"CORRIGINDO PASSOS PARA UM CAMINHO + SEGURO". (Prof.Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo)
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
EDUCAÇÃO QUE FALHA...
...OS FILHOS NAUFRAGA.
Onde
foi que eu errei ?!
Esta
parece ser a pergunta que não cala, quando nos deparamos com algo que põe em
cheque (mate) tudo que acreditamos ter feito pelos nossos filhos, no que
concerne à educação de forma geral. Fazemos
sempre o que acreditamos ser o certo e acabamos por transferir este mesmo
raciocínio aos filhos, até que chega o triste dia da revelação, onde tudo
fizemos e acreditamos, estavam errados.
Pra
tentar responder à pergunta acima, devemos voltar no tempo, rever todos os
passos, desde a gestação, primeira infância, primeiros anos. O que fizemos pelos filhos, desde o começo,
quanto tínhamos a chance de ensiná-los ?
De que forma construirmos neles o seu discernimento ? Chegamos pelo menos à prestar atenção direito
neles, se eles não estavam em momento de dor ou sofrimento, por razões que nós
o subjugamos como pequenos, negligenciando seus sentimentos ? E achamos que tudo isso passa batido, que um
dia eles esquecem. Tal como em nós, não
é mesmo ?
Negligenciar
os filhos pode contribuir para a manutenção de um transtorno que ele ou ela
tenha adquirido, em razão de alguns fatores também negligenciados e que
passaram batidos, porém, para o inconsciente da criança, não, que grava e
guarda consigo o evento e que passará à cutucar o lado consciente a vida toda,
pelo resto da vida, enquanto não for descoberto o que lhe ocorreu e porque,
causando com isso uma série de transtornos na vida daquela criança, depois de
adulta. Mas o inconsciente dá sinais,
tenta avisar (ainda na infância) de que algo está errado, mas que não é levado
em consideração e, mais uma vês é subjugado e negligenciado.
Outro
fator importante é quando quebramos a confiança dos filhos em nós e, ao
contrário do que imaginamos, é muito difícil resgatar novamente essa confiança,
desde que assim o desejamos e, desde que nos conscientizamos de que fizemos
isso, do contrário estaremos alimentando nos filhos o sentimento frustrante de
decepção, que eles tiveram e alimentam por nós, iniciando um processo de apatia
silenciosa, que poderá culminar tanto em uma criança rebelde (quando não agressiva)
ou depressiva (por amar demais os que tanto à decepcionaram).
Para
muitos a regra que impera é o da disciplina rígida, da bronca, do castigo, da
imposição da vontade, da arbitrariedade, para mantê-los "na linha",
na marra. Ao oposto disso, a liberdade
exacerbada, sem regras, pelo contrário, quanto mais solto melhor, tendo tudo
que deseja. Existe ensinamento em
qualquer uma dessas formas ? Que
proveito uma criança pode tirar disso, sendo presa ou solta demais ? Fala-se também na imposição de limites (só
faltando minar certas partes da casa) pra elas fiquem apenas onde os pais
querem.
Crianças
se comportam feito Hulk's, porque os generais (seus próprios pais) assim às constrói,
considerando que desta forma estão mantendo o controle sobre elas e sobre as
vontades delas, quando o que estão fazendo na verdade é ferir o inconsciente,
que mais tarde será mais um algóz na vida delas, deixado por herança por outro
e pior, um algoz invisível, onde não se sabe de onde vem, de onde comanda e também
se estraga e se acaba com a vida de alguém, aos poucos.
E
quando a dor se torna insuportável, quem faz as escolhas dos prováveis
"remédios" é também o inconsciente, que fará uso do que tiver à mão,
para tentar reverter ou conter a dor.
Nesta lista estão recursos nada saudáveis, como as drogas, as
automutilações e até suicídios.
Mas
nossa mente não faz essas seleções de "remédios" de maneira tão
aleatória, ela antes procura dentro de nós, o que pode ser utilizado em nosso
favor, como discernimento, afetos, amor (vindo de pais, namorados ou
familiares), projetos importantes que estejam em andamento, valores e
concepções defendidos até o momento, etc.
Se a mente puder fazer uso destes "recursos" em benefício
próprio, muito provável que consiga atenuar sua dor (pra que não tenha de fazer
uso de recursos tão nocivos) ou ainda, muito provável que nem tivesse razões
para sofrer tanto.
O
texto abaixo (Cracolândias), retrata o reduto dos que não conseguiram suportar
suas dores emocionais e que ficaram à mercê das escolhas de seus inconscientes,
para encontrar "algo" que fosse ao mesmo tempo, de efeito rápido e
eficáz, simplesmente porque a mente deles não encontrou dentro de si, tudo
aquilo citado acima, que poderia ter evitado tanto sofrimento. Sofremos por nossa falta de conhecimento (principalmente
sobre nós mesmos), ao não relevar nossos próprios limites diante das
adversidades, nos pegando quase sempre de surpresa.
Reconheça
suas limitações e conheça suas capacidades.
Construa nos filhos um forte discernimento, ensine-os à lidar com o que
não aceitam, com o que acham injustos, trabalhem com a verdade, dê exemplos
concretos, mostre-lhes a face verdadeira da situação e não fique sempre,
tentando esconder ou do contrário eles entrarão na regra "você finge que
me engana e eu finjo que acredito", até que um dia a tolerância vai pro
espaço e com ele o futuro dos filhos.
Seus filhos são tripulantes da sua embarcação, se não quer que afunde, capitão
e comandante tem que saber se entender e comandar, ou vai tudo pro ralo. Ponham uma regra na cabeça e na vida de
vocês:
"Tripulação unida é a certeza
de uma viagem segura".
Professor Amadeu Epifânio - Psicanalista Cognitivo - Projeto VIVA+
sábado, 19 de setembro de 2015
CRACOLÂNDIAS
DEPÓSITOS DE FILHOS DESCARTADOS.
P.S.: VEJAM TAMBÉM O COMENTÁRIO POSTADO. GRATO.
Engana-se quem diz que a cracolândia é
terra de ninguém.
Elas são de todos, dos que já freqüentam
e dos que ainda virão, de vários pontos da cidade, de várias classes sociais e
de várias faixa etária. As cracolândias
são as latas de lixo das famílias, onde os filhos que elas rejeitaram estão
todos aqui ou vindo pra cá. Todos os
dias centenas de filhos descartados chegam à esses depósitos humanos, um vale
de leprosos onde muitos nem chegam perto e onde a polícia, quando vem, já vem
baixando o cacete, tratando-os como resíduos (não mais recicláveis).
A concepção de importância num
casamento, numa família, mudou. Mudou e
de forma radical, pois que os filhos não são mais a parte mais importante e que
sobre eles deveriam cair toda preocupação, zelo, afeto, orientação e preparação
para o mundo lá fora. No entanto, algo
aconteceu. Os que saíram para trazer o
sustento, não voltaram da mesma forma, mudaram seus paradigmas, personificaram
seu trabalho e sua profissão (quando não a sua vida de forma mais autônoma que
o normal). E essa mudança foi tão
radical que as mulheres, esposas e mães, que até então ficavam em casa, também
foram ver o que estava acontecendo, saberem o porque das mudanças com os
maridos e... acabaram também ficando da mesma forma.
Resumindo, a corda arrebentou do lado
mais fraco. A mudança de paradigma fez
os pais acreditarem que os filhos poderiam se automatizar mais e tornarem-se
bem mais independente, se virarem melhor sozinhos, para que desta forma possa
ganhar mais tempo para alimentar suas novas concepções e paradigmas, onde neles
os filhos não entra, pelo contrário,
permanecem do lado de fora. E é tão
marcante isso que poucos sobrevivem e conseguem levar suas vidas adiante, sem
tanto depender das ligações afetivas dos pais.
Porém, uma grande maioria não, não
resistem à quebra dos laços, não entende esse abandono frio e às vezes tão
radical. Estou exagerando ? Vai visitar uma cracolândia. Ali todos são iguais, tal como na morte, não
existindo mais o que os diferenciava, tornando-os todos diferentes agora, não
apenas na aparência, mas à parte, como filhos de uma sociedade única e
desprezada, onde nem o poder público sabe o que fazer com eles. Lixos humanos,
afetos descartados, ligações desprezadas.
Abandonados.
Nos dias de hoje só há duas escolhas,
ou se dá a sorte de se dar bem, apesar de tudo ou se mistura com um mundo
perverso, onde o que impera é uma idéia destrutiva, de valores e ligações
afetivas e familiares, habitados por jovens que já perdem os seus pais, física
e afetivamente. Os que entrarem para o
clube é para não se lembrarem mais do que significa família, sendo agora cada
um por si e cada si por todos.
O grande mistério (e que ninguém ainda
entendeu) é que essas escolhas nunca foram voluntárias,
jamais conscientes.
Foram escolhas feitas pelo inconsciente,
quando o papel do consciente, nessas horas, não foi mais que marionete. Tal como se portaram os pais ao começarem à
deixar seus filhos para trás, quando adotaram novos padrões e novos paradigmas
familiares, substituindo diálogos por castigos e disciplinas severas, vendo os
filhos se distanciarem afetivamente dos seus pais e sem entender direito o
porque. Tudo porque essas mudanças não se deram de
forma gradual, pelo contrário, foi mais rápido do que poderiam compreender, ou
seja, pouco tempo hábil para se adaptar às mudanças.
Hoje, no mundo, os freqüentadores dos
lixões públicos de jovens, espalhados pelo mundo, totalizavam até alguns anos
atrás, a cifra de 240.000.000 (DUZENTOS E QUARENTA MULHÕES) de dependentes
químicos. E o mundo ainda acredita que
fazem isso por vontade própria, como se os pais (que os jogaram lá) merecessem
tamanho crédito por tão grande incoerência.
Não importa no que acreditem, pais
serão sempre responsáveis, direta ou indiretamente, por terem seus filhos na
cracolândia, não cabendo-lhes a arrogância de acharem que fizeram tudo por
eles, pra que não lhes caísse este duro e cruel destino.
Não existem vida automatizada nem
educação automática, não vivemos nós, no paraíso. À cada dia precisamos construir o chão que
iremos pisar amanhã e cada vês mais seguro do que ontem, porque os bons valores
estão se deteriorando cada vês mais rápido.
Portanto, o que precisa ficar não são palavras
(porque elas sozinhas não mais se sustentam). É preciso gestos, atitudes,
ligações afetivas mais fortes e determinantes, para que sobrevivam aos tempos
difíceis e aos padrões destorcidos, porém adotados por muitos, por serem mais
convenientes e comprometer menos a vida profissional.
Se não querem ver seus filhos caírem
nos lixões públicos das cracolândias, façam o que é preciso antes que tudo desmorone. Põem na cabeça a idéia de que pelo menos
"meu filho" não fará parte daquele cenário e que ele será feliz aqui,
comigo. Se for capaz de manter e sustentar
esse novo paradigma, seus filhos estarão salvos. O tempo é curto e fazer escolhas erradas,
esta sim, está cada vês mais fácil, porque elas são produto de um lado nosso
que nem fazíamos idéia que existia, mas que pode nos levar + rápido, à ruína.
Agora é com vocês.
Amadeu Epifânio
domingo, 13 de setembro de 2015
SE A DOR É MAIS FORTE QUE VIVER...
...É PORQUE NOS COBRA ENTENDIMENTO.
Quem sofre vive o eterno dilema do ser
ou não ser, fazer ou não, tentar, persistir, sonhar ou morrer. Tudo porque na balança entre a dor e a razão,
uma parece estar sempre no topo das preocupações ou decisões, não é assim
? Já passei por este calvário por muitos
anos, porém, à medida que meu projeto foi enriquecendo meu discernimento,
sobre vários tipos de comportamentos, sensações e sintomas, meu fardo (que
antes parecia ser tão insuportável) hoje já consigo levá-lo com menos dificuldade, do contrário
não conseguiria realizar este projeto.
Quando chegamos num ponto que
consideramos ser nosso limite, não significa dizer que nossa capacidade de
suportar também chegou ao fim. Significa
dizer sim, que chegamos no limite do entendimento sobre o que passamos e que
portanto, precisamos aprender mais sobre nossas dificuldades, adversidades e
sofrimentos. Aí você vai me perguntar ?
Mas espera aí, sofrimento precisa de entendimento ? Evidente que sim. Porque ?
Porque quando "lapidamos" o sofrimento, extrairmos dele apenas
o que é preciso sofrer, sem o peso extra da falta de compreensão sobre o mesmo. Vou explicar melhor.
Dependendo da causa que nos leva à
sofrer, podemos ainda ser acometido pelo sentimento de culpa, que se alimentado
nos leva à sensação de remorso, aumentando com isso, alguns problemas de
natureza física com nossa saúde.
Explorar a situação como um todo, poderá nos levar ao entendimento de
mera fatalidade, incidente ou uma forma de explosão emocional que nos levou à
dizer palavras que num estado normal não diríamos.
Seja como for, o entendimento pode nos
abrir portas à compreensão mútua, à remissão de culpa, ao alívio de dor, ao
conforto emocional e espiritual, quando aceitamos à Deus como um Pai amoroso e
cujo ensinamentos nos leva à Paz interior.
A resistência que manifestamos em
bloquear qualquer forma de ajuda ao que estamos passando, não é uma atitude
voluntária (por mais que pareça) e sim, inconsciente, provocado por um lado de
nós que nos cobra entendimento ou esclarecimento, ao ponto de nos provocar um
bloqueio consciente, para nos forçar e nos obrigar à parar nossa vida para
entender, refletir e curar-nos desta influência ou, sufocar essa influência com
maior controle do nosso estado consciente.
Só que para isso, devemos fazer por aprimorar e enriquecê-lo, elevando
nosso discernimento, tolerância e atitude, de correr atrás das respostas ao
invés de ficar bancando a avestruz (contemplando apenas o que há debaixo da
terra).
Entendam uma coisa, se ficamos com dor
de cabeça, significa que alguma parte do nosso corpo está com problemas e está
tentando nos avisar (o que não se resolve apenas com uma aspirina, pois que,
quando passar o seu efeito a dor voltará, se não ainda pior). Da mesma forma a dor da alma, aquela de
suposta natureza invisível e não palpável, que apenas por não conhecermos sua
origem, declaramos como sendo de impossível solução (o que já se torna uma
solução para muitos, ou seja, a sua própria aspirina). Toda vês que bater o desespero, junto com
ele vem os pensamentos decorrentes (inclusive os de ideação suicida), significando
que a "aspirina" perdeu seu efeito, fazendo ressurgir novamente os
questionamentos invisíveis.
Sofrer significa estar diante de algo
que não conhecemos, que nos cobra conhecê-lo ou continuará à nos incomodar como
um objeto estranho se pondo à nossa frente o tempo todo e em cada passo que
damos. O sofrimento aumenta à medida que
aumenta o tempo de persistência deste objeto, porque nossa mente
(involuntariamente) está se esforçando para resolver este "conflito",
porque não encontra dentro de nós, uma resposta plausível e (como um motor que
trabalha forçado), começa à esquentar, elevar sua pressão, apenas para tentar
nos ajudar à entender, o que até mesmo, nos recusamos à aceitar.
À
medida que o tempo passa, o grau de conseqüência também se elevam, nos
conduzindo à quadros emocionais e psicológicos mais graves. Isso porque nossa mente ainda continua em sua
luta para nos ajudar e nós, na luta por não querer entender nem procurar
conhecer sua origem e persistência, insistindo sempre na filosofia da
Avestruz. É certo que, quanto mais tarde
resolvermos agir, para ajudar nossa mente à nos ajudar, mais será cobrado de
nós, maiores entendimentos, também, para os nossos problemas médicos.
Pesquise e explore o que está passando
(independente de sua complexidade), exercite seu auto conhecimento e analise
sua capacidade, habilidades e limites, para definir se está apto para lidar com
o "desconhecido" ou necessita correr atrás de ajuda, seja com outras
pessoas mais esclarecidas, com literaturas, internet, etc. Veja quais recursos deverá dispor para
resolver, entender ou dar solução ao problema.
Não se esqueça de que você precisa apenas, aprender, conhecer mais; quem dará destinação ao que aprendeu, será
sua mente e é ela que seleciona tudo que você põe pra dentro e usa em seu
favor, diante de todas as decisões, adversidades, dores, sofrimentos e
escolhas.
Quando nossa mente não dispõe de
informação útil e saudável, ou ela esquenta ou se vale do que estiver ao
alcance para atender à demanda e aí, vale o que encontrar na hora, que pode ser
drogas, nosso porte físico, agressividade, arrogância, grosseria, violência,
agressões físicas e até letais (tal como tem ocorrido em nossa sociedade nestes
últimos anos, ou seja, nunca se matou tanto por tão pouco). Tudo porque nos recusamos à entender e
aceitar. Ideação suicida também é um
recuso aritmético, ao alcance de nossa passividade.
Sofrer é inerente ao ser humano, são
avisos que recebemos toda vês que nós extrapolamos, seja por excesso, omissão
ou negligência. A vida está difícil ? Alguém disse que seria fácil ? Então não cobre, aprenda, que passa. O que não falta nesta vida são chances e oportunidades,
que podem nos levar para qualquer direção, certo ou errado, nocivo ou saudável,
só vai depender se vai continuar à viver feito avestruz ou passar à ocupar-se
da dor para entender a causa e extensão do sofrimento. Discernimento já é um santo remédio.
Digam pra si mesmos:
"A FORÇA QUE PRECISO PARA SUPORTAR
MEU SOFRIMENTO,
ESTÁ NA MINHA CAPACIDADE DE ENTENDER O
MOMENTO E À MIM MESMO".
Amadeu Epifânio
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
DEPRESSÃO - NÃO QUERO TRATAR !
QUANDO O DEPRESSIVO NÃO ACEITA TRATAMENTO. O QUE FAZER ?
Esta recusa, em
geral, dá-se em razão de argumentos apresentados (para convencer um depressivo
ao tratamento) que habitualmente são de caráter subjetivos, podendo ser
facilmente questionável. Como a causa verdadeira da depressão é sempre interna,
ou seja, inconsciente, também os argumentos devem fazer por chegar à essa
esfera inconsciente. Como ?
Existe algumas
formas para lidar com a depressão, para atenuar seus efeitos e fazer com que a
pessoa retome o controle da sua vida. A primeira é a terapia convencional, para
que o profissional chegue até o ponto da causa geradora da depressão, faz-se
conhecer e assim, elimina-se de vês a influência perturbadora. Nesses casos, a causa que levou a pessoa ao
diagnostico de depressão, pode ter sido gerada com uma antecedência mínima de
pelo menos 5(cinco) anos.
Porque este
tempo ? Porque é preciso que a pessoa
passe por um processo que vai desde o emocional, passando pelo psicológico, até
que chegue ao diagnóstico. Todo esse
processo terá ainda fatores ambientais, que tanto poderão apressar quanto
adiar quanto ainda retroceder o quadro (não avançando para o quadro
depressivo). Não existe um tristeza virar depressão da noite pro dia.
Uma segunda forma
de lidar com a depressão é através da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental),
onde irá se sugerir uma nova postura, que (dependendo do progresso) poderá
"sufocar" a influência inconsciente, fazendo prevalecer, de forma
gradativa, (e condicionado ainda ao progresso do tratamento), a nova proposta,
num processo de substituição de paradigma de pensamento, passando a alimentar
um prazer mais positivo.
Um terceiro recurso
é um exercício de auto-sugestão, porque ? Depressão é resultado de uma
expectativa frustrada, que ficou presa no inconsciente desde que foi gerada. À
partir de então somente o inconsciente é que passa à desejar a expectativa,
criada em torno de algo ou de alguém ou de si mesmo(a), mas que por
"n" razões, não vingou. O inconsciente acredita que somente com "aquela"
expectativa (se alcançada), é que a pessoa será feliz, travando conseqüentemente a libido para
outros sonhos e planos. O exercício de auto sugestão consiste em tentar
convencer o inconsciente de que é feliz do jeito que está e que não carece
descobrir nem desenterrar passado algum pra isso.
Bom, como
convencemos alguém que estamos bem ? Obviamente estando bem, não concordam ? Pois então, é um exercício que deverá ser
feito em momentos mais tranqüilos, porque palavras
devem endossar estado emocional e vice-versa, do contrário, nada feito. Neste caso, melhor que seja o depressivo à
desenvolver este exercício de auto-sugestionamento, o que irá requerer um pouco
de força de vontade, para vencer-se à si próprio e dar os primeiros passos. Será como um objetivo, cuja a meta é o estar de bem consigo mesmo.
Caso o depressivo não
manifeste intenção de reação, por provável descrença na própria melhora, então
deveremos partir para uma segunda proposta, que será conduzida por familiares
ou amigos, desde que já tivesse boas
relações pessoais, antes da depressão, o que muito facilitará a comunicação
entre ambos e uma rápida aceitação de novas idéias. Aceitaria sugestão de alguém que já não gostava ? rsrs
Um depressivo não
deseja estar depressivo, ele apenas está numa prisão de cela aberta, mas que
mesmo assim não consegue sair. O que
precisamos fazer é trabalhar sua força interior, seus desejos, seus sonhos e
projetos suspensos. Dizer à ele que o
remédio para voltar à viver está justamente na retomada dos sonhos, na retomada
do prazer positivo, que irá sufocar os de natureza negativa, libertando-o da
cela da depressão. Somos o prazer que
alimentamos. Nossa conta de humor
está negativa, no vermelho e o saldo que precisamos está no que temos de maior
fartura, ou seja, nossa vontade de viver e fazer tudo que desejamos. Um
paradigma totalmente oposto ao que se está sendo alimentado hoje.
Uma outra causa,
também provável para a depressão, está nas insistentes tentativas frustradas de
preencher nossos "vazios", considerando hipoteticamente que estão
sempre nas coisas palpáveis e acessíveis.
Acessível sim porém, palpável não.
Ainda não. rsr Se nos enganamos à
respeito da crença sobre o que pode nos "preencher", é porque estamos
longe do legado que nos foi confiado, para ser usado neste mundo, como essência
(condição verdadeira e única que nos faz sentir sempre, em plenitude). A assistência à pessoas que precisam de nós,
de coisas especiais que podemos oferecer, como um par de ouvidos, um abraço
forte e acolhedor, palavras de conforto (e pra isso precisamos conhecer bem, a
dor que o outro esteja sentindo, pois é
dentro dessa "intensidade" que nossas palavras se encaixarão.
E é aí que entra a
dor e o sofrimento que sentimos agora, "ferramentas" que estão sendo
forjadas dentro de nós, para saber definir o tamanho da dor de quem nos pede
ajuda. Se não for assim, qualquer coisa
que dissermos, para confortar sofrimento alheio, serão sempre palavras vazias,
num imenso oceano de dor, ou seja, sem consistência.
Existe um exército altamente treinado para cada
oceano de dor. Aliste-se e preencha-se,
esvaziando no outro a dor que só você pode tirar.
Amadeu Epifânio
terça-feira, 1 de setembro de 2015
QUANDO O SOFRIMENTO SE TORNA...
...O NOSSO PONTO DE EBULIÇÃO.
Quantas
vezes já não chegamos ao ponto dessa chaleira ? (como se o nosso sofrimento tivesse chegado ao
limite). A grande questão (ou perigo)
está na freqüência com que isso acontece e no tempo que passamos, sentindo como
se tivesse uma faca empunhada no peito, nos faltando esperança e perspectiva,
tamanha é a nossa dor. Estágio como
esses implica em pouco recursos que nossa mente poderia estar fazendo uso em
nosso favor para nos confortar, mas que ao contrário disso, sofremos (não pela razão
em si), mas por não conseguirmos esfriar nossa chaleira. Tornar-nos passivo ao invés de tentar entender, diante
das adversidades, tem sido o calor que nos leva ao limite da dor.
Situações
como essas ocorre com qualquer pessoa e em qualquer idade, com ou sem algum tipo
de precedente patológico ou não, como transtornos psiquiátricos diversos,
profissões de natureza estressante, policiais, bombeiros, médicos, professores,
taxistas (ou qualquer motorista que passa o tempo mais no trânsito que em outro
lugar) ou pessoas comuns como nós. Mas
espera um pouco, eu mencionei sofrimento não foi ? Pois é, sofrimento é algo que pode estar
ligado à uma causa isolada ou pelo conjunto de vários fatores ou ainda pela
persistência com que um mesmo fator se repete, sem dar chance de nos defender,
precaver ou reagir.
Olha
que de sofrimento eu entendo, quase um Phd na matéria rsr. Quantos artigos já não foram postados aqui,
abordando o mesmo assunto, não é verdade ?
Contudo, não estou aqui pra fazer concorrência com os que sofrem,
evidente que não. Estou aqui desta vês
para dizer-lhes algo importante, para os detentores de tamanho fardo ou
calvário e, mais do que importante, é condição fundamental pra evitar chegarmos
com tanta freqüência neste estágio de ebulição ou, fazer com que não dure a
vida toda (como de fato é a sensação que temos diante de um sofrimento persistente,
não é ?). Chaleira fervendo é sinal de
baixa tolerância, pois uma coisa leva à outra e ambas nos levam à dor e ao
sofrimento.
Para
uma chaleira que vive fervendo, melhor que ela tivesse uma válvula de segurança
acoplada, pois se o "vapor"não sai, a pressão interna aumenta,
podendo nos causar prejuízos sérios à nossa saúde, primeiramente emocional,
depois os de natureza orgânica (como gástrica), continuando à persistir, atinge
a esfera psicológica e, se negligenciado, acabamos por procurar os consultório
psiquiátricos, como nos casos de depressão crônica.
Não vou ficar fazendo papel de apóstolo de Cristo
(não que seja depreciativo) mas, durante quase minha vida inteira, Deus tem
sido a minha válvula de segurança, desta minha chaleira que já está com o
traseiro preto de tanto queimar e ferver, mas que apesar de tudo, jamais perdi
o controle da situação, da minha vida e muito menos da minha razão. Nunca pude evitar que minha chaleira
chegasse tantas vezes à sua ebulição, porque os fatores que a mantém quente,
nunca cessaram, nunca deram trégua, jamais esfriaram.
Minha
"válvula de segurança" nunca falhou, porque à estive monitorando, num
diálogo rotineiro e freqüente com Deus, durante toda minha vida, partilhando
com ele todas minhas aflições, angústias, preocupações e também agradecimentos,
por sempre ter estado comigo e me dado assistência, muitas vezes sem eu mesmo
precisar pedir, mas que ele já sabia de antemão o que naquele momento era mais
necessário. Não importa que religião freqüenta,
não faz diferença, converse, puxe uma cadeira pra Deus, deixe que more com
você, que viva com você, em todos os momentos da sua vida. Não reze apenas, converse com Deus, permite
que ele te conheça.
Os
momentos ruins continuarão à vir, porque são provas que nos deixam mais aptos
para desafios ainda maiores, mas sua chaleira não vai explodir e você não
deixará de ser o que é, nem perderá o controle da situação. Batalha boa se vence lutando, ao lado de quem
realmente sente orgulho de você e Deus, com certeza estará sempre ao seu lado,
como esteve sempre comigo. Isso é confiança, condição que deve ser mantida
mesmo diante dos momentos mais difíceis, pois é justamente aqui que Deus age em
nós e por nós. É hora de também nós
mantermos nossa fidelidade, mostrar que não estamos desamparados de Deus, mas
que devemos estar próximos, como filhos Dêle, que somos.
Se
a chaleira tiver de ferver, que seja pra fazer café. Precisamos converter o vapor da dor que
sofremos em vapor de caldeira, que movimenta máquinas e motores, pra nos
fortalecer e continuar nos conduzindo.
Boas
batalhas se vence com lutas,
que nos enche de orgulho, não importa como ficamos, é luta, natural que saímos
um pouco machucado, o que importa é que estamos ainda de pé e no controle, da
nossa vida e da nossa razão, é isso que importa. Força, porque Deus é escudo e nossa espada,
posso ferver e cuspir fogo, mas ainda estou de pé. Isso não é história, é testemunho de uma vida
inteira. SOMOS TODOS CAPAZES ! Acredite.
Amadeu
Epifânio
PROJETO
VIVA+
Corrigindo
Passos para um caminho + seguro.
Assinar:
Postagens (Atom)