A DIFERENÇA ESTÁ DENTRO DE CADA UM.
Pessoal,
estava vendo os sintomas de uma criança com síndrome de asperger e notei que
essas crianças (em razão de sua super dotação), na verdade possuem um grau de
percepção, à mais do que em outras crianças, seja autistas ou normais. Esta percepção concentram-se nas capacidades
auditiva e/ou visual, mesmo quando ainda muito pequenos.
Eu
já havia dito antes que, mesmo a criança (física), muitas vezes, não estar
prestando atenção, por exemplo, em um programa na TV de seu quarto, seu
inconsciente, ao contrário, está atento e captando quase tudo, visualmente e/ou
de forma auditiva. Este conhecimento não
se perde, fica "guardado", à espera de ver o corpo crescer, para
então poder exibir o que assimilou, tendo agora (o inconsciente) maior comando
sobre o corpo que o abriga. Este mesmo
princípio ocorre com qualquer pessoa, de criança à adulto.
O
fato da criança manifestar sua “nova habilidade” (super dotação), seu
inconsciente o está fazendo, sob o propósito de avisar à outrem (pais e
parentes), o que essa criança assimilou, em dado momento do seu crescimento e
desenvolvimento. Vale lembrar que, o
ambiente (familiar) é um grande propiciador de comportamento infantil, podendo
ser responsável por uma percentagem significativa, na formação “especial” do Asperger.
É
relatado (por algumas literaturas sobre o tema) que, o asperger poderia
desenvolver algumas comorbidades, de natureza orgânica, como problemas
gastrointestinais, refluxos gástricos, dores, etc, bem como adquirir transtorno
de ansiedade. Na verdade, não é difícil
o aparecimento de ansiedade ou expectativa, quanto à saber, quando ocorrerá a
próxima crise de estômago, porém, esta ansiedade não está presente como
transtorno e sim, como sintoma consequente da condição clínica da pessoa com
asperger. É preciso prestar mais atenção
quanto aos sintomas se, são decorrentes ou consequentes ao quadro clínico.
Muitas
crianças adquirem essa capacidade de percepção e, sentem-se desconfortados por
sua habilidade, convertendo sua habilidade psicológica em problemas orgânicos,
como gastrite por exemplo.
Devo
lembrar que, a demonstração dessa capacidade perceptiva (pelo inconsciente),
assemelha-se à de uma crise de um transtorno e, se ela se manifesta de forma
contínua (às vezes), é porque seu Ego (lado racional do inconsciente), não assimilou,
ainda, seu conhecimento característico, para conter a influência do Id
(inconsciente imaturo), que fez a gravação da habilidade.
Tal
habilidade perceptiva, pode ser relevada porém, não de forma excessiva e
exclusiva mas, combinada com a vida normal.
Uma atenção excessiva sobre a sua capacidade, causará desconforto na
criança, tendo em vista que ela nem sabe o que está acontecendo e que, sua
habilidade (repito) dá-se como uma crise de transtorno, com os mesmos altos e
baixos. Tem que se deixar fluir suas
habilidades mas, sem exageros, devendo prevalecer mais, a criança normal que há
dentro dela.
Uma
conversa com a criança (asperger), revelando-o sobre suas habilidades, pode
ajudar muito pois, sabendo do que se trata, o desconforto poderá reduzir
significativamente, podendo ele mesmo explicar, à colegas de escola, sobre sua “diferença”,
em relação aos colegas, evitando que ocorra até, uma situação de Bullying
escolar. Outro benefício do diálogo está
no fato da criança não sentir-se sozinha em seus conflitos, sentindo-se mais
amparado. Afinal, vale sempre lembrar que, não sofremos por ter transtorno mas,
por não entendê-lo.
Crianças com Asperger desejam relacionar-se, como uma forma de compensação à sensação estranha, que o fato de ser asperger, lhe causa. Enquanto essa amizade não aparece, o asperger sente-se diferente e isolado.
Todos
nascemos diferentes, em relação aos nossos “semelhantes” e, sofremos, quando
outrem não entendem e não aceitam e ainda tiram sarro ou fazem críticas
depreciativas à respeito. O que quero
dizer é que, já deveríamos estar “calejados” desse comportamento, à ponto de
sabermos como lidar com uma criança especial, que torna-se diferente, apenas na
visão de quem não se esforça para entendê-lo.
Professor Amadeu Epifânio
Pesquisador/Psicanalista
Contatos: https://www.facebook.com/Prof.EpifanioAmadeu