer e
satisfação. Os familiares também devem
parar de encará-lo(a) como pessoa problema e sim como alguém que tem um
problema contraído ou precisarão também, passar por psicanálise.
Fica aqui a sugestão para os nossos
governantes (bem como de cada país), a iniciativa de implantar tratamentos de
psicanálise para ajudar pós-dependentes químicos.
Amadeu Epifânio
PROJETO VIVA+
Corrigindo Passos para um Caminho + Seguro.
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